No berçario.

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Bruna despertou com uma luz forte em seu rosto, ela vinha do teto do quarto hospitalar que estava. Logo ela reconheceu, era o San Magno, hospital que sua mãe trabalhou a vida toda como técnica de enfermagem.

- Mãe... ! - Sussurrou roca.

- Meu amor, você acordou! - Se aproximou - Seus irmãos foram com seu pai para a cantina do hospital comer alguma coisa. Você tá se sentindo bem? - Ordália dizia enquanto fazia carinho no cabelo da filha.

- Sim, eu acho, só to confusa, muito confusa. Foi um pesadelo!? Uma alucinação ou foi real? - Ela se recordava do que havia acontecido na madrugada, mas seu raciocínio se negava a acreditar.

- Eu não sei o que aconteceu, só sei que você chegou lá em casa já dada a luz e estava com dois bebês no colo, uma menina e um menino...

Bruna colocou a mão na cabeça.

- Então foi real tudo que aconteceu... Eu perdi meu bebê!? Ele morreu , mãe!? Me diz que ele ta bem, que ele só estava desmaiado ou sei lá, mas que ele ta vivo! Por favor, mãe! - Chorava desesperadamente enquanto apertava os braços da mãe.

- Eu não pudi fazer nada, minha filha... Ele já chegou sem vida. - Chorou e abraçou a filha. - Estamos todos muito abalados.

- O meu bebê... Não... - Chorava.

- Mas e a menina!? - Se afastou do abraçou e encarou a filha. - Eu sei que você não estava grávida de gêmeos e sim de um menino.

- Cadê ela!? Eu preciso vê-la ! - Falou tentando se levantar.

- Calma! Me explica, Bruna! O que aconteceu? Quem é essa menina? De quem é essa bebê?

- É minha! Ela é minha! Eu tenho que cuidar dela. - Disse séria.

- Filha! Eram dois? Ela saiu de você?

- Não... Não saiu. - Lágrimas correram pelo seu rosto novamente.

- Meu pai, tinha alguma coisa me dizendo isso. Onde você achou essa menina? Pelo amor de Deus não diz que você roubou esse bebê, eu sei que você perdeu o seu mais os pais dessa meninas devem...- Bruna a interrompeu.

- Pelo que eu me lembre eu achei ela jogada em uma caçamba... Tava tudo deserto, muito frio, eu ouvi ela chorar enquanto tudo que eu queria era ouvir o mesmo do meu bebê... - Tentou segurar o choro. - Ela foi enviada pra mim! Como uma segunda chance. Os pais dela a jogaram em uma caçamba, em uma caçamba, mãe! Ela poderia ter morrido se eu não tivesse chegado, eu salvei a vida dela e de certa forma ela salvou a minha.

- E-eu não sei nem o que te dizer... - Sentou-se. - Você achou essa menina em uma caçamba!? Que horror, só de pensar em tudo que poderia ter acontecido com ela...

- Eu já perdi tudo, mãe, não posso perder ela também! Ela vai ficar comigo! Nem que eu tenha que fungir com ela.

- Não, você não vai para lugar nenhum, eu seria a última pessoa nesse mundo que te impediria de ficar com essa menina. Os pais dela a jogaram em uma caçamba, você perdeu um bebê, vocês precisam uma da outra. - Disse olhavando com admiração para Bruna. - E eu sei que ninguém nesse mundo cuidaria melhor dela que você. - Se levantou.

- Eu te amo! - Se abraçaram. - Eu preciso ver ela!

- Vamos, ela deve estar querendo te ver também.

- Mas e o papai e os meus irmãos?

- Eu volto e aviso a eles que está tudo bem com você. - Sorriu.

Elas seguiram até o berçário.

- Oh lá a tua menina. - Apontou.

Você é o amor da minha vida. (Bruloma - Marise)Onde histórias criam vida. Descubra agora