Summer
Não consegui dormir a noite inteira pensando em como fugir daqui. De vez em quando, eu ouço barulho de carros do lado de fora, mas nenhuma voz. Meus pés doem, meu rosto dói, já que os tapas que recebi foram fortes. Eu sentia fome, e só queria voltar para casa. Ouvi um barulho na porta, e sabia que era David, preciso tentar fugir.
Me escondi atrás da parede, e quando ele entrou, corri em direção a uma escada que levava ao andar de cima. Tentei de todas as formas abrir a porta, mas falhei, já que estava trancada, e suas mãos me alcançaram, me carregando de volta para aquele lugar. David me jogou no chão, e rapidamente coloquei a mão no rosto, já que me deu outro tapa, fazendo meu lábio sangrar.
- Eu avisei que você não vai sair daqui nunca. Juro que se tentar fugir de novo, eu mato vocês três.
- ¡Vas directo al infierno! - esbravejei, com toda a raiva que havia em mim
- Não entendo nada desse seu idioma estúpido, fala direito.
- Deveria voltar para a escola, mas no seu caso, tem que ser um hospital psiquiátrico.
- Não gosto que minha esposa fale comigo neste tom. Vim até aqui trazer algo para comer, e te ver desse jeito, machucada, com uma cara que não dormiu a noite inteira, me dá nojo. - David foi em direção da porta, levando a bandeja junto, mas eu precisava tanto comer
- Deixa isso, por favor. Meus filhos não tem culpa de nada! - implorei
- Claro, pode comer - ele largou tudo no chão, e trancou a porta de novo
Cheguei mais perto, e meus olhos arderam, fazendo uma lágrima cair. Nunca achei que poderia passar por essa humilhação. Juntei todas as minhas forças e comi o pouco que estava ali, sabia que iria colocar para fora a qualquer momento.
Deitei no colchão, e meus olhos começaram a pesar, já que não dormi na noite interior. Meu corpo ficou leve, e acabei adormecendo.Senti um carinho leve sobre meus cabelos, e fui abrindo os olhos devagar, era minha mãe. Ela tinha o mesmo cabelo loiro, a pele macia, suas bochechas estavam rosadas, seus olhos azuis brilhavam, e sorriu quando a olhei.
- Quanto tempo, não é meu amor ?
- Mãe ? Eu morri ?
- Não, você está viva. Quero que você continue forte, que vai dar tudo certo!
- Mas eu sinto dor, e os bebês ? Eu não sei se vou aguentar passar por tudo isso. Se eu não conseguir sair daqui ? - perguntei, em meio a soluços
- Você vai, fica calma. Sum, você já passou por coisas piores e está aqui, não vai ser ele que vai te abalar. Prometa que irá se manter firme ?
- Eu não pos...
- Summer, prometa! - ordenou
- Eu prometo, só não me deixa sozinha de novo, por favor.
- Não vou mais a lugar nenhum sem você, ok ? - questionou, e eu apenas assenti - Essa dor vai passar, eu prometo.
Não sei por quanto tempo eu dormi, mas quando acordei, me sentia um pouco melhor. Olhei para os lados, e percebi que tudo foi fruto da minha imaginação, minha mãe não estava ali.
Ouço minha barriga roncar, e a fome cada vez mais aumentava, isso precisa acabar logo, ou vamos morrer.Eu juro que os dias de David estão contados, e quando eu sair daqui, se ele não for morto, o que eu acho meio difícil, irá apodrecer na cadeia, aonde é o lugar dele.
_____________Os dias estão cada vez passando mais rápido, David mal vem aqui, e eu não como direito, estou muito fraca, meu cabelo cai com frequência, e não faço idéia de como está minha aparência, já que nem um espelho tem aqui.
Só sei quando está de noite, porque os carros param de passar na rua, e apenas escuto os grilos. Muita das vezes escuto um ronco de motor, e acho que é Pietro, mas já que David disse que estamos longe de Los Angeles, não acredito que seja ele.
Minha barriga cresce a cada dia que passa, e a sensação que isso vai acabar, está longe. Eu me sinto tão inútil, cansada, e não consigo pensar em mais nada para sair daqui. Sei que se eu lutar com ele, provavelmente irei apanhar, já que não tenho forças. Não sei se meus bebês estão bem, já que desde hoje de manhã sinto algumas dores na barriga, e como eles se mexem. Sinceramente, eles são a única distração que tenho aqui, como eles reagem quando escutam a minha voz. Não admito que eles nem nasceram ainda, e já estão passando por isso tudo.
Podem me julgar o quanto quiserem, mas depois de tudo isso que estou passando, por um momento achei que eles não fossem sobreviver, mas realmente eles são iguais aos pais.Sempre me pego pensando em como minha família deve estar. Será que eles pensam que eu morri ? Bom, eu pensaria assim. Pietro deve estar péssimo, e atrás de mim igual louco. Será que os meninos estão indo para a escola ? A Katherine se saindo bem na torcida ? Tyler e Becky pararam de brigar com frequência ? Meu pai ainda está com a Maria ? Creio que sim. Bryan continua com as mesmas loucuras de antes ? E as minhas avós ainda dão trabalho quando bebem ? Sinto tanta falta deles, que ás vezes, parece que meu peito vai explodir. Alya, minha princesa. Como ela deve estar lidando com tudo isso ? É apenas uma criança. Espero que ninguém tenha contado a ela que quem me sequestrou, foi seu próprio pai. David realmente não presta, mas essa conversa, eu teria com ela depois.
Já havia anoitecido, e minhas dores aumentavam cada vez mais, eu soava frio, e sentia que iria desmaiar. Ouvi um barulho no corredor, e de todos os dias para David vir aqui, ele tinha que vir justo hoje.
- Por que está com essa cara ? - ele perguntou com desprezo
- Sinto muita dor, pode me levar no médico ? Prometo não contar nada.
- Você acha que eu sou idiota ? Vai ficar aí, e reza muito para esses monstros não nascerem hoje, isso aqui vai ficar sujo e não quero ter que limpar. - David falou agachado na minha frente
- Pode ficar tranquilo, quando eu ter os meus filhos, vamos estar bem longe de você. - cuspo em seu rosto
- Ainda bem que eu não tive a coragem de encostar em você, tenho repulsa.
- É recíproco, pode ter certeza.
Não consigo entender como minha mãe ficou com esse ser humano desprezível por tanto tempo.
Agradeci mentalmente por ele ter me deixado sozinha, eu não sabia o que fazer, já que além da minha barriga, minhas costas estavam doendo, muito por sinal. Eu não posso ter os bebês agora, não está na hora ainda.
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Rendido Por Ela
FanfictionAchei que morar em outro lugar seria a coisa certa. Agora, não tenho mais tanta certeza disso. Depois de uma briga com sua mãe, Summer decide se mudar com sua irmã para Los Angeles e morar com seu pai líder de uma gangue. Ela conhece pessoas maravil...