Capítulo 7

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Conto. Não conto. Conto. Não conto. Conto. Não conto.

Não conto.

— Yelena, eu quase beijei a Wanda! — Eu disse rapidamente e a menina que estava quase dormindo sentada me olhou com os olhos arregalados.

Contei.

— Que porra é essa Natasha? — Ela gritou.

— Calma, Yelena. Se eu quisesse que a escola soubesse disso eu tinha pego um microfone e falado para todo mundo ouvir, não acha?

— Você deve estar maluca, só pode. Como isso foi acontecer, Natasha Alianovna? — Ela disse com a voz um pouco mais baixa agora.

— Wanda está fazendo de tudo para nos aproximarmos mais. Ela está realmente se esforçando. Ontem, ela sugeriu que nós víssemos um filme e com eu havia combinado de sair com a Gamora, eu disse que naquela hora eu não podia, mas que de noite depois que eu chegasse, nós poderíamos assistir sem problema.

— E então no meio do filme você simplesmente foi e tentou beijar ela e então ela se esquivou e meteu o tapa na sua cara. Acertei? — Yelena me interrompeu.

— Dá para você parar com essa sua mania irritante de me interromper quando eu estou te contando algo, pelo amor de Deus! — Gritei irritada, fazendo-a se calar — Ótimo, obrigada — Então, continuei — Ela escolheu um filme que eu já havia assistido, mas eu não disse a ela que já tinha visto o filme, então durante o filme ela começou a comentar sobre e eu fingi que não sabia nada, até que uma hora eu acabei deixando escapar uma informaçãozinha de nada. Ela começou a me bater, mas de brincadeira, aí eu deitei ela no sofá e comecei a lhe fazer cócegas e rolou um clima e eu quase a beijei, mas aí o celular tocou.

— Rolou um clima... — Ela riu — Só se for um clima negro, de culpa, daqueles bem nublados. Olha o que você está fazendo com o seu pai, Natasha. Isso não é coisa que se faça. Imagine se fosse ao contrário.

— Eu não sei o que está acontecendo comigo — Suspirei.

— Mas eu sei! Isso se chama falta de sexo.

— Você não quer resolver isso para mim, não? — Sorri maliciosamente e passei a mão por seu rosto.

— Deus me livre! — Ela levantou se afastando — Eu não gosto de pau, Romanoff! Meu negócio é outro — Ela riu.

— Chata — Mostrei a língua para ela e ri.

— Você pode arranjar alguém. Inclusive, alguém quem é só você estalar os dedos que vem correndo.

— Não! — Eu disse desesperada — Não vou ficar com a Sharon de novo nem fodendo!!

— Mas é para foder mesmo que você vai ficar com ela! — Ela disse rindo e eu mostrei o dedo do meio para ela.

— Sharon é insuportável, eu odeio pessoas grudentas demais, será que é tão difícil entender o que é sexo sem compromisso? O nome já diz tudo, meu Deus.

— Ela se apaixonou, ué.

— Incrível como ela se apaixona facilmente por qualquer um que fica com ela e tem dinheiro, eu fico até comovida em como ela é sensível. — Coloquei a mão no peito fazendo uma cara de emocionada e Yelena gargalhou.

— Como você é cruel, Natasha Romanoff.

— Cruel não. Realista. É completamente diferente.

— Tá bom, senhorita sincera. E me diga uma coisa, o que aconteceu depois desse climão todo?

— Bem, enquanto ela conversava com meu pai eu dei boa noite a ela e subi para o meu quarto e hoje quando sai ela ainda estava dormindo, então não precisei olhar para a cara dela, mas irei agir como se nada tivesse acontecido na noite anterior.

— Você deveria pedir desculpas.

— Para que? — Perguntei, mas logo continuei — Ela não pareceu estar hesitante em momento algum, enquanto eu me aproximava dela, ela simplesmente ficou parada, sem nem dizer que sim e nem que não. E se eu não estou enganada, se o celular não tivesse tocado, teríamos nos beijado, sim.

— É, e aí a relação de vocês iria afundar igual o titanic —Yelena disse revirando os olhos — E aí eu quero ver com que cara você olharia para o seu pai quando ele chegasse, sabendo que você foi uma traidora. Aliás, tanto você, quanto ela. — Ela passou a mão por seu rosto, parecendo pensar — Eu irei dormir na sua casa hoje, e espero que amanhã você não faça nenhuma besteira, pois eu não estarei lá para te dar o juízo que lhe resta. Juízo que aliás eu achava que não faltava muito, mas vi que a coisa que você menos tem é juízo.

Eu revirei os olhos, mas não disse nada. Minha moral estava baixíssima para dizer qualquer coisa. Yelena tinha razão em absolutamente tudo o que disse.

Entrei em casa sentindo um cheiro bom. Wanda com certeza estava fazendo aquele seu macarrão de novo. Macarrão que era uma delícia, mas ainda sentia falta das comidas da Rose, nossa empregada que eu conhecia desde que nasci. Ela estava de férias e só voltaria na outra semana.

Meu estômago roncou me lembrando da fome gigantesca que eu estava, subi para o meu quarto e tirei aquele uniforme que eu já estava cansada de usar e coloquei uma roupa confortável. Yelena só viria mais tarde, então eu passaria a tarde toda com Wanda, a não ser que ela saísse. Mas, isso seria bem difícil de acontecer, já que ela não conhece muita coisa aqui em Miami, apenas o Shopping que a levei.

Desci para a cozinha e a encontrei colocando as coisas na mesa, sorri para ela que retribuiu o sorriso.

— Olá, Wanda— Eu disse, tentando ser o mais natural e normal possível e lembrando o tempo todo das palavras de Yelena.

"Aja normalmente, Natasha. E tente ao máximo evitar fazer merda"

— Olá, Natasha. — Ela disse sorridente também. Ótimo, ela agiria como eu.

— Você fez o macarrão gostoso de novo?

— Sim! Como você disse que gostou, eu resolvi fazer de novo, porque estava com preguiça de procurar outra coisa para fazer.

— Entendi — Ri — Não sabia que você era das minhas. Preguiçosinha.

— Ah, se tem uma coisa que eu sou é preguiçosa. Você vai ver daqui para frente, principalmente quando seu pai estiver aqui. — Riu.

Eu apenas ri e me sentei. Ela também fez o mesmo, nos servimos e começamos a comer. Eu sentia o clima estranhíssimo no ar — e tinha motivos —, até porque não conversamos sobre mais assunto nenhum durante o todo o almoço e evitávamos nos olhar. É, Yelena tinha razão, como sempre.

Assim que terminei, peguei meu prato e fui até a pia lava-lo, quando Rose estava de férias, nós tínhamos que limpar tudo o que sujávamos. Desde sempre foi assim.

Quando terminei, sequei e guardei no armário. Wanda havia acabado de terminar e se levantou para lavar seu prato. Peguei um copo de refrigerante e decidi que era melhor subir para o meu quarto.

Estava quase saindo da cozinha, a dois passos da porta quando ouvi a voz de Wanda baixinha, sensual com uma mistura de inocência que ela com certeza não tinha.

— Natasha, me beija?

Minha Querida Madrasta (Wantasha G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora