Eu sempre disse a mamãe que adorava o cheiro de terra molhada da chuva, pairando no quintal da vovó.Eu amava sentir a brisa leve das árvores balançando pra lá e pra cá como uma valsa.Eu adorava o natal,em especial quando acendíamos fogueira perto do lago do senhor Bile e ficávamos até o amanhecer cantando e dançando como na cultura celta,sem hora de ir pra casa.
Eu amava os bolinhos do papai,que por sua vez,sempre que fazia queimava a sua grande maioria.Mas jamais ousávamos em falar que estava ruim.
Eu não tinha muitos amigos,porque sempre fui um pouco retraída em fazer novas amizades ,mas por outro lado eu tinha a melhor amiga do universo,a Ana.
A Ana me trocaria facilmente por uma fatia de bolo de chocolate ou uma sessão grátis de filmes da Marvel no cinema.Mas ainda assim,ela é uma das minhas pessoas favoritas do universo.
Eu amava contos de fadas,livros,séries,música tudo que me fizesse fugir da realidade por um instante,amava feéricos e contos mágicos em especial a cultura celta.Pedia todos os dias antes de dormir para ser levada para Hogwarts,Nárnia ou á terra do nunca.Eu já quis ser várias coisas na vida,professora,enfermeira,advogada,artista e nunca cheguei a conclusão de qual realmente seguir.Já tive muitos desejos,e hoje o único que tenho sobretudo é o desejo de ter dito a minha mãe o quanto eu a amava independente de qualquer discussão que tínhamos,de ter dito ao meu pai que seus bolinhos queimados eram os menos saborosos do mundo mas só o fato dele preparar com todo amor e um sorriso no rosto achando que era um master chef,enchia meu coração de alegria e os tornavam melhores bolinhos da galáxia.Ter agradecido a minha vó Jane por sempre apoiar a nossa família,e a Ana simplesmente por ser a Ana.Todo mundo deveria ter o privilégio de ter uma Ana como melhor amiga.Esses eram os meus maiores desejos no instante exato das 17:45 de uma quarta feira de chuva,quando senti o meu mundo virar de cabeça pra baixo segundos antes de ver enfermeiras me carregando em uma maca e pedindo gentilmente e com preocupação "Mocinha olhe para mim,atenção aumentem a carga—não pode nos deixar,tente respirar e olhe para mim" Ouvi um choro em desespero e vi que era a minha mãe,foi quando fechei os olhos e já não estava mais entre eles o único resquício de lembrança daquele momento foi uma lágrima caindo e a minha voz vagamente tentando pronunciar.
-maãe
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Até que o sol não brilhe
RomanceUm Romance para aqueles que quando sentir que o seu sol não queira brilhar tenha algo ou alguém pra acender uma vela na escuridão. Com amor