Olá, Diário... caralho, isso é mais difícil do que eu lembrava. Tentando resumir um pouco a origem disso, 3 ano é uma merda. Eu sei. Eu também queria começar sendo mais positivo. Muito antes de pressionar as primeiras teclas, eu já tinha remoído esse texto na cabeça por umas mil vezes. Tanto que demorei uns 5 minutos para escrever a linha anterior.
Voltando ao que eu queria dizer — já que é muito fácil eu me perder por nenhum fodendo motivo — isso surgiu por causa do Ensino Médio. O 3 ano chegou, e meu tempo partiu. Os livros que eu costumava ler semanalmente sumiram. Vi meu prazer com o estudo incinerar tão calmamente quanto um incêndio num posto de gasolina para depois reviver no mais profundo sentimento de competição predatória. E a escrita... por ela que estou aqui. Ela já deixou o cargo de hobby há algum tempo já. Os livros, o esporte, os amigos, a diversão, por mais importantíssimos que sejam, não são de fato essenciais para minha existência. Posso passar meses sem ler uma página, ou sem adicionar qualquer movimento a mais no dia. Consigo — e por vezes desejo — passar meus dias isolado em minha mente sem qualquer companhia ou entretenimento. Mas escrever... isso é necessidade. Uma rotina saudável tem que conter 3 litros de água, uma alimentação balanceada, 8 horas de sono e pelo menos 5 versos mais ou menos poéticos que minha mente lançou no papel, só para no dia seguinte apagar — porque eram obviamente horríveis — e escrever mais 5, tão ruins quanto. Insanidade, eu sei. Mas é como eu funciono: sem escrita, eu adoeço. E a última vez que eu ousei marcar qualquer coisa no papel, o Pelé ainda estava vivo. Desculpa a piada.
"E como funcionaria essa esquizofrenia?", pergunta você, Diário. Todo dia, quando o que reinar for apenas a música de fundo e a sinfonia do ventilador, eu venho cá bater um papo com você. Não me importo se os textos que saírem disso forem bons ou péssimos ou se alguma insônia ambulante vai lê-los ou não. Se isso já for o suficiente para me impedir de comemorar o ano novo em plena queda livre com o asfalto, eu já estou mais que satisfeito. E se isso for te ajudar de alguma maneira, Diário, também fico feliz.
Como esse vai ser provavelmente o primeiro texto de vários — se meu eu do futuro quiser colaborar — acho válido colocar as peças iniciais na mesa. Me chamo JH, estudante do 3 ano, carioca. Estudo numa escola que me importo, exclusivamente, com quando vou sair dela. Tenho bons amigos, mas, por alguma razão, esse ano me sinto mais sozinho do que jamais senti em qualquer momento da minha vida. Meus principais objetivos são escrever e passar numa das melhores faculdades de Economia do Rio. Terminei no começo desse mês, mas permaneci num relacionamento estável com meus vícios. Meu ano estaria realizado se... bom, pelo menos as pessoas que eu me importo ficarem bem. E se eu achar 20 conto na rua também.
Foi só. Separei esse espacinho apenas citar um frase que gosto bastante:
"Lebron, ladrão, roubou meu coração"
Brincadeira, não roubou nada. Esse All-star foi bem do ruinzinho. Pelo menos o carnaval está sendo melhor. Até a próxima, Diário!
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Diário de um vestibulando
Non-FictionTodas minhas dores, alegrias, preocupações, momentos, degradações; minha vida.