#4.1 yielded

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___________ P.O.V. Jackson ___________

Ouvir aquele pedido era tudo que eu precisava. Eu sabia que tínhamos estabelecido apenas uma regra, mas eu vinha querendo mandá-la para o inferno a um tempo. Eu não sabia exatamente há quanto tempo, mas já faziam alguns encontros que o pensamento de não poder beijar Ji Eun era algo que me incomodava. Não, eu não tinha me apaixonado, mas de repente a ideia de poder morder seus lábios como ela fazia me parecia muito... interessante. Minha cabeça se perguntava sobre o gosto de seu beijo, se havia algum sabor em seu batom ou se seus lábios eram naturalmente rosados e se seriam tão macios contra minha boca quanto eram contra meus dedos.

E a verdade era que nem em meus melhores sonhos eu poderia imaginar aquilo. O jeito como ela me deixava tomar o controle sobre sua pele macia me fez perder o controle rápido demais, me concentrando apenas em suas digitais delicadas em meus cabelos. Percebi que algo estava errado quando desci meus lábios por seu pescoço e ao contrário de um suspiro, recebi as respirações curtas e assustadas de alguém que não estava totalmente ali. Me afastei, seu cheiro doce preenchendo minhas narinas e me embriagando em desejo enquanto procurava seus olhos com os meus.

— Ji Eun.

Chamei seu nome, vendo lágrimas silenciosas rolarem por seu rosto que ostentava a expressão fechada de alguém que continha um sentimento. Ela não me encarava de volta, os dedos traçando um carinho tímido em minha nuca enquanto mantinha o rosto em direção ao chão. Mantive o carinho em seu rosto, passando por seu pescoço, descendo para seu ombro onde me concentrei em fazê-la desfazer-se do pesado sobretudo de lã, descendo minhas mãos por seus braços que agora pendiam inertes ao lado de seu corpo enquanto ela respirava fundo. Terminei de tirar a peça pesada, deixando-a cair de qualquer forma no chão enquanto brincava novamente com sua pele, da ponta dos dedos aos cotovelos, fazendo seus braços se apoiarem novamente em meus ombros, aos seus ombros, depois por seu pescoço até que minhas digitais encontraram seu rosto novamente e levantaram seu queixo de leve, puxando-a até nossas testas se encontrarem.

— Ji Eun, — comecei reticente. Queria deixá-la confortável, mas não sabia o que fazer. — eu... Você sabe. Vamos só até onde você quiser. Me diga o que você quer.

Nossas respirações se misturavam e eu poderia passar o resto dos meus dias perdido ali, apenas sentido seu carinho tímido que me causava arrepios na base do pescoço.

— Você. — Ela disse em um sussurro, a voz de alguém que havia se cansado de brigar e estava entregando os pontos. Senti seu leve avanço contra meus lábios e recuei. Eu queria tanto quanto ela, mas queria que ela tivesse certeza. Se ela resolvesse no próximo segundo virar as costas e ir embora, assim ela o faria, mesmo que apenas alguns segundos antes suas digitais tivessem se afundado mais em meus cabelos em um leve puxão que me fez engolir um gemido enquanto ela ainda respirava fundo. — Você, Jia Er. Eu quero você.

Mesmo com os olhos fechados, a certeza que havia naquelas palavras me fez tremer por inteiro. Me afastar pela segunda vez que ela investiu contra meus lábios foi quase impossível, mas eu queria ter ainda mais certeza do que as que suas palavras me davam.

Em uma manobra arriscada, mas me permiti descer minhas mãos pelo perímetro do seu corpo até suas coxas grossas envoltas pelo jeans skinny, com a ideia de colocá-la sentada sobre o balcão. Os próximos eventos aconteceram todos em questão de segundos. Senti suas pernas alongadas se entrelaçarem ao redor de minha cintura ao mesmo tempo que seus dedos acariciaram meu rosto e seus lábios encontraram os meus em um selar calmo porém cheio de vontade. Seu toque firme em meu rosto era a certeza de que aquilo realmente estava acontecendo, sua boca se movimentando contra a minha fazia meu coração se acelerar com um sentimento que eu não conhecia, mas que era bom e que eu não queria que fosse embora nunca. A forma como ela me puxava sempre mais para perto, como se houvesse espaço demais entre nós, era o único índice de desespero naquele beijo intenso. Eu estava perdendo o controle sobre ela e nunca foi tão doce.

desire - jackson wang  - pwpOnde histórias criam vida. Descubra agora