Ainda o céu encontrava-se escuro quando, inesperadamente, Félix se levanta em um impulso rápido, e mesmo com os passos atrapalhados, atirou-se em uma corrida desajeitada para o banheiro, não tardando em levantar a tampa do vaso e começar a pôr pra fora algo que nem ele sabia direito o que era.
A cada novo empurrar que o seu corpo dava para vomitar, mais a sua garganta doía, seus dedos tremiam enquanto procurava apoio no mármore do vaso. Aquilo doía de um jeito infernal.
Assim que o seu corpo pareceu se acalmar, Félix sentiu um frio na espinha ao sentir um gosto metálico de sangue em sua boca. Diante dos pensamentos confusos, ele se arrastou para longe do vaso.— Por favor, não… — A súplica que saiu muito baixa, quase inaudível, o alfa se encostou na parede gélida daquele cômodo. Ele não podia entrar em desespero, não agora.
Com passos lentos e trêmulos, caminhou de volta para o quarto, onde fez uma procura pelo aparelho eletrônico, após ligar a luz amarela do abajur, logo, encontrando-o escondido no emaranhado de lençóis e cobertores.
3:30 estava em destaque, confirmando que era uma péssima hora para incomodar Minho com as suas possíveis paranóias… Mas, e se realmente não for uma paranoia?
— Tudo bem Félix… é só um mal estar… não há nada para se alarmar… certo? — Nem o próprio alfa acreditava fielmente em suas palavras, levando suas mãos para a cabeça, apenas para bagunçar o cabelo.
Sem ter o que fazer e por estar se sentindo fraco demais para se reinventar novamente só para chegar à cozinha, deitou-se no colchão macio aos poucos e com um cuidado, consideravelmente, exagerado. Só deu tempo dele soltar uma lufada de ar para que mais uma onda de dor tomasse todo o espaço em sua mente e corpo, fazendo-o abraçar o próprio corpo, enquanto se encolhia cada vez mais embaixo de inúmeros cobertores, mas mesmo assim, o frio continuava sendo doloroso.
— Droga… só pare, por favor… — Suplicou mais uma vez em um rosnar baixo e sôfrego. Talvez por estar cansado mentalmente acabou adormecendo rápido.
Um som alto, persistente e irritante soou pelo ambiente, inundando o quarto que estava um claro devido a luz tímida do sol e deixando um certo alguém emburrado, consequentemente, fazendo-o levantar da cama aos resmungos e xingamentos, sendo desligado de forma ríspida e raivosa, apesar dos fios castanhos estar um pouco tonto e tropeçando em seus pés.
— O que há comigo? — Perguntou-se ao olhar para o próprio reflexo do espelho e logo em seguida abaixou o olhar para as mãos que não paravam de tremer. Na verdade, Félix estava com medo de saber a resposta, com muito medo.
Por fim, as coisas ocorreram de forma mais demorada por causa desta fraqueza que insistia em lhe acompanhar, desde a se manter aquecido com as roupas até trancar a porta de sua casa — depois de ter conversado com as flores lindas do híbrido de cervo, pode parecer estranho, mas para o alfa era uma forma de mantê-lo calmo.
Os passos desajeitados do alfa carregava um punhado de medos e mais medos eram impostos através de seus pensamentos sombrios, fazendo-o soltar cada lufada de ar pesarosa, essas respiradas sendo ainda mais difíceis de controlar, até seus pés pararem em frente a um prédio de dois andares, o hospital em que Lee Minho trabalha.
— Félix, pronto para… o que foi? — Perguntou ele, assim que percebeu o estado do alfa, de cabeça baixa, tanto as mãos quanto as pernas tremiam bastante, parecia que o garoto entraria em colapso a qualquer momento.
— Minho… por favor… me ajuda… — As súplicas saíram doloridas e atrás de um esforço a outro para completar o seu pedido, logo desmaiando em seguida.
— Rápido! Levam-no para a sala de emergência! — Gritou Minho assim que segurou o corpo pequeno e amolecido entre os braços.
Aos poucos os sussurrar de algumas conversas invadiram seus ouvidos, fazendo-o abrir os olhos uma ou duas vezes, antes de finalmente estar despertado. Demorou um pouco para o seu cérebro processar que encontrava-se em um quarto do hospital e que parecia ser noite ao julgar pelo friozinho que estava sentindo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Cornflower Blue | (Hyunlix)
Fiksi PenggemarHwang Hyunjin | Lee Félix | song!fic | Fluffy | ABO | 5 capítulo Félix sempre foi um garoto solitário, um alfinha doente e aceitou o seu destino já entrelaçado pela morte. Até sofrer um imprinting. Ou, onde um híbrido de cervo tentará a todo custo...