Capítulo 2 - Lírio Azul

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Félix estava perdido em seus pensamentos após fazer uma breve pesquisa sobre "olhos rosas" ou até mesmo, "o que significa ter o coração acelerando do nada?", recebendo vários caminhos e respostas diferentes. O alfa estava um pouco amedrontado com alguns palpites que os sites lhe deram, mas apenas dois deles, serviram-no de alerta máxima; imprinting ou quase infarto.

Era por causa disso que o alfa estava ali, em plena segunda-feira, sentado na maca apreensivo, enquanto fazia um check-up completo. O doutor Lee parecia desconfiado de seu desespero. Ou era um sinal de divertimento?!

- Félix, fale logo o que andou pesquisando. - Insistiu mais uma vez ao deixar a prancheta do lado do corpo.

- Como...?

- Como eu sei? - Minho sorriu. - É bem simples, você está bastante aflito e não há indícios de melhora ou piora do seu caso... Também o nosso encontro é às terças e quintas-feiras. Por que não esperou até amanhã?!

Diante da expressão calma e assustadoramente paciente de seu doutor particular, e que mesmo estando perdendo o seu precioso tempo ao atender um alfa preocupado demais ao ponto de fazer uma tempestade em copo d'água, sentou-se na cadeira giratória e esperou a boa vontade de seu cliente lhe contar.

Félix soltou uma lufada de ar, antes de jogar tudo de uma vez. - Aconteceu algo estranho ante de ontem cedo e andei pesquisando o motivo, encontrando imprinting e um infarto.

- Certo, que acontecimento estranho foi esse? - Perguntou mesmo já sabendo do que se tratava, o mais velho queria rir da sensação de déjà vu que estava sentindo.

- Era um híbrido de cervo que vendia flores e de forma repentina eu vi os olhos dele mudarem para o rosa. Mas foi muito rápido.

Minho estava calado, sem um indício de que voltaria a falar alguma coisa e, seu rosto continua inexpressivo, sem denunciar qualquer pista dos seus pensamentos. Um silêncio que estava deixando o alfa ainda mais ansioso.

- Você teve um imprinting, Félix. - Afirmou ele, de forma repentina e bastante convicto.

O alfa citado ficou estático, a surpresa escrita em seus olhos, apenas confirmava o que Minho andava suspeitando sobre o limite que a doença não teve o sucesso de alcançar; os instintos de um alfa. Félix ficou por um tempo em silêncio, absorvendo a informação e ao que a ficha pareceu cair, um sentimento sufocante apertou o seu coração.

- Um imprinting... - Sussurrou ele, ao apertar os próprios dedos.

Minho suspirou. - Você tentará?

- Mas eu sempre tentei, com qualquer híbrido, mas não acaba bem. - Disse ele, olhando para um canto qualquer daquela sala.

Minho deu a volta de sua mesa e aproximou-se de um alfa amedrontado pela recente descoberta, e por não querer deixar o híbrido de cervo sofrendo pela sua partida. Apertou o ombro estreito do menor, tendo aqueles olhos encarando-o assustado.

- Talvez seja por isso, porque você sabia que não era pra sempre e decidiu se aventurar, pois eles sempre vão embora... Mas agora é diferente Félix, é da sua alma gêmea que estamos falando.

- Mas... - Desistiu de argumentar ao leve acenar de cabeça do seu médico.

- Agora, a única questão é, você deixará que o cervo se aproxime?

**

Durante o seu caminhar para a sua residência, a resposta convicta de Minho não saia de seus pensamentos. Um imprinting, ele teve um imprinting com aquele híbrido de cervo. Félix não sabia o que sentir mais; euforia ou pavor. Como isso foi acontecer?

Cornflower Blue | (Hyunlix) Onde histórias criam vida. Descubra agora