Cinco

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Acordei animadíssima, quem me visse acharia que eu ganhei na loteria de tão feliz que eu estava. Primeiro, pois eu havia faltado na escola e segundo que Emma e meu pai iriam viajar e eu poderia — finalmente — colocar minha cabeça no lugar. Ela já estava me enlouquecendo em pouquíssimo tempo.

Desci as escadas até a cozinha e ao entrar meu pai e Emma estavam tomando café.

— Bom dia! — Eu disse animada, sentando-me de frente para eles.

— Bom dia! — Emma disse, sorridente.

— Bom dia, filha. Tudo isso é felicidade por ter faltado na escola, é? — Sorriu.

— Claro, pai. É maravilhoso faltar em uma segunda-feira, até porque só tem aula chata — Revirei os olhos.

— Você é terrível — Riu.

— Mas o senhor me ama, papa. — Eu disse, mandando um beijo para ele.

— Que horas vocês irão? — Perguntei.

— Eu irei já, já filha.

— Ah sim.

Pera.

Socorro.

Ele disse "eu irei" no singular? Ai meu Deus! Não! Não pode ser!

— Emma não vai com você?

— Não filha, Emma não gosta muito dessas viagens, e eu só irei ficar uma semana, não tem necessidade de leva-la.

Eu apenas assenti com a cabeça, tentando esconder a minha — enorme — frustração. Oh, meu Deus! Será que algum dia eu pequei tão gravemente para estar pagando por meus pecados agora? Eu só precisava que ela fosse com ele para seja lá onde que estivesse indo. Apenas uma semaninha de paz, para que eu não fizesse besteira. Era pedir demais, meu Deus?

Agora, seriam uma semana apenas eu e Emma aqui, e eu com certeza não poderia ir para a casa das minhas amigas. Como a deixaria sozinha aqui? Nessa casa gigante. Já sei! Eu chamaria Aliyah para dormir aqui. Isso! Aliyah é o meu juízo, ela vai me ajudar, eu tenho certeza.

Assim que terminei de comer, subi para o meu quarto quase que correndo para falar com Aliyah. Se eu estava desesperada? Não, imagina!

Disquei seus números rapidamente errando umas seis vezes antes de digitar corretamente, pois eu tremia, eu estava desesperada e eu não sabia exatamente o porquê.

— mariezinha! Que honra receber sua ligação. — Ela disse rindo e eu queria matá-la por esse bom humor todo.

— Aliyah! Me ajuda, pelo amor de Deus! — Eu disse desesperada.

— O que houve, meu amor?

— Emma. Aliyah, ela não vai viajar com meu pai.

— Puta merda — Ela murmurou — E por que ela não vai?

— Meu pai disse que ela não gosta de acompanhar ele nessas viagens e eu até entendo, pois das vezes que eu fui era realmente chato. Eu não sei o que faço agora, não quero ficar uma semana sozinha com ela aqui.

— Jenna, não vai acontecer nada nessa uma semana além de conversas. Ela é apaixonada pelo seu pai, garota. Com certeza ela não irá te agarrar e eu sei que por mais louca que você esteja se sentindo, também não vai agarra-la.

— Realmente. Mas, e o que eu estou sentindo? Aly, eu sinto uma atração física por ela tão grande.

— E não irá passar disso, Jen. Acredito que isso seja carência, nada que um bom sexo não te ajude. Olha, amanhã eu prometo que vou aí dormir com você, e vou colocar um pouquinho de juízo nessa sua cabeça.

— Tudo bem — Suspirei — Espero que você venha mesmo, porque eu sinto que vou enlouquecer.

— Eu preciso ir. Se cuida. Eu te amo.

— Obrigada. Se cuida também. Eu amo você. — Desliguei o celular e sentei na cama, ainda frustrada.

Ouvi duas batidinhas na porta e gritei um "entra".

— Jen, vim me despedir de você. — Meu pai disse sorrindo. Levantei-me e fui até ele, abraça-lo — Vou sentir sua falta, filha.

— Eu também, papai. Mas, sei que logo você volta — Sorri, apertando-o.

— Se cuida e por favor, cuide de Emma também. — Ele me olhava com os olhos brilhando — Qualquer coisa me ligue e não se esqueça que eu te amo.

— Pode deixar. Se cuida também, senhor Edward. Eu também te amo — Ele beijou minha testa e saiu do quarto.

(...)

Emma me encarava em silêncio enquanto comíamos uma lasanha que eu havia feito. Eu não tinha assunto nenhum para conversar, pelo jeito ela também não e isso estava incomodando nós duas. Então eu disse a primeira coisa que me veio à cabeça.

— Como você conheceu meu pai, Emma?

Ótimo assunto, Jenna. Parabéns. Antes tivesse ficado calada.

Ela pareceu ficar um pouco surpresa em relação ao assunto, mas um sorriso surgiu em seus lábios e ela começou a falar.

— Meu irmão tem uma empresa. Um dia ele me chamou para ir com ele em um jantar de negócios, pois eu estava querendo trabalhar com ele, então ele disse que antes de me contratar iria me levar em um jantar para eu ver se realmente era aquilo que eu queria. Lá, eu conheci seu pai, que era um dos empresários envolvidos. Não digo que foi amor à primeira vista, porque eu não acredito nisso, mas ele foi tão cavalheiro comigo, tão paciente com as minhas perguntas sobre algumas coisas. No dia seguinte ele me chamou para jantar e estamos juntos até hoje.

Ela falava e apesar de estar escutando, não fazia muita questão de prestar atenção.

— E você, desistiu de trabalhar com seu irmão?

— Aquilo é muito chato, Jen - Jen. Você já foi em uma dessa viagens? — Assenti com a cabeça — Então você deve concordar comigo o quanto aquilo é insuportável — Concordei — Por isso que Chris me levou, ele sabia que eu com certeza iria odiar tudo aquilo.

— Você tem quantos irmãos?

— Dois. Hunter de 27 e Naomi de 16. — Ela não tirava o sorriso do rosto e quando ela falou o nome de seus irmãos, seus olhos brilharam. Ela deveria ter uma boa relação com eles.

— O que seus pais acharam do fato de você estar namorando um cara mais velho?

— Ah, no começo eles acharam estranho, mas nunca chegaram a me proibir disso. Eles disseram que eu já era grandinha para saber o que estava fazendo, e que eles me apoiariam em qualquer decisão.

— Entendi — Mordi meu lábio.

— E você? — Ela perguntou.

— Eu? — Olhei-a, confusa.

— É. O que você achou quando seu pai disse que estava namorando uma garota tão mais nova do que ele?

— Olha, não vou mentir, foi realmente estranho, mas eu sempre incentivei ele a encontrar alguém. Só não imaginava que seria tão nova — Ri.

— Qual foi sua primeira impressão sobre mim? — Ela perguntou.

Nossa, como ela é linda.

— Nossa, como ela é fofa. — Menti.

— Por que todos insistem em dizer que eu sou fofa? — Riu.

— Porque você é. — Sorri e ela corou — Você é bem tímida também, não é?

— Sim, fico vermelha por tudo. — Revirou os olhos.

— É adorável.

— Obrigada — Ela sorriu, sem jeito — O que você acha de assistirmos um filme?

— Eu adoraria, Emmy! Mas combinei de sair com uma amiga, mas de noite nós podemos assistir, o que você acha?

— Combinado! — Ela sorriu, animada.

Onde eu estava com a cabeça em concordar com aquilo? Eu também não sei.

Minha Querida Madrasta - JemmaOnde histórias criam vida. Descubra agora