Astrid sempre foi muito pressionada pela mãe a ter um relacionamento principalmente quando sua irmã mais nova anuncia seu casamento. Mas havia um problema; seu ex também estaria lá.
Mason, por outro lado, viveu inúmeros relacionamentos mas, recentem...
- Sophia? - Astrid chamou pela amiga assim que entramos em seu apartamento, mas não houve resposta.
- Ela está com o Kai, na festa. - contei.
- E por quê você não está na festa? - ela perguntou, jogando as roupas molhadas na lavanderia.
- Porque eu fui atrás de você. - expliquei, a seguindo. - A ideia era levar você até lá, mas seu estado tá péssimo.
- Vai se ferrar. - mandou e eu tive que reprimir um sorriso. - Vou ver se arrumo roupas pra você se trocar. Espera aqui.
Eu assenti e ela saiu pelo corredor até os quartos. Caminhei pelo apartamento até a porta de vidro que dava para a varanda e vi que a chuva ainda caia forte lá fora.
Minutos depois, Astrid voltou para sala trazendo algumas mudas de roupas em suas mãos. Ela ainda vestia meu moletom, mas havia trocado a calça jeans preta por um short.
- Achei essas roupas do Havertz no guarda-roupa da Sophia. - disse me entregando as peças. - Uma delas deve servir em você.
- Valeu.
- Só tô retribuindo o favor. O banheiro é no final do corredor.
- Eu já volto, gatinha.
Não precisei olhar para ela para saber que havia revirado os olhos pra mim. Ela sempre fazia isso quando eu estava por perto, desde o dia em que nos conhecemos.
Gostava de provocá-la mas sabia que um dia Astrid acabaria me matando por causa disso.
Retirei as roupas molhadas e vesti as roupas que ela me deu, que ficaram melhor do que eu imaginei apesar dele ser mais alto que eu.
Quando voltei para a sala, encontrei Astrid sentada no balcão falando no telefone com alguém. Ela apontou para uma caneca a seu lado com a cabeça e eu peguei a mesma.
- Preparou pra mim? Que gentileza, Schmidt. - brinquei.
- Não se ache tanto por isso. - retrucou e deu um gole na sua bebida.
Eu fiz o mesmo e o silêncio voltou a se instalar no ambiente, o que me deixava desconfortável e sei que ela se sentia da mesma forma. Só não sabíamos o que dizer.
- Já que estamos aqui presos, devíamos saber mais um sobre o outro, não acha? - sugeri.
Ela me olhou com a sobrancelha erguida.
- Tá falando sério?
- Tô. Tem muita coisa que eu não sei sobre você, querida. Como vão acreditar que eu sou seu namorado?
- Namorado é uma palavra forte. Estamos apenas nos conhecendo, Mount.
- Estamos só nos conhecendo e você vai me levar pro casamento da sua irmã? Não me parece uma história muito convincente.
Ela revirou os olhos.
- Certo, então eis aqui sua história. Nos conhecemos através de amigos em comum, saímos durante uns três meses porque estávamos nos conhecendo, e um mês antes do casamento você fez o pedido de namoro. Tá bom pra você?
- É um começo, mas e os detalhes? - perguntei.
- Que detalhes? - falou com o tom de voz impaciente.
- Tipo, quem deu o primeiro passo. Ou quem disse o primeiro eu te amo. - não pude perder a oportunidade de provocá-la. Ela apenas fez uma careta.
- Primeiro, isso não vai acontecer. Segundo, eles não vão querer saber sobre isso.
- Acredite, eles vão. - garanti. - E então?
- Eu sei lá. Você é mais criativo que eu, aposto que já pensou em tudo.
Eu ri, afinal ela tinha razão.
- Você deu o primeiro passo. E eu disse o primeiro eu te amo.
Astrid mantinha a expressão séria, mas percebi suas bochechas ficarem vermelhas. Eu poderia ter usado isso para irrita-lá, mas decidi não fazer.
Pelo resto da noite, nós dois ficamos conversando e descobrindo coisas, que em outro momento ela nunca me contaria.
Eu conheci uma Astrid diferente.
⚽️
Em algum momento daquela noite, nós acabamos pegando no sono e quando acordei os primeiros raios de sol já entravam através das cortinas finas da janela da sala.
Me sentei na poltrona e quando me acostumei com a claridade, vi Astrid dormindo no sofá. Estava tão calma, nem parecia a mulher que ameaçava me bater em qualquer oportunidade.
Decidi ir embora para não correr o risco de dar de cara com Sophia e Kai a essa hora da manhã. Seria muito estranho explicar toda a situação que nos trouxe até aqui.
Peguei meu casaco e tentei sair sem fazer barulho para não acordá-la. Assim que toquei na maçaneta da porta, a voz da alemã invadiu meus ouvidos.
- Saindo sem se despedir, Mount? - me virei lentamente para encará-la, sentada no sofá, os cabelos bagunçados e os olhos semicerrados. - Isso é coisa de gente canalha.
- Não queria acordar você, isso não quer dizer que sou canalha. - rebati fitando seu rosto amassado e ainda sim ela estava linda.
- Duvido. Com quantas garotas você usou essa mesma desculpa?
- Quer saber com quantas garotas eu já dormir?
Ela revirou os olhos, algo que costumava fazer com bastante frequência quando eu estava por perto.
- Não, obrigada.
- Não precisa ficar com ciúmes, querida, eu só tenho olhos pra você. - a provoquei.
- Cala à boca, idiota. - mandou jogando uma almofada em minha direção, mas eu fui rápido o suficiente para desviar. - É melhor você ir.
- Certo, nos vemos na minha casa, às duas.
- Por quê eu iria até a sua casa?
- Porque temos uma aula de golfe marcada, lembra? Não se atrase.
Lhe mandei uma piscadela e antes que ela pudesse responder com alguma ofensa, eu abri a porta e deixei seu apartamento.
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