Dylan estava na ponta da cama em desespero, Alice estava dormindo, assim puxei o braço de Dylan até o corredor do hotel.
- Lembra da noite do baile? Quando levamos Alice para casa e deixamos você lá? Naquela noite, Mike me transformou.
- Lucy, como você não me contou isso antes?
- Achei que não entenderia, nunca poderia imaginar que você era um bruxo.
Assim, abracei Dylan, logo entrando no quarto onde Alice ainda dormia. Dormimos até as 7:00, e então novamente pegamos a estrada. A música alta as vezes era cantada por nós três, que riamos e fazíamos piadas sem graça para não enjoar da viagem.
" Bem vindo a Heathrow ", dizia a placa feita de madeira sobre a ponte da cidade, e assim que Dylan passou por ela, diretamente fomos a minha casa, onde minha mãe nos esperava com os pais de Alice e Dylan para o almoço. Durante horas de conversa, contamos as novidades da vida universitária, discutimos sobre algumas coisas que haviam acontecido na cidade, e ao anoitecer, Dylan e Alice me encontraram no porto da cidade para beber whisky barato, assim como fazíamos no segundo ano. Ao chegar, haviam alguns carros lá, pelo que parecia a tradição de beber escondido continuava viva. Uma caminhonete preta - muito bem conhecida por mim - emitia em som auto músicas de festa, e sentada sobre a parte traseira da caminhonete estava Lillia, a garota que estudava no primeiro ano quando eu ainda cursava o terceiro, Eileen estava ao lado dela com uma garrafa de bebida em mãos, Cato - ex namorado de Alice, cujo término ocorreu por uma traição dele - estava sentado em um banco, e para minha surpresa, lá estava Mike, abraçado em Madeline, a mais nova popular do terceiro ano. Me dirigi até o local onde todos estavam, logo cumprimentando todos, e ao chegar em Mike, sussurrei em seu ouvido.
- Boa sorte, baby - e naquele momento, Mike tinha a certeza de que eu estava ali por vingança.
De longe eu conseguia sentir a humanidade de todos, o sangue correndo, a vida em seus corpos, e então tive apenas uma certeza: Mike odiaria um massacre em suas costas. Logo após os cumprimentos, me sentei com Eileen e Lillia, onde nós três, junto de Alice, viramos algumas doses de tequila. A bebida barata havia mexido com o corpo das três, que agora estavam dançando. Sempre atenta, permaneci bebendo e monitorando Mike, para que não desse um de seus shows.
Agora, estava dançando com Alice, de forma realmente sexy, acredito que a bebida tenha provocado isso. Alice havia passado suas mãos por minha cintura, então retribui o toque puxando sua nuca, e logo estávamos novamente rebolando em meio as poucas pessoas ali. A música nem combinava com a dança, e como uma ótima amiga, puxei Dylan para a dança, logo deixando os dois bêbados e dançando. Caminho até a trilha de tábuas que levaria até acima da água, assim me sentei lá, com uma garrafa de tequila, ouvindo o que ocorria entre eles, e assim, virei a garrafa em alguns minutos, enquanto de longe dava para ouvir uma música agitada, perfeita para dançar.
Estava alterada pelo álcool, e conforme caminhava para o local onde eles estavam, observo a tão esperada cena, Alice e Dylan estavam se pegando em uma parte afastada dos carros, e quando cheguei lá, apenas a ruiva dançava, enquanto Mike a olhava com malícia. Acompanhando ela, rebolava e passava as mãos por meu corpo, logo toquei a cintura de Madeline, que apoiou seus antebraços em meus ombros. Assim os movimentos de meu quadril completavam os dela, até que selei seus lábios com um beijo, e em meio a música alta e os gritos dos amigos de Mike, Madeline retribuiu o beijo, igualmente calmo. Soltei seus lábios, e assim continuamos a dança, que foi finalizada ao fim da música. Após algumas faixas, Dylan e Alice voltaram, e então pedi para que fossem ao carro e deixassem o mesmo ligado. Ao ouvir o som das chaves e do motor, fui em velocidade sobrenatural até Mike e bebi seu sangue até a última gota, deixando-o desmaiado, igualmente bebi o sangue de Madeline, que desmaiou ao lado do namorado.
Entrei de forma calma no carro, minha boca já estava limpa, e ao entrar, interrompi o beijo dos dois ao bater a porta. Dylan acelerou para fora do local, nos afastando de lá o mais rápido possível. Ao cair na estrada principal, o carro toma uma velocidade maior, enquanto nós três riamos de forma descontrolada. No caminho, Dylan parou para me deixar em casa, e seguiu para sua casa Alice, acredito que a noite foi longa para os dois. Dei um passo para dentro da casa, e lá estava Mike, de pernas cruzadas no sofá, alimentando-se de minha mãe. Sentei-me a sua frente, encarando seu rosto perfeitamente desenhado e seus olhos escuros.
- Eu deveria saber, você sempre foi vingativa - ele deu o pontapé inicial para sua morte, me provocando -
- Você fala como se fossemos casados a anos, como se me conhecesse como a palma da mão.
- Lucy, você sabe que eu sempre venço - e então, me levantei, quebrando o pé da cadeira e enfiando o mesmo no estômago de Mike -
O grito de Mike pode ser ouvido, e enquanto gemia de dor, retirava a estaca improvisada de sua barriga, jogando-a em mim. Sem ser atingida, desapareci na cozinha, e então ouvi Mike me chamar no andar de cima. Surgi atrás dele com uma estaca, que por pouco não atingiu se coração, e novamente Mike gemia de dor, tirando a estaca. Fiquei parada encarando seu rosto, e ainda sim ele teve chances. Desapareceu do local, e em velocidade sobrenatural iniciamos um jogo de pega-pega um tanto quanto estranho.
Mike me encontrou, logo me jogando contra a mesa de descanso da sala. Com uma estaca em mãos, ele posicionou a mesma em meu peito, e ao tentar me atingir, sai da mesa em V.S - velocidade sobrenatural - e bati com meu punho em suas costas. A velocidade gerou um aumento no impacto, e logo Mike estava caído no chão. Em V.S ele levantou, prensando meu corpo contra a parede, com força, preparado para puxar meu coração do peito. Para minha surpresa, Mike beijou meus lábios, e devo admitir que sua atitude me deixou sem reação.
Passei a retribuir o beijo, e logo estava deitada sobre a mesa, até que Mike rasgou minha camisa, assim empurrei sem corpo contra a outra parede, arrancando a sua. Horas depois, a sala estava destruída, e ao abrir os olhos, me dei conta de estar dormindo em minha cama, sobre o peito de Mike, que estava preso em seu sono. As pressas, me vesti e notei alguns homens arrumando a sala, o maldito havia hipnotizado os homens para isso. Em meio ao som da remoção de móveis quebrados, era mais provável que um terremoto tenha ocorrido ali do que sexo. Ouço a campainha tocar, e por mais incrível que pareça, era Madeline, banhada em sangue que sem dúvida alguma não era dela.