Capítulo 108

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Summer

Dois dias depois recebi alta, e voltamos para casa. Estava no carro de meu pai, junto com Pietro, e eles não paravam de conversar um minuto, enquanto eu apenas sentia o vento bater em meu rosto.

- Amor, está tudo bem ? - pergunta Pietro

- Sim. Estou apenas olhando a vista da praia.

- Quer ir lá um pouco, hija ?

- Não sei... faz tanto tempo - maneio a cabeça

- Por isso mesmo, estaciona quando puder Anthony.

Meu pai achou fácil uma vaga, já que era fim de tarde e a praia estava vazia. Saio do carro, e assim que sinto a areia em meus pés, meus olhos lacrimejam. Como eu senti falta disso. Como eu senti falta deles.

Pietro me apoia em seu braço, já que ainda estou um pouco fraca e abatida, para que eu não caia. Ele me ajuda a chegar ao mar, enquanto meu pai apenas olhava de um certo ponto da areia. Molho as mãos e passo no rosto, sentindo um pouco daquela água salgada.

- Eu consegui, mãe - digo, olhando para o céu

Viro a cabeça, e Pietro apenas prestava atenção no horizonte, mas uma lágrima molhava seu rosto, e encosto a cabeça em seu peito.

- Está tudo bem agora - Pietro avisa, passando a mão por meu cabelo

- Podemos ir ? Estou cansada. - peço

Assim que chego perto, meu pai me abraça com força, e parece que vamos nos tornar uma pessoa só. Sei que esse abraço não é apenas de alívio, mas sim de medo. Medo de que nunca mais me visse, pelo menos com vida.

Quando chegamos na rua, todos os Martínez estavam da ponta de uma esquina a outra. Ouço disparos, mas estão vindo do meio da rua, onde Tyler se encontra parado, com a arma apontada para o alto.

- Mi hermana volvió! - Bryan anuncia, quando meu pai estaciona

Mais disparos são ouvidos. Quem não estivesse na rua, iria jurar que a polícia entrou no bairro.

- Como eu pedi para que você saísse daquele hospital logo - abuela me abraça

Todos correm em nossa direção, e me sinto tão acolhida. Lágrimas molham minha blusa, e é de Becky. Soube que além de meu pai e Pietro, ela foi a que mais dormiu no hospital comigo, já que os outros não podiam.

Alya estava tão enérgica, e eu queria pegá-la no colo, mas ainda não estava forte o suficiente. Katherine a segurava, e distribuí beijos por todo seu rosto, enquanto ela sorria. Minha irmã cresceu tanto em três meses, e eu não estava aqui para ver. Fica tranquila princesa, não vamos mais nos separar.

- Os bebês ainda não nasceram ? - Alya pergunta

- Não, só daqui a algumas semanas. Vamos entrar ?

- Por favor, esses vizinhos já me viram chorar demais aqui - Henry abriu a porta

Aceno para os rapazes, e entro. Não aguentava ficar em pé por muito tempo.

- Senti saudades do cheiro dessa casa! - inspiro, fechando os olhos - Desses móveis... Do bolo! Quem fez bolo ? É de chocolate!

- Eu e suas avós - abuela falou

Eliza e Guadalupe saem da cozinha, e caminham rápido para me abraçar. Eu não aguentava mais chorar desde a hora que entrei na rua.

- Graças a Deus você está bem, nossa!

- Obrigada por todo carinho.

Todos foram se acomodando na sala, e contando as experiências horríveis que tiveram que passar, pois eu não acordava de jeito nenhum.
Soube que revisaram em levar Alya para a escola, que eles mesmo iam duas vezes na semana. Mas ainda bem que estava no meio do ano, então não perderam muita coisa.

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