Tanjiro estava em frente de sua casa se preparando para sair, o garoto de olhos gentis precisava descer a montanha nevada para chegar a um pequeno vilarejo e vender carvão.
Seus irmãos, como sempre, vieram correndo implorando para irem junto enquanto o irmão apenas negava de forma gentil fazendo carinho na cabeça deles.
Sua mãe foi em sua direção e começou a limpar seu rosto enquanto Hanako e Shigeru choramigavam segurando em sua cintura, Takeo apenas fez beiço olhando para o lado.
- Eu pensei que você ia ficar e me ajudar a cortar a lenha hoje- Disse emburrado.
- Por hoje você será o homem da casa Takeo, me prometa que vai cuidar muito bem de todo mundo- Tanjiro disse indo em direção ao irmão e fazendo carinho em seu cabelo.
Depois de algumas risadas e promessas para os irmãos, tanjiro começou a descer a montanha lentamente, até se deparar com Nezuko, Carregando Rokuta adormecido em suas costas.
Tanjiro foi em direção a eles e fez carinho no cabelo de Rokuta com um sorriso meigo.
- Ele será muito forte quando crescer - Comentou a garota, Tanjiro concordou feliz.-Takeo também será, Hanako e Shigeru, todos têm uma grande vida pela frente!
- E você também Nezuko- Tanjiro diz sorrindo para a irmã que riu fraco em resposta.
Depois de uma breve conversa sobre quanto Nezuko também era forte, Tanjiro seguiu caminho.
Nezuko era uma garota gentil, gentil até demais... Sempre se deixando de lado pelos outros. Alguém que tem muitos irmãos consequentemente acabando ajudando com essa "síndrome de empatia".
- Tenha cuidado meu irmão, volte o quanto antes- Disse Nezuko sorrindo, Tanjiro da um tchau para ela em resposta, sorrindo também enquanto caminhava lentamente.
De resto, tudo aconteceu como planejado, Tanjiro foi até a cidade e fez diversos trabalhos variados por alguns trocados, em pouco tempo, já havia acabado o cesto de carvão.
O sol começava a se pôr, sinal que deveria começar a ir para casa.
Tanjiro começou a subir a montanha quando foi impedido por seu vizinho que gritou da janela de sua casa.
- Oque está fazendo aí fora uma hora dessas!? Vamos, entre! Antes que apareça um oni.- Disse sério.
Tanjiro tentou insistir em não entrar pois estava com um mal pressentimento sobre sua casa.
Acabou por aceitar a proposta, depois que o senhor Saburo perdeu sua família, ele ficou paranoico com essa coisas de demônios, era um homem solitário.
Foi em direção a casa. Comeu e se deitou no futon que ficava ao chão de madeira.
Tanjiro sentia muita dó do senhor saburo, prometeu a si mesmo que da próxima vez que viesse iria trazer seus irmãos para fazer uma companhia a ele.
Sua vó também o falava sobre esses tais onis, era um dos seus principais assuntos, ficava horas e horas falando ao neto sobre eles antes de partir.
Tanjiro mentalmente pediu desculpas a Nezuko antes de adormecer, pois não iria voltar para casa hoje.
No dia seguinte Tanjiro se levantou, agradeceu ao Senhor pela gentileza e começou a subir a montanha novamente.
Caminhava lentamente sobre a neve, o ar denso, mesmo dificil de respirar, era bom... calmo...
Tanjiro tinha um olfato apurado, Sentia o cheiro da neve enquanto o ar frio passava pelo seu nariz, os pássaros, folhas, o sangue... Espera... Sangue!?
Tanjiro começou a correr, o sangue podia ser de algum animal, certo? De uma raposa que foi atacada por um urso ou um urso morto por um humano..
Conforme mais chegava perto de casa, mais forte o cheiro ficava, quanto mais respirava mais difícil era continuar.
Quanto mais olhava... quanto mais olhava... quanto mais olhava...
Mais difícil era de acreditar.
Sua família se encontrava morta, largada, estracalhada ao chão.
Não conseguia descrever oque via, pois sua visão turva e embaçado atrapalhava e muito.
O cheiro de sangue era recente, ainda escorria como água.
Tanjiro tentou ir em seus irmãos ver se avia algum vivo, mas todos tinham alguma parte essencial faltando, como peito, rosto... Pescoço...Costelas...
Tanjiro precisava chegar bem perto para que sua visão desembaçasse, então quando sua visão voltava ele sempre via cada detalhe de perto.
Depois de analisar cada um, Tanjiro levou Nezuko em suas costas, pois, era a única que tinha pulso de todos os outros.
Corria pela neve, tropeçando em absolutamente nada, confiava em suas pernas doloridas que ardiam a cada passo, o ar antes estranhamente confortável agora era um fardo, Tanjiro sentia o ar gelado passando por sua garganta enquanto seu coração batia.
Derrepente, Sentiu nezuko se mexer.
- Nezu-...!- Disse antes de ouvir um grunido e cair barranco abaixo.
Continua.
