Baile em Londres

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Richarlison andava a mil na FZ 15 preta, morava perto da casa de Emerson então não se preocupou em usar capacete, apenas brincava com um pirulito preso entre os dentes enquanto sentia o vento esfriar seu rosto levemente quente pelo banho recente. Não era muito fã de festas à fantasia, nunca sabia o que vestir e nem como se portar, festa para ele era o mais casual e confortável o possível, seria muita idiotice acordar bêbado no outro dia usando uma fantasia de minions(sim,ele usaria).

Mas não, ele não estava disposto à voltar para casa e não, não usava a fantasia de minion. Richarlison usava uma fantasia improvisada de policial, com direito às algemas e uma arminha de brinquedo. O brasileiro os combinava com uma camisa preta simples que com a ajuda de Emerson colou um adesivo imitando um distintivo, uma calça da mesma cor, os tênis brancos e por fim, um par de correntes de prata, uma era simples e a outra tinha sua inicial.

Para falar a verdade, o motivo de ir a festa tinha nome e sobrenome. Também tinha cabelos lisos e escuros que estavam sempre bem arrumados e bem cortados; os olhos castanhos; um corpo escultural e um par de coxas roliças que pediam por uma mordida.

Sinceramente, Son Heung Min era irresistível.

Dias antes do combinado para a festa, Son comentou consigo sobre sua provável fantasia, explicou todo o contexto dela e mostrou cada detalhe que ele com certeza havia seguido.

Magnus Bane, um feiticeiro posturado e marrento do universo de Instrumentos Mortais, já ouviu falar do filme e dos livros, mas infelizmente leitura não era seu forte. O filme acabou vendo sem querer uma vez na sessão da tarde quando ainda estava no Brasil, mas não se lembrava momento algum do personagem escolhido pelo amigo.

Son estava animado, Richarlison tinha total ciência disso, acabava por o animar também, sem nem perceber.

Richarlison queria ver Son Heung Min.

Somente de imaginar a qualidade da fantasia do amigo o brasileiro se arrependeu de não ter se empenhado mais na escolha. Polícia? Se for no carnaval encontra pelo menos um vinte vestidos do mesmo jeito sem precisar dar dez passos. Mas mesmo com os pensamentos à mil, Richarlison estacionou sua moto no jardim da casa "humilde" de Emerson, custava muito dizer que era rico?

Andou pela grama cumprimentando pelo caminho quem conhecia e sorriu largo ao ver o dono da festa e a namorada o esperando do lado de fora. A casa de Emerson Royal era o triplo da sua, o jardim repleto de gente suada e cheirando à uma mistura de cigarro com perfumes de todos os tipos, Richarlison amava isso.

— Irmãozinho! — o Royal tirou o braço do ombro da namorada e puxou o amigo para um abraço, o soltando para tragar do cigarro preso nos dedos — Só faltava tu, tava onde?

— Eai cunha. — abraçou Estela, e jogou o palito do pirulito fora — O trânsito tava uma merda, ainda parei pra abastecer.

— Entra aí, os caras tão lá perto da cozinha. — quando a porta foi aberta, Richarlison se viu novamente com seus dezoito anos, mais especificamente quando ele deu um perdido em uma namoradinha da época pra curtir um baile com os amigos. Era sem dúvidas nostálgico, a sala era grande, os sofás estavam cheios de pessoas se pegando e outras conversavam enquanto bebiam, as paredes brancas tinham uma tonalidade verde muito forte pelas luzes LED postas nas extremidades das paredes, o som era puramente brasileiro.

Richarlison gritou um "Wow" assim que "Sorrisin de Puto"começou a tocar.

— Meu som, my friends. — o brasileiro sorriu para os amigos, as pessoas no lugar usavam fantasias de todos os tipos; coelhinhas, piratas, anjinho e diabinho, mas nenhum sinal do tal Magnus Bane que Richarlison tanto queria ver — Tá os caras tudo aqui? Na moral irmão, isso aqui tá foda.

coragem líquida - 2sonOnde histórias criam vida. Descubra agora