"Il destino da le carte, ma chi le deve giocare siamo noi.
-V.C"
Cha-Young releu aquilo diversas vezes, rapidamente notou que não era coreano mas não identificou qual língua era. Então, aproveitando que o Sr. Nam e Sr. Park não haviam chegado, ela pegou seu celular e abriu o aplicativo de tradução.
"O destino dá as cartas, mas somos nós que temos que jogá-las."
Era a tradução da frase em italiano que ela havia recebido naquele dia. Intercalou seu olhar entre a carta e a tradução, tentando pensar o que o homem conhecido como V.C queria dizer com aquilo.
No último mês, ela recebia cartas com uma frequência maior do que no início. Era praticamente todo dia, ou de dois em dois dias. Mas todos dele e, por mais que se negue, ela havia se apegado a recebê-las. Caso não recebesse em algum dia, já achava estranho, fazendo com que o Sr. Nam achasse graça da reação de preocupação da mulher. Já Sr. Park era muito fechado em suas reações, mas sempre a observava e sorria de maneira contida.
Mas ele não sabia que ela gostava de recebê-las para poder investigar melhor.
Em sua grande maioria, o homem falava sobre seu dia – de forma discreta, é claro – ou sobre o dia da mulher. Inclusive explicou que estava ali a mando de seu pai, que pediu para seu amigo proteger sua única filha.
Ouviu a porta do escritório abrir e então levantou o olhar, vendo seu advogado júnior chegando com dois copos de café em mãos - um ela reconheceu como seu amado iced americano!
Ela, mesmo sem falar com o Sr. Nam, já sabia que o homem iria ser aprovado. Seu currículo era excelente e seria ótimo ter uma ajuda extra nos casos.
— Bom dia, Srta. Hong! -Curvou-se levemente, logo a entregando a sua bebida copo.- Sr. Nam me ligou, disse que apareceu um emprevisto de última hora e não poderá vir. -Pressionou os lábios.- Hoje será apenas eu e você.
— Bom dia, Sr. Park. Tudo bem, nós damos conta disso. Há pouco trabalho, já que todas os tribunais foram na semana passada. -Suspirou.- Hoje temos que olhar os processos das vítimas da Babel Farmacêutica, não é? -Ele concordou, procurando a pasta que continha esse arquivo.-
E por esses míseros minutos, a mulher pode observá-lo melhor. Se pegava observando-o com uma certa frequência, chegou até mesmo a olhar sua ficha inúmeras vezes. O homem a deixava intrigada.
Ele era mais velho que ela, exatamente três anos. Ela com 31 e ele com 34. Seu cabelo estava impecável, sempre arrumado com gel, usava ternos de uma marca extremamente cara da Itália - sim, ela havia pesquisado - e usava um par de óculos, que ele explicou que era somente para leitura. Seu maxilar era bem marcado, a boca rosada e os olhos cor de café a deixavam maravilhada com o homem. Ela era mulher, tinha seus desejos e quando o via com seus benditos ternos, cujo deixava seus músculos marcados, ela perdia a respiração por segundos.
— Encontrei, Srta. Hong. -O homem a entregou, sorrindo para a mesma, fazendo com que suas bochechas fechassem seus olhos.-
— Obrigada.
Ele sorriu gentil, dirigindo-se até sua mesa. Olhou para a mulher de cima a baixo, sorrindo enquanto desviava o olhar.
E ela sentiu seus olhos em si por alguns minutos, assim como na primeira vez que se encontraram.
A sensação lhe era familiar, sentia aquele olhar e ela recordava do dia que foi ao cemitério - assim que completou uma semana de morte de seu pai.
A asiática estava virada para o computador e continuou fazendo seu trabalho, fingindo não sentir o olhar sobre suas costas.
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Mᴇssᴀɢɢɪ - short-fic.
FanfictionOnde, após a morte de seu pai, Cha-Young começa a receber cartas anônimas. Ou; Onde Vincenzo prometeu ao seu parceiro que cuidaria de sua filha.