Love on a piece of paper (Taegyu)

012

× Flashback ×

- Hyung, tem certeza que ninguém vai ver a gente aqui, né?? - perguntei preocupado para Seungcheol, afinal, eu já sabia que seu pai me odiava e odiava o fato de seu filho gostar de mim.

- Taehyun, eu já falei pra você ficar de boa. - segurava minha mão enquanto me puxava para algum tipo de pracinha, esta que estava vazia, até eu parar de andar e receber um olhar confuso do mais velho. - Ah, qual é? Confia em mim! - revirando os olhos suspirei e concordei, voltando a caminhar junto ao moreno. Eu não podia dizer não com aqueles olhos redondos e miúdos brilhando, nem seu micro sorriso de canto, esse garoto ainda vai me deixar louco.

Eu estava bem tenso, confesso, mas queria tanto aproveitar esse tempo com Seungcheol. Já fazem semanas que não podemos nos ver por causa de seu pai e seus "guarda-costas", eles não dão um dia de folga pra gente e somos obrigados a nos evitar. Mas agora não é momento pra isso, vou só deixar rolar e ver no que dá, curtir cada segundo que tivermos e tentar matar a saudade imensa que ando carregando comigo durante esses últimos dias.

Algumas horas depois

- Ai, cala a boca, Seungcheol. - rio após ouvir mais uma das piadas horrorosas do Choi, fala sério, só ele mesmo pra achar graça dessas coisas. São essas coisas bobas que eu mais valorizo, que eu mais gosto e aprecio nessa vida, essas risadas soltas, os beijos e carinhos que trocamos durante nossas conversas, tudo fica mais especial, e eu amo isso.

Eu amo ele.

Logo somos interrompidos por uma notificação em meu celular, eu me perguntei internamente quem poderia ser, e assim que ligo a tela vejo o contato de minha mãe.

mãe❤️
oi filho, seu pai e eu já estamos saindo de casa, ok?
se alguma coisa acontecer, vc me liga ou manda mensagem
a gente te ama, se cuida ❤️

oi mãe
tá bom, pode deixar
também amo vcs, boa viagem ❤️

- Aonde seus pais vão? - perguntou o garoto que me rodeava em seus braços fortes, deixando um leve carinho em meus cabelos e beijos em minha cabeça.

- Eles 'tão indo visitar uns parentes meus. É lá no interior, então eles tem que sair o mais cedo possível agora pra poder chegar de manhã lá.

- Ahh, entendi. - disse com um biquinho. - Então isso significa que você vai estar sozinho durante alguns dias, né?

Já sabendo aonde o mais velho queria chegar, sorri travesso concordando. Seu entusiasmo era evidente e não posso negar que seu jeito de criança me contagiava, e ali mesmo já pude imaginar o que poderíamos fazer em casa, apenas ele e eu.

{No dia seguinte}

Acordei tarde, já passava das onze da manhã, mas não me preocupei muito pois estava sendo acolhido pelo abraço de Seungcheol, aquilo me deixava em puro êxtase e nada poderia estragar isso. Pelo menos era o que eu pensava.

No exato segundo em que peguei meu celular, fui completamente bombardeado pelas mensagens de minha tia, ela me perguntava se meus pais já haviam saído de casa ou se eu consegui fazer contato com os mesmos. Fiquei muito confuso, afinal eles saíram ontem à noite e me avisaram, qual a razão para a minha tia estar me perguntando essas coisas?

Bom, apenas uma coisa poderia ter acontecido: minha mãe e meu pai não chegaram. Mas onde é que eles poderiam estar? Não tem sentido, nada disso está se encaixando.

Depois de a responder, tentei ligar para a mamãe, mas sem nenhuma resposta. Eu já estava ficando preocupado demais, minha agitação acabou acordando o Choi, este que me perguntou o que aconteceu, logo em seguida expliquei cada detalhe ao mesmo, que se encontrava tão confuso como eu. Pensamentos ruins ganhavam cada vez mais espaço em minha mente, eu não queria pensar mas estava óbvio que algo infeliz havia acontecido. Lágrimas tomavam conta de meu rosto e a tristeza domava meu coração, por pouco completamente desolado se Seungcheol não estivesse ali.

E como se não pudesse piorar o que já estava lamentável, atendo a ligação da irmã de minha mãe, apenas confirmando o que eu nunca pensei que fosse se tornar real, o que achei que dia algum poderia chegar. Meus pais estão mortos.