02 - O incidente que mudou minha vida: o caos na festa de gala

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Bons corações nascem em meio às cinzas

Quando a fumaça se esvai. Consigo ver a sombra de varios homens que invadem o salão de festas o transformando em um campo de batalha, de repende as músicas, e danças, dão lugar a gritos aterrorizantes de desespero, barulhos de estrondos e das vidraças sendo desperdiçadas.
Puxo o pano que cobria a mesa com cuidado tentando assimilar a situação, infelizmente tudo o que consigo ver são vários pés correndo de um lado para o outro. Antes que eu tivesse tempo de reagir sinto uma dor agudo sobre a minha mão direita, alguém deve ter me pisoteado durante a confusão. A dor me faz cair na real, olho para o lado em busca de Haru, me sinto aliviada ao ver que mesma está no mesmo lugar com a cabeça entre os joelhos em uma tentativa de evitar os sons vindo de fora. A sacudo de leve tentando fazer com que ela me olhe.

- E-eu.... nos vamos morrer ? Pergunta ela em meio aos prantos.

-Não, não vamos. Eu vou te tirar daqui, só precisa ficar calma e confiar em mim. Você pode fazer isso? Haru ainda mantém seu olhar no chão.

-Haru! Ergo a minha voz ao máximo que consigo_ Você pode fazer isso ?

Ela não diz nada, mas a vejo assentir com a cabeça. - Ótimo! Digo satisfeita.

Me coloco sobre os joelhos e levo minha mãos até a parte cima da mesa em busca de apoio. Analiso a situação em busca de uma rota de fuga segura. Em meios aos destroços consigo avistar a porta dos empregados que leva até a cozinha e consequentemente até o jardim. Sem pensar duas vezes pego a mão de Haru lhe lanço um sorriso torcendo para que seja reconfortante o suficiente. Com um puxão a faço levante e correr para trás de outra mesa. Tento não perder o foco enquanto passamos por vários corpos estirados pelo chão, todos já sem vida. Preciso ser rápida se quiser sair desse lugar.

Noto que os guardas da casa não são pareos para a fúria do exército de delinquentes, agora consigo enxergar com clareza. São inimigos dos meus pais, à alguns anos atrás eu ouvi boatos sobre eles terem raptado algumas crianças desse grupo. Eu deveria estar no meio dos guardas ajudando a impedir a invasão, mas nesse momento a segurança de Haru me parece mais importante.

Continuamos andando de mesa em mesa para não sermos notadas. Enquanto atravessamos o salão um dos dejetos de uma explosão vem em nossa direção. Rapidamente uso a minha habilidade para criar uma lança que acerta o objeto no ar. Olho para Haru para me certificar de que ela não se machucou. Não consigo decifrar o seu olhar, mas julgando pela forma que ela soltou minha mão.... eu só pude implorar mentalmente "por favor não me odeie"

-Você é um deles! Eu sei como vocês são perig-...

- Não temos tempo pra isso, você prefere ficar aqui e ser esmagada por um desses destroços? Digo cortando a frase de Haru antes que a mesma possa concluir. - vamos andando.

Finalmente chegamos até a porta. A mesma estava bloqueada por um pequeno grupo de homens, antes que eles pudessem reagir me coloco na frente de Haru criando uma barreira de gelo para nós proteger de qualquer ataque que eles possam lançar.

- Encontre um lugar seguro! _Digo indo em direção ao primeiro guarda, usando os objetos do salão e a minha própria habilidade para não ser pega.

- Olhem essa garota tem habilidades, ela deve valer uma grana_ ouço um dos guardas comentando. No mesmo segundo avanço em uma direção o acertando com uma cotovelada no queixo fazendo ele engolir suas próprias palavras. Uso seu corpo como escudo para me livrar dos ataques lançados pelos seus companheiros. Jogo o corpo do homem sobre o próximo inimigo usando a distração para pegar a sua arma e acerta-lo na cabeça com o cabo da mesma.

