Jungkook nunca conseguiu entender com maestria o que era esse tal amor que todos sempre viviam dizendo ser a coisa mais importante de todo o universo.
Como um sentimento que não tínhamos o mínimo controle seria a coisa mais preciosa de nossas vidas? Ele realmente não conseguia encontrar motivos suficiente para comprovar essa teoria no mínimo estranha.
O rapaz cresceu em uma família extremamente conservadora, onde nenhum de seus parentes trocavam mais do que cinco palavras por dia, então ele não tinha um bom exemplo do que de fato seria o significado desta palavra.
Amigos?
Como se faz amigo vivendo a todo momento trancado, como um prisioneiro que cometeu as maiores atrocidades que esse mundo já presenciou, dentro da casa da qual deveria ser seu lar?
Porque Jungkook desde que se lembra por gente, nunca saiu de casa ao mínimo necessário.
Seus pais pagavam aulas particulares, então tudo que sabia, sua querida professora Lena o ensinou.
Ele gostava muito dela.
Seria isso o amor?
Não, talvez não seja tão simples assim. Lena apenas fazia o que seus pais pediam e pronto, não existe algo natural ou sincero ali, era tudo pelo o único desejo de ganhar dinheiro.
E olha, o garoto não a julgava.
Era realmente difícil lidar com ele, sua professora não tinha nem um pingo de culpa pelo rumo que as coisas tomaram.
Mesmo agora com dezessete anos, ele ainda não conseguia compreender o que seria doar seu coração a alguém. Como isso é possível?
Ele gostava de imaginar em seu subconsciente bagunçado e lotado de dúvidas, suas hipóteses sobre como seria esse sentimento se ele tivesse a forma física semelhante a de uma pessoa. E, na sua mente, o amor tinha um sorriso que chegava nas olheiras.
O suspiro pesado que suas narinas soltaram serviram como um gatilho para o rapaz lembrar de que tinha deveres de casa incompletos esperando para serem terminados.
Seus olhos piscaram lentamente, em um ato silencioso que buscava o seu foco de volta a pilha de livros a sua frente, mas por algum motivo, o Jeon não conseguia tirar a imagem do amor de seus pensamentos.
Porque?
Porque ele teve que imaginar justo um garoto, e não uma garota como seus pais disseram que aconteceria?
Era tudo muito difícil de compreender, e ele estava exausto pelo dia cansativo que levou decorando todos aqueles verbos do idioma inglês que seu pai o mandou fixar para o próximo exame, então até mesmo pensar o esgotava ao extremo.
Sentia seus dedos formigarem pela cãibra que rapidamente dominou suas articulações, e tudo que jungkook se limitou a fazer, foi se jogar no chão em posição de estrela, observando as constelações desenhadas no teto de seu quarto.
Pelo menos isso, seu pai deixou ele ter.
A tosse forte o atingiu, como um aviso de que quebrar as regras e não cumprir suas obrigações teriam um preço.
Era irônico ele mesmo repetir as frases que tanto foram jogadas em sua cara, em sua própria mente, sempre que se permitia vivenciar um momento, mesmo que minúsculo, de descanso.
Sua garganta inflamada doeu como o inferno, e assim que o garoto tirou sua mão de frente a boca, pode ver a mancha vermelha de sangue estampada nela.
Sem muita força no corpo devido às horas que passou sentando naquela poltrona em frente a mesa, ele se esforça ao máximo para conseguir ficar de pé, e caminhar até o banheiro de seu quarto.
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Ghost | Mingook.
Fiksi Penggemar[ escrita em um surto de lucidez ] O que você faria se vivesse trancado dentro de casa por dezessete longos anos? Sem nenhum tipo de contato com outros seres vivos além de seus pais e sua professora, que nem gostava de estar ali. sem saber o que é...