Seguindo a vida.

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Paloma iria encontrar Ninho em um parque, quando chegou, estava nervosa, seu coração estava acelerado, iria terminar com  o homem que ela julgava ser o amor da sua vida, o pai da sua filha.

Assim que viu Ninho se aproximando Paloma esqueceu o que havia decorado de falar com ele, teria de improvisar.

- Oi, gata. - Foi dar um beijo em Paloma e ela virou o rosto, ele acabou dando na bochecha.

- O que eu tenho para te falar é sério, Ninho. - O encarou séria.

- O que foi? - Percebeu o tom da conversa.

- A gente precisa terminar. - Falou tudo de uma vez, não era assim que ela queria mas não pensou em outro jeito.

- Por quê? O que eu fiz? Eu te amo, Paloma. Você só pode tá louca... Esqueceu de tudo que a gente viveu? - Ele não queria acreditar no que estava ouvindo.

- Não, não esqueci... Mas tenho que seguir em frente, você quer que tudo volte a ser como era antes de termos nossa, mas simplesmente não dá, Ninho! Não tem como! Eu preciso ir atrás dela, ela é a minha prioridade.

- Eu também quero encontra-la, mas você sabe que isso é impossível, para que provocar só mais sofrimento!? Você tem que desistir, Paloma.

- Eu não vou desistir da minha filha! - gritou. 

- E de mim!? Você vai desistir, né!? - Falava ja emocionado.

- Que comparação ridícula, Ninho! Você está me fazendo desistir de você. Você mudou completamente desde que voltou da prisão...

- Claro que eu mudei, aquele lugar é horrível, não tem como continuar sendo um idiota que acha o mundo lindo. - Falou ríspido.

- Eu já sabia que o mundo era cheio de maldade quando te conheci, mas você me fez ver ele de um novo jeito...

- Paloma...

- É melhor a gente terminar por aqui! Eu vou procurar pela minha filha, por mais impossível que parece, eu vou fazer tudo que for preciso pra acha-la. E você pode continuar sua vida, como se nunca tivesse me conhecido ou tido uma filha. - Se afastou.

- Paloma! Volta aqui, por favor! Fica comigo, eu te amo.- Se jogou no chão e começou a chorar.

- Não posso... - Falou já com lágrimas nos olhos. - Seguiu.

***

Passam-se mais de 2 anos e mesmo com uma busca incansável pela sua filha, Paloma não achou qualquer sinal da garota, foi quando sua família a convenceu a se mudar do Brasil, para tentar refazer sua vida e ela só conseguiria isso longe dali, para marcar o principal ponto de seu recomeço ela decidiu sim fazer medicina já lá no exterior, mas dessa vez ela sabia que era isso que ela queria e iria se formar na área da pediatria em homenagem a sua filha.

Após 6 anos nos EUA, já formada, Paloma voltou para o Brasil, novamente precisava voltar para casa, mas dessa vez era porquê o seu coração implorava por isso e talvez por ter uma leve esperança em reencontrar sua filha.

Começou a trabalhar no hospital da sua família e cada criança que ela atendia a fazia pensar em sua bebê e querer que por ela estar cuidando te todas aquelas criança, por um gesto de agradecimento o universo cuidaria de sua filha.

*** Poucos anos depois ***

Paulinha estava prestes a completar 12 anos, Bruna finalmente tinha tempo para estudar e trabalhar, poder fazer a faculdade de direito que tanto sonhava e continuar trabalhando como corretora.

A menina cresceu linda e saudável, sempre coberta de mimos por todos da família, sempre muito educada e amando Bruna como ela a amava.

Bruna estava no trabalho enquanto Ordália passeava com Paulinha pela rua, na volta quando já estavam no ônibus, começou um tiroteio.

- Meu pai! Abaixa, meu amor, abaixa! - Falou agachando e trazendo a menina consigo.

- Que quê tá acontecendo, vó!? - Falou assustada.

- Uma coisa muito ruim. - Abraçou a menina.

Homens armados entraram no ônibus causando pânico.

- Todo mundo quieto nessa porra! - O rapaz dizia isso apontando a arma para os passageiros.

- Isso é um assalto, vovó!? - Paulinha sussurrou já com os olhos marejados em lágrimas.

- Fica todo mundo aqui dentro! - Disse isso e em seguida desceu do ônibus deixando somente um de seus parceiros ainda lá.

- Deveria ser, mas... - Ela disfarçadamente tentou olhar para o rapaz que falou, ele estava com um galão em mãos.

O rapaz começou a jogar o líquido do galão pelo ônibus, pelo cheiro todos já perceberam que se tratava de gasolina.

- Ah, não! - Ordália se desesperou.

O rapaz pegou um isqueiro, acendeu e jogou em meio ao líquido.

- Tchauzinho. - Correu para fora do ônibus.

Ordália e Paulinha estavam no final do ônibus, quando as pessoas começaram a se desesperar parar passar logo pela porta, e essa demora de sair daquele local já com bastante fumaça fez com que Paulinha desmaiasse, Ordália entrou em desespero, até que um homem se aproximou e pegou a menina no colo, imediatamente eles correram, seguindo até a saída do ônibus que já estava bem menos aglomerada.

Enquanto Paulinha era levada para o San Magno, Ordália ligou para Bruna e informou o que havia acontecido, ela então avisou aos seus superiores e seguiu imediatamente para o hospital.

Por ligação Ordália disse exatamente onde estava e Bruna pouco depois que chegou ao hospital a encontrou.

- Por quê que ela ainda não foi atendida? - Disse olhando pra filha desacordada em uma maca.

- Ainda não acharam vaga, melhor a gente leva-la pra um público, você sabe que não priorizam plano de funcionário de cargo baixo. - Disse já bastante preocupada com a situação.

- Mãe, daqui que chegarmos com ela em outro hospital... - Pôs a mão na cabeça.

Bruna seguiu até a recepção e explicou toda a situação da filha, mas eles não pareciam nada comovidos, foi quando ela começou a falar em um tom bem mais alto e chamar bastante atenção, já estava desesperada.

- Ela é uma criança! Pelo amor de Deus! - Lágrimas desceram dos seus olhos.

- Onde está a sua filha, moça? - Uma moça de jaleco branco, com uma identificação de médica pediatra disse se aproximando.

- Aqui! - Seguiu até a menina e a médica a acompanhou. - Ajuda a minha filha, por favor! É tudo que eu te peço, cuida dela. - Passou a mão pelo cabelo de Paulinha e em seguida virou para a médica, que também ainda não havia visto o seu rosto de perto.

Era Paloma, as duas se fitaram e no imediato momento se reconheceram, pareciam nunca terem esquecido uma o rosto da outra, nas não demonstraram qualquer sinal disso, apenas agiram naturalmente.

Você é o amor da minha vida. (Bruloma - Marise)Onde histórias criam vida. Descubra agora