Era inacreditável como a vida de Hong Cha-Young havia mudado nesses últimos três meses.
Primeiro, perdeu o pai. Logo em seguida começou a receber cartas anônimas de um homem, alegando ser amigo de seu pai e seu futuro protetor. Recebeu um currículo bom, que chamou sua atenção e a deixou feliz por finalmente estar recebendo ajuda de alguém no escritório.
E então tudo foi por água abaixo.
Essa mesma pessoa que escrevia as cartas era o homem que trabalhava ao seu lado. Se sentiu, acima de tudo, enganada. Ela não sabia o motivo dele ter escondido, mas qual era a dificuldade de chegar e falar? Por que ter feito suspense desnecessário? Eles poderiam estar agora, juntos e resolvendo os casos.
Tinha que ser Vincenzo Cassano!
Continuou xingando o homem, com sussurros e gestões exagerados, sem notar no olhar confuso de Sr. Nam.
- Tem três semanas que você tem xingado alguém chamado Vincenzo Cassano. Imagino que seja o V.C, que também era nosso colega de trabalho. Mas você nunca disse o que aconteceu naquela noite. -Olhou para a mulher, buscando respostas.-
- Ele quis me enganar. Quis agir como se fosse um bom moço, chamou um amigo 'pra agir como se fosse ele. Só que esse amigo era italiano, eu peguei ambos no pulo! Sua pronúncia no nosso idioma era horrível e a forma de agir comigo não era igual o que ele me dizia ou como me tratava nas cartas. Eu fiquei chateada, Sr. Nam. Ele me subestimou, achou que eu era burra. -Riu, encarando a gaveta onde fica todas àquelas cartas.- Ele sempre me manda mensagem, mas eu decidi só ignorar. Eu não vou perder meu tempo mais.
- Srta. Hong, sei que está brava. Mas é bom lembrar que o seu pai foi assassinado, eles podem estar atrás de você. Converse com ele, fale que só vai ficar até aqueles bandidos serem pegos e vai embora em seguida.
- Eu não quero e não preciso da ajuda dele! -Se levantou irritada, saindo do lugar.-
Sr. Nam suspirou, balançando a cabeça em negação. Tão igual ao Hong Yu-Chan.
Cha-Young saiu do prédio, caminhando pelas ruas enquanto tinha apenas seu celular no bolso na calça social branca. Respirou fundo, sem dinheiro, decidiu caminhar até um parque próximo para poder pensar melhor.
Ela realmente poderia se juntar à ele somente para vingar a morte de Hong Yu-Chan, logo depois ir embora. Sabia que na vida profissional era muito comum se juntar com quem não gosta, mas agora envolvia sua vida pessoal também.
Parou em frente à uma estátua, observando-a e vendo, um pouco distante, uma ponte. A vista estava a acalmando e deixando seus pensamentos claros, a ideia de ajudá-lo voltou com força e estava disposta a aceitar.
Até olhar para o lado e ver Luca correndo em sua direção.
— Srta. Hong!
— Não.
E sem mais, caminhou para fora do parque.
— Aceite a carona, pelo menos! -O homem suplicou, enquanto a seguia.- Vincenzo está preocupado, você não atende suas ligações e não responde as mensagens. -A mulher parou, virou-se e o encarou.-
Falou mais do que devia, não era esse seu propósito. Mas Vincenzo era seu amigo, nunca o viu tão abalado.
Por mais que ele tenha errado.
— Ele está no carro? -O viu negar.- Se você estiver mentindo eu vou fazer com que você volte 'pro seu país correndo!
Caminhou com o homem até o carro preto, lindo mas discreto, e logo se sentou ao seu lado – na parte da frente.
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Mᴇssᴀɢɢɪ - short-fic.
FanfictionOnde, após a morte de seu pai, Cha-Young começa a receber cartas anônimas. Ou; Onde Vincenzo prometeu ao seu parceiro que cuidaria de sua filha.