Os Collins

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~Ponto de vista da Megan~

Acordei cedo o suficiente pra ver o sol nascendo. Lana ainda estava dormindo pois ela só vai trabalhar às seis da tarde. Nós dividimos esse apê a uns quatro anos, quando eu comecei minha faculdade. Está sendo difícil manter ele, pois desde que me formei a mais ou menos um ano, não consigo achar um trabalho pra mim, e o que Lana ganha trabalhando meio período em um bar no centro também não ajuda a pagar as dividas. Eu dou aulas de reforço pra uma criança as quartas, nas sextas ajudo minha irmã no bar, e no resto da semana trabalho em uma padaria, não era o trabalho que eu imaginava ter quando terminei minha faculdade de finanças, mas creio que seja temporário.

Tomei um banho gelado pra despertar, peguei meu café e desci as escadas do prédio. Antes de ir pro trabalho passei na casa minha mãe, minha mãe adotiva, pra ser mais exata. Ela me criou depois que meus pais morreram em um acidente de carro quando eu tinha nove anos, eu fui a única pessoa que sobreviveu, mas eu não lembro de quase nada do acidente. Ela trabalhava na casa deles desde que eu tinha nascido, nós éramos uma família de muita boa condição, apesar da minha memória falha, me lembro de vários momentos bons com meus pais, me lembro de não passar dificuldades, me lembro do amor deles. Mary desde então me cria como sua filha mais nova, depois de Lana.

- Você sabe que dia é hoje? - pergunta ela enquanto tomamos café na sala.

- Sexta? - respondo sendo irônica. Eu sei que dia é hoje, e tô tentando não me abalar por isso.

- Não seja boba - ela diz com um sorriso suave colocando a mão dela na minha. - Hoje fazem 12 anos.

Fiquei calada e apenas abaixei a cabeça.

- Sei que está triste, e está tudo bem ficar assim, eles eram seus pais. - ela fala enquanto eu tento segurar o choro.

- Eu sei - digo com os olhos vermelhos.

- Lua - ela diz sorrindo, era assim que meus pais me chamavam - sabe o porquê deles te chamarem assim?

- Não- respondo balançando a cabeça

- Kate me disse que quando você nasceu, a lua estava linda, iluminada, brilhando, do jeito dos seus olhos. E toda vez que ela estava longe de você e olhava pra lua, ela lembrava da princesa dela. Quando você foi crescendo, ficou tão obcecada pela lua quanto ela. - sorri enquanto uma lágrima escorria.

Ficamos mais um tempo conversando mas eu tive que sair logo pra ir trabalhar.
Cheguei na padaria quase atrasada. Pus o avental e prendi o cabelo.

Mesmo estando ocupada, não conseguia tirar aquela história da minha cabeça, o acidente, as dívidas, o medo que eu estou da Mary ser despejada da casa dela, do meu futuro que poderia ser totalmente diferente agora. Estou com raiva, com muita raiva porque a vida é injusta, porque perdi as pessoas que mais amava, porque tenho que dar um jeito nos meus problemas e eu não sei por onde começar.

Olhei pra televisão na parede pra me distrair com a notícia que passava.

- O que é isso? - pergunto a Clair que estava na bancada comigo.

- O grande magnata de Nova Iorque, John Laurent está de volta na cidade, pra cuidar de "negócios". - ela repete a notícia da tv.

-Provavelmente o filho mimado dele deve ter se metido em mais uma confusão. - digo.

- Pode ser, mais não podemos negar que ele é um sonho. - ela diz rindo pra mim.

Eu ri.

- Como deve ser fácil ter o tudo na suas mãos e não dá valor.

~Ponto de vista do Chris Laurent.~

Acordo assustado com minha irmã e entrando no meu quarto.

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