O Investigador Kar-el chega à sua sala no prédio do Departamento de Investigações e revê as suas anotações sobre o caso, desde a sua conversa com o Padre Bellotto, na Igreja de Santa Tereza, à visita à Igreja Matriz de N. S. da Esperança, em Água Milagrosa, quando passara uma tarde inteira conversando com o Padre Felipe. Analisou os fatos, fez um resumo e decidiu se apresentar ao Chefe Josh, para uma conversa a respeito de suas conclusões.
Apanha o interfone e pressiona o botãozinho que o contata com a Assistente Berenice.- Olá, minha amiga! Estava com saudade! Tudo bem com você?
- Bom dia, kar-el. Tudo ótimo! Graças a Deus! O que posso fazer por você?
- Minha querida, como está a agenda do nosso chefe, esta manhã?
- Bastante carregada. Se você tem alguma pretensão em conversar com ele hoje, sugiro se programar para a tarde. Quer que eu lhe reserve logo, um horário?
- É, se não tem outro jeito, me reserve o primeiro horário, após o almoço. Ah, imagino que conversaremos por, pelo menos umas duas horas.
- Certo. Tá agendado. Na primeira oportunidade, falo pra ele. E, kar-el, caso o chefe pergunte sobre o assunto da sua conversa, o que devo dizer? - Indagou, sempre atenta, Berenice.
- Diga-lhe tratar-se do Caso do Arcebispo.
- Obrigada. Vê se não se atrasa. Tchau!
- Obrigado, Beré.
Antes mesmo do horário determinado, kar-el já estava, confortavelmente refestelardo no sofá da recepção, aguardando a chegada do Chefe Josh... Que chegou cinco minutos depois, reclamando do jeito como Kar-el se acomodava no sofá.
- Boa tarde! - Disse. E, voltando-se para o Investigador - O senhor não está na casa de sua sogra, kar-el!
- O que temos aí, d. Berenice?
- O primeiro horário é com o Investigador Kar-el. - Respondeu, apontando o indicador para o colega de trabalho, se consertando no sofá.
- Tá certo. Em cinco minutos a senhora deixa ele entrar. - E seguiu para a sala dele.
Kar-el permaneceu confortavelmente acomodado no sofá, acionando o editor de textos do seu tablet. A ideia era entrar na sala do chefe, já em condições de apresentar o seu relatório.
- Dr. Kar-el, o chefe disse que você já pode entrar. - D. Berenice conduziu o Investigador até à entrada da sala do Chefe Josh.
- Obrigado.
- Então, kar-el, o que é que você tem pra mim? - Perguntou o chefe, encostado na poltrona e brincando com um lápis entre os dedos.
Kar-el já conhecia as manias, - ou cacoetes - do Chefe Josh, fazendo uso daquele lápis; primeiro colocando-o no bigode, onde permanecia por uns 40 segundos; levando-o, em seguida até à orelha e finalmente devolvendo ao estojo porta-lápis sobre a mesa. Minutos depois, apanhava o lápis novamente e o ciclo se repetiria várias vezes, até o final da apresentação.
- Bem, chefe, com exceção de uma pequena corrupção cometida por um funcionário do hospital, que forneceu cópia de liberação de um defunto para sepultamento e de um atestado de óbito, mediante gorjeta de cinquenta pratas, não se pode afirmar a existência de qualquer infração em todo o caso! Refiro-me ao caso da imagem com suspeita de falsificada, na Igreja de Santa Tereza.
A reunião com o Chefe Josh durou 01:45m. Kar-el concluiu a sua apresentação e sugeriu uma nova reunião em 48 horas, ali mesmo. Só que, dessa vez com a presença do Padre Bellotto.
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A CARGA
Short StoryNessa história policial o Detetive Kar-el Santiago junto à sua equipe, vai usar de toda a sua astúcia e perspicácia para desvendar os enigmas de uma carga misteriosa.