Capítulo 1

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Reynna•

Eu inspiro fundo ao som relaxante que o bluetooth do meu celular com a caixinha de som me proporcionava, olho para o relógio.

11:00.

Era hora de dormir, era hora de sonhar, e se tudo correria como o esperado logo eu estaria no acampamento meio sangue como eu havia escrito.

— Ok, respire.. —inspiro fundo— solta devagar.

Eu puxo as cobertas ainda sentada na cama, quando então algo invade o quarto, uma luz singela transpassava por todos os lados, devagar, como se procurasse algo.

— Mas que merda...

Em instantes o quarto estava infestado daquela névoa, daquela luz, eu não estava atordoada, não estava com medo, mas isso mudou quando aquela luz subiu rastejando pela minha cama.

— O que... -vou me inclinando devagar para trás conforme ela avança até mim.

Eu inspiro fundo, aquilo fazia parte ou eu estava enlouquecendo?

A luz subiu em meu corpo e ela entrou ligeira por minhas narinas e boca.

Eu caí de encontro ao colchão e travesseiros, o lençol me cobrindo, meus olhos se fecharam.

Sonhe...

Eu abro os meus olhos e ergo o meu tronco afobada, puxando a respiração com força total. Olho em volta sem entender bem o que acontecia ao meu redor.

Era dia e os raios mornos de luz do Sol atravessavam as janelas e se esgueiravam pelas cortinas, as quais eram abertas por duas mulheres com roupas parecidas, por duas criadas.

— Que bom que acordou, senhorita. -disse uma delas.

Irinah, minha dama de companhia.

— Deve ir se arrumar, nós iremos ajudá-la, suas malas já estão prontas, a viagem será longa até Westeros. -disse.

Chuto os lençóis e me ergo da cama repleta de peles, me aproximo da janela e dou de cara com o enorme e vasto oceano de Valíria, estamos em uma ilha escondida e afastada.

— Será uma boa ideia? Senhorita, ir até lá pode ser uma sentença de morte. -fala Irinah.

Eu a olho de esguelha.

— Não seria, meu pai me manteve trancafiada e escondida nesta ilha sob os olhos de um feroz dragão para que fosse o seu segredo mais profundo de uma aventura da juventude. —digo fitando a euforia das ondas do mar— aparecer para dar um oi para ele que está doente e para os abutres que querem surrupiar o trono que é meu por direito parece ser algo certo em minha opinião.

— Ele nomeou a princesa Rhaenyra como sua sucessora. -ela murmura baixo.

Eu me viro para ela.

— Algo equivocado da parte dele, além do mais, duvido que a deixem no trono de ferro, eles não suportam a ideia de uma mulher no poder. —digo sombria— Mas... Uma guerra será travada com toda a certeza por aquele amotoado de aço e espadas velhas.

— Senhorita...

— E obviamente eu estarei lá para queimar todos eles e dançar em suas covas. —inclino a cabeça— mas eu não mataria meus irmãos, alguns, acho.

— A princesa...

— A princesa Rhaenyra sabe da minha existência.

Irinah ficou pálida como um fantasma.

— C-como, mas seu pai proibiu...

— Eu mandei cartas, estava entediada, mandei cartas para ele e por incrível que pareça a Rhaenyra surrupiou todas elas escondida e respondeu todas. —falo olhando para o traje escolhido para a viagem sendo colocado na cama— faz dois anos que não trocamos cartas, acho que as coisas devem estar um pouco turbulentas para eles, principalmente para ela.

— Céus, o seu pai irá ficar uma fera. -ela estremece.

Eu sorri afiada.

— É exatamente isso que eu quero ver nesta visita talvez eterna.

...

—  A senhorita tem certeza? -ela questiona no barco.

Eu suspiro.

— Tenho total certeza, Irinah. -falo limpando um grão invisível de poeira dos ombros.

Aquele cheiro salmourado do mar, não acredito que finalmente vou sentir algum tipo de ar que não seja com o cheiro do mar, parece extremamente excitante finalmente poder sair do cárcere dos mares.

— A senhorita não vai subir? -ela pergunta.

Eu sorri para ela.

— Podem ir na frente.

O barco se lançou em alto mar e ela gritou por mim desesperada. Eu acenei sorridente quando uma enorme sombra pousou atrás de mim fazendo as areias da praia se erguerem ao alto.

Sinto uma lufada forte de ar quente atrás de mim e olho para trás para encarar as enormes poças de ouro fervente que são os olhos de íris ovais diante de mim.

— Ah, bebê, estava te esperando, vamos voando, está bem? -pergunto.

A gigante criatura rugiu em resposta e eu sorri.

— Vamos cobrir o reino com a sua sombra.

*Até o próximo capítulo, deixem seu comentário e seu voto pfvr ❤️❤️*.

Eu Ardo Por Você | House of The Dragon~ Aemond Targaryen•Onde histórias criam vida. Descubra agora