Capitulo 2

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I

— A essa hora já devo estar atrasada — disse para si mesma. — E esse táxi que não anda. É mesmo assim que acontece, toda vez que você tem um encontro os táxis parecem-se com tartarugas ou demoram para aparecer. Andar pelo cidade do Lubango aos finais de semana é muito difícil.

Telma tentava sair do bairro da Mitcha. Eram treze e vinte. Ela tinha a mania de chegar pontualmente aos encontros que marca, mas desta vez parecia que ia se atrasar. — Moço podes abrir a tua janela por favor!

— Yheah, dama.— respondeu.
O táxi andava, o condutor e o gerente estavam de trabalho e queriam encher os bolsos, por isso após passar a rotunda da Minhota, a Rádio Mais e à escola Estrelas da Huíla, virando à direita resolveram parar na tentativa de aumentar os seus passageiros.

— Gerente temos compromissos — gritou um jovem. Telma ficou feliz mesmo não fazendo isso transparecer. Alguém poupou ela de abrir à boca. Voltou novamente para o telefone. Verificava constantemente os minutos.
Ela teria que caminhar até chegar ao Millennium, pois tinha que parar no Governo Provincial e descer.

— Pogas! Aquela vaca vai me pagar — disse esticando os lábios.
O gerente que não ouvira as reclamações porque estava longe, voltava com dois passageiros. Depois disso partiram e ela finalmente chegou a sua paragem. Desceu e logo avistou alguém conhecido. Ela fez um sinal e ele rapidamente se aproximou e a envolveu nos seu braços.

— Estava com saudades! — disse Telma.

— Eu também meu amor.

— Se tivesses mesmo já resolverias essa situação — saiu do conforto do abraço.

— Eu prometi que resolveria isso hoje e assim vai ser. Também estou cansado de namorar as escondidas.

— Antes temos que falar com a Seke, ela não pode contar nada ainda.

II

Após um breve banho de bacia, Natarith tinha o corpo fresco. Ele saira de casa treze e trinta. Muito antes disso recebeu uma chamada do Kambali avisando que talvez não apareça ao encontro devido alguns a fazeres, mas que faria de tudo para lá chegar mesmo que fosse tarde. Como não passavam táxis que iam a Maringa, ele resolveu subir num que ia ao Arco- Íris no intuito de parar na nova Marginal e caminhar até ao local.

— Já faz um tempo que o carnaval Eleitoral se passou, mas essas bandeiras ainda continuam aqui. — passou por uma área que as tinha. Ele andava rapidamente, mas sem perder um mínimo detalhe.
Pelo caminho ele viu alguns jovens fazendo apostas para os jogos de sábado, casais conversando naquele dia ensolarado. — Kenny! — gritou ele o reconhecendo.

— Mekié, mano? Pensei que fosse o único atrasado.

— Os táxis demoraram muito por isso o atraso — passavam a passadeira já vendo o Millennium. Um grande edifício de cor amarela, erguido pelo colónio, porém muito bem conservado. A sua esquerda uma estrutura diferente e o Tribunal a sua frente.

— Mas isso é o quê? — perguntou Natarith apontando para a estrutura que está frente a frente ao local.

— É um memorial ao Bispo João II. Foi aqui onde ele falou alguns coisinhas as famílias — explicou Kenny.

— Onde você aprendeu isso?

— Está mesmo escrito ali — disse rindo e os dois entraram no grande Millennium.

III

Simi ficou vendo à exposição em homenagem ao Dr. António Agostinho Neto que se esqueceu do encontro que tinha. Por sorte, estava no mesmo local. Saindo de lá as pressas passou pelo segurança sem te-lo cumprimentado, algo que não é característico dele. Subiu as escadas em saltos, virou à esquerda e logo viu uma mesa com caras conhecidas e outras nem por isso.

— Boa tarde! — todos os responderam, mas mesmo assim ele resolveu dar um kolé a todos. Ali estavam, Telma sentada ao lado do Kenny, Natarith à esquerda de modo que a Telma ficasse no meio, João e Carlito fizeram a mesma coisa. Simi sentou entre Natarith e Cartilo. A mesa escolhida era a mais afasta, que os deixa apenas com uma visualização frontal do espaço.
Eles abriram a roda de conversas falando do clima e das dificuldades de se conseguir água. Porém o que eles mais falavam foi do tal encontro sem pé nem cabeça até aquele momento, porque pouco se sabia do mesmo. Além disso Seke estava atrasada. Já eram 14 h 20.

Os Oito E O CrimeOnde histórias criam vida. Descubra agora