-Essa garota é rápida demais!_Não permito que ele termine a frase pois corro na sua direção agarrando o seu braço e aproveitando a deixa para socar o estômago do deliquente.

- Vocês estão malucos?! O que pensam que estão fazendo? Não vinhemos até aqui para caçar garotinhas!! Venham rápido ou os Wertheimer irão fugir. Gritou um homem que possuía uma máscara cobrindo seu rosto. O resto dos delinquentes seguem o homem sem questionar, enfim liberando a passagem para a porta. Chamo Haru que sai do seu esconderijo, atravesso a porta correndo até que ouço um grito ao qual não consigo decifrar a direção mas sei que pertencem aos meus pais. Me viro lentamente..

- O que está fazendo? Volte agora mesmo, você tem que proteger esse lugar. _ Me viro em na direção da voz, agora consigo ver melhor, meu pai está de baixo de um escombro que parece ter caído do teto e minha mãe está tentando o tirar de lá o puxando pelo braço, seus esforços parecem ser em vão.

- Espero que gostem do inferno! Aproveitem seu karma!

São minhas últimas palavras antes de atravessar a porta por completo e correr até o jardim. Depois de corremos alguns nos deparamos com o portão, nunca achei que ficaria tão feliz em vê-lo. Só então me permito respirar, eu estava exausta minhas pernas tremiam e ameaçavam falhar. Olho para Haru que parece estar tão exausta quanto eu

- Está tudo bem ? Você está ferida ? Pergunto apreensiva. Colocando minha suas mãos sobre meus joelhos em em uma tentativa de aliviar o cansaço do meu corpo.

- São só alguns arranhões, eu estou bem! Mas, e quanto a você ? Seu cabelo tem mechas brancas agora_Haru estende uma de suas mãos para tocar meu cabelo analisando as mechas que tinha trocado de cor. - São frias!

Apenas acinto aliviada pela resposta de Haru, ignoro suas perguntas e levo as mãos até meu pescoço alcançado o fecho do meu colar, faço o mesmo com os meus brincos e os entrego para Haru.

- Me ouça com atenção! _ seguro seus ombros entre os dedos tentando fazer com que ela entanda
-Esconda essas joias entre as suas roupas, vá até a polícia e diga que se perdeu da sua tia. Você sabe onde ela mora, não é ?

- Você vem comigo, certo ? Pergunta Haru apreensiva.

Não, eu não poderia fazer isso. Ela tem alguém pra voltar, diferente de mim, não posso estragar a sua chance de ter uma família de novo, essa garota já sofreu tanto. Seria injusto. Minha habilidade só lhe traria problemas.

- Ainda deve ter garotas como nós naquele lugar, eu preciso voltar. Eu juro que vou te encontrar. Agora vá, rápido!

De repende Haru me abraça forte. Sinto seus braços me apertarem, como se ela soubesse que era uma despedida.

- Me diga seu nome pelo menos.
- Nara, Nara Wertheimer _ Haru apenas acena com a cabeça. Sinto seus dedos deslizarem pelos meu até que nossas mãos se separe completamente.

Ela direciona seus passos em direção a estrada_ Observo até que sua sombra suma de vista

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Ela direciona seus passos em direção a estrada_ Observo até que sua sombra suma de vista. Então me volto em direção à mansão o mais rapidamente que posso, quando estou prestes a entrar pelo portão uma explosão gigantesca me faz parar de correr no mesmo instante. Caio pra trás com o impacto, quando levo meus olhos até a casa novamente já era tarde demais, tudo está coberto de chamas.

- Eu não pude salvar ninguém- Repito pra mim mesma em pura decepção. Nesse momento finalmente a angústia me consome em forma de lágrimas.

Quando o vazio de duas almas emerge (Akutagawa × leitora)Onde histórias criam vida. Descubra agora