Capítulo 8 - Ouça o belo som, aspire o fúnebre perfume

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Saudações! Não abandonei as fics não, hein? Isso nunca acontecerá, confia! Mas como tivemos um Carnaval nesses dias, aproveitei pra tirar um descanso. Estarei postando a fic de sexta passada hoje, o Pergaminho de Haruki (normalmente de segunda) amanhã e o Pergaminho de Rei (normalmente de quarta) na sexta. O próximo capitulo de Pergaminho de Sakuya (normalmente na sexta) provavelmente postarei no sábado, se tudo correr bem. Enfim, boa leitura!


Capítulo 8 - Ouça o belo som, aspire o fúnebre perfume


Arco 2 - Rebelião da Aldeia do Som


No dia seguinte ao encontro de Caius Lao Bistail e Arash Yajirushi, em algum lugar próximo aos limites territoriais do País do Relâmpago com o País da Geada...

Um homem de pele parda corre às pressas, destinando-se à Aldeia do Som. Seus olhos estão mergulhados em uma preocupação notável, assim como os mais profundos dos seus pensamentos. Seu coração se energizou com o encontro e com a noite passada na Aldeia da Nuvem, mas o dever lhe chama. Arash sabe que coisas terríveis podem estar prestes a acontecer no vilarejo que tanto ama desde tenra idade.

– Mime... – diz para si mesmo, em baixo tom.

O parceiro de Caius Lao, embora empenhado em sua longa viagem, tem a sua mente invadida por memórias sonorizadas por uma triste melodia lírica...

.../–/–/...

Dias atrás, em uma área comercial na Aldeia do Som...

Eu não me lembro ao certo dos meus sentimentos naquele dia. Recordo-me que estava caminhando entre bancas e barracas com frutas, verduras e legumes. Conforme caminhava, saudava aquelas pessoas de idade avançada que sempre estão sorridentes. Mulheres e homens, alguns acompanhados de crianças, ensinando-os o que certamente será passado adiante por várias gerações. A maior parte da renda de tantas famílias se concentrava ali, naquelas humildes vendas de alimentos.

Externamente, eu sorria. No entanto, em meu interior, acho que posso dizer que não estava tão alegre assim. As preocupações derivadas das questões políticas ocupavam a minha mente... De maneira tão profunda que eu me esquecia da tristeza em torno das condições de tantas pessoas. A Aldeia do Som não fica em um dos Cinco Grandes Países. Apesar do apoio da Organização das Nações Shinobi Unidas, nosso vilarejo permanecia e ainda permanece lidando com uma situação socioeconômica desfavorável.

Sua história de 40 anos foi marcada pela miséria de muitos e esse contexto talvez seja o que alimenta todos aqueles contrários à posição de Sorento Solo como Otokage. Afinal de contas, como um homem nascido em família nobre poderia entender a dor e mazelas vividas pelos mais pobres e menos abastados? Como ele entenderia a realidade da maior parte da população de um vilarejo que é visto com maus olhos pela maioria dos estrangeiros? Devo admitir que todas essas dúvidas são válidas. Sempre foram... Talvez sempre serão.

Todo aquele fluxo de pensamentos desatou a minha audição de modo que só pude notar um som viajando pelo ar quando já estava próximo demais. Meus olhos se arregalaram, pois eu já havia me afastado dos comerciantes e me aproximava de um aglomerado de crianças e adolescentes pobres. Todos eles vestiam roupas humildes e viviam em condições complicadas. Aquela música lírica entristecida parecia se encaixar perfeitamente com suas vidas precárias.

E lá estava ele: Mime Abumi. Assentado sobre o tronco de uma árvore baixa, ele estava com as pernas semidobradas diante do próprio corpo. Seus dedos brancos tocavam as cordas de uma lira, entoando aquela melodia tão profundamente melancólica. Seus olhos rósaceos intensos estavam fechados para que nada tomasse a atenção daqueles menores além da sua arte musical. Seus cabelos ruivos de um tom alaranjado estavam sobre suas costas e quase alcançavam a linha da cintura. Eu tinha a sensação de que aquele doce perfume floral advinha de suas inconfundíveis madeixas...

Justiça: O Pergaminho de SakuyaOnde histórias criam vida. Descubra agora