Capítulo X

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Helô estava radiante. Finalmente voltaria a delegacia. Além de compartilhar a vida com Stenio, essa era a outra parte da vida que lhe trazia felicidade. Ela sempre quis ser delegada, lembra-se como se fosse ontem de quando cursava a faculdade de direito e fascinou-se pela palestra de um delegado num congresso.

Stenio fez questão de levar Helô para o trabalho, ele estava um pouco apreensivo. A delegada percebeu e logo tratou de acalmá-lo, afinal, todas as medidas para que ela tivesse uma rotina mais tranquila no trabalho haviam sido tomadas pela equipe.

O casal se despediu e Helô foi recebida com uma surpresa de boas-vindas em sua sala. Ela ficou muito feliz, pois além de voltar à aquele trabalho que lhe completava, ela também estava tendo a noção do quanto era querida, com todo o cuidado que estava recebendo.

No escritório Stenio estava tendo um bom dia. Todos os casos estavam indo bem, e enfim Helô estava fora de perigo. Ele sabia o quanto voltar ao trabalho faria bem a ela. Entretanto ele deixou combinado que a levaria para almoçar todos os dias para se fazer presente no dia dela e se certificar que estava tudo bem. Ao sair do escritório, o advogado sentiu a cabeça pesar e o lado direito da têmpora doer, mas não deu a devida importância.

Helô estava concentrada em um caso quando ouviu batidas na porta que estava entreaberta. Quando a morena levantou a cabeça deu de cara com o sorriso de Stenio, que a observava.

O advogado adentrou a sala e ficou de frente para ela. "Você fica tão linda nessa mesa, toda concentrada, doutora delegada"

Helô sorriu e meneou a cabeça. Ele sabia como desconcerta-la. A delegada levantou-se, pegou a bolsa e deu a volta na mesa ficando de frente pra ele. O casal trocou um selinho e Yone entrou pigarreando.

"Oi, Yone. Tudo bem por aqui? A delegada te deu trabalho?" a cumprimentou simpático.

"Tudo certo, doutor Stênio. Ela deu um pouquinho de trabalho, mas tudo sob controle." Entrando na brincadeira de Stenio

"Ai que engraçados - revirou os olhos - A gente tá indo almoçar, Yone. Daqui a pouquinho to de volta."

Helô e Stênio foram almoçar em um restaurante que ambos gostavam muito perto da delegacia. Enquanto aguardavam os pedidos chegarem, Helô notou Stenio massageando a têmpora direita. Ela já havia percebido que ele estava falando menos que o normal.

"Tá doendo?" - indagou a delegada

"O que?"

"A cabeça, tu não para de mexer"

Ah, to com uma dorzinha chata aqui Helô, eu acho que preciso trocar de óculos.

Helô abriu a bolsa, pegou a necessaire que continha remédios, e entregou um analgésico para o advogado. Quando voltaram para a delegacia a delegada percebeu que Stênio seguia com dor. Ele era transparente pra ela.

"Stenio, marca o oftalmo. Se cuida cara - passando a mão pelo rosto dele

"Eu gosto de saber que você se preocupa comigo" - Ele pegou uma das mãos dela e deu um beijo.

Helô deu um selinho longo no namorado e se despediu. Ele voltaria para buscá-la mais tarde.

2 meses depois

Helô seguia em ritmo calmo na delegacia, afinal já estava no sexto mês de gestação. Stênio seguia cuidando do escritório e da namorada como deveria, com muito amor, carinho e mimos. A obra do novo apartamento estava quase finalizada e o local já passava pelos últimos ajustes para ser entregue. Stenio andava ansioso e atribuía a isso as constantes dores de cabeça que sentia.

Laís chegou ao escritório e foi direto para a sala de Stênio, tinha uma notícia um tanto desagradável.

'Stênio, o Arnaldo Preza faleceu" - O informou consternada.

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