Normalidade e rolinhas apaixonadas (23/02)

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          Em algum momento tudo volta ao normal. Não hoje, porque minha escola emendou, e felizmente não preciso ver a cara da minha turma essa semana. Mas para a maioria das pessoas o carnaval terminou, e para yo, boa parte da rotina já começa a retornar lentamente. Esse talvez seja o texto que abrirá o caminho à normalidade. Aquele texto que absolutamente ninguém se lembrará daqui a uns 3 meses, mas que será útil para mostrar um pouco da minha rotina e ajudar a construir o cenário para os futuros textos. Talvez ajudar alguém também?

          Basicamente, minha rotina hoje tem 3 pilares: escrita — englobando tanto a leitura quando o próprio ato de escrever; saúde — relacionamentos (amigos, família, etc.), físico (alimentação, corpo...) e mental (tratamentos de maus hábitos e criação de bons, meditação e vai); e vestibular, que bom... é vestibular. Escola, exercícios e Descomplica.

          E como isso se dá na prática? Eu estudo o dia inteiro. Ou quase.

          Acordei hoje às 9 — normalmente acordo às 5 e pouco —, fiz um puta café, ouvi as notícias da Turquia e comecei a estudar. Levei minha irmã mais nova para o colégio. Voltei. E estudei. Busquei ela. Estudei. Só parei às 19.

           Dito isso, minha vida não é muito emocionante — nem gostaria que fosse. Devo aprofundar isso futuramente, contudo acho importante citar pelo menos esse esquema básico da minha vida para, um, contextualizar; dois, mostrar um pouco da minha vida — isso é um Diário, afinal de contas; três, demonstrar que se sua vida é chata, relaxa, você não tá só; quatro, tudo que eu escrever aqui é a mais pura essência da esquizofrenia, bobagem e falta do que fazer. E também que são apenas trechos da minha vida.

           Trechos que fazem a criatividade — ou a insanidade — bater asas. Por exemplo, eu vi duas rolinhas, relativamente próximas, pousadas no fio dum poste na saída de casa. Gastei um tempo admirando as duas até que uma delas caminhou, em pequenos pulinhos, em direção a outra. Quando chegou, colou as asas, acariciando com sutis toques de bico a companheira, que depois do gesto deitou a cabeça em cima do outro e aconchegou-se um pouco mais. Foi tão natural, tão gentil, delicado. A fotografia permaneceu gravada na memória: as duas juntas, apenas aproveitando o calor e presença uma da outra. Uma imagem de beleza, um momento de felicidade que faz a vida tão única; tanto quanto um pensamento que emergiu logo em seguida. "Essas rolinhas vão fritar nesse poste e vão virar um amor a passarinho".

            Nesse momento resolvi sair de casa e não pensar nunca mais nisso.

Diário de um vestibulandoOnde histórias criam vida. Descubra agora