Prólogo: Sirius Black.

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Sirius apagou um cigarro - o primeiro daquele dia- , espremendo sua ponta no chão.

Ao seu lado, Marlene Mckinnon tentava afinar o violão de James, o olhar concentrado com a testa meio franzida que ela costumava fazer. A garagem estava aberta e eles podiam observar a movimentação calma da vizinhança naquele horário, cada vida independente se iniciando mais uma vez. O silêncio era cortado às vezes pelo murmurar de Marlene, cantarolando baixinho uma música do Fleetwood Mac - Gold dust woman.

Sirius adorava tudo sobre aquele lugar. Os vizinhos de James, a casa de James, a família de James. Ele adorava desde que eram crianças e ele se esgueirava dos olhos de sua mãe para ir até lá, um ambiente em que uma casa realmente parecia um ambiente seguro para quem estava dentro dela. Passou a adorar ainda mais quando, aos dezesseis anos, os pais de James o receberam de braços abertos quando ele fugiu de casa. Desde então, aquela não era mais só a vizinhança de James. Não era mais só a família de James.

Eles eram almas ligadas, de certa forma. Sirius sentia isso, a certeza de que nunca existiria uma pessoa com uma existência equivalente à de James Potter. Ele era como o sol, e Sirius sempre amara as estrelas. Fazia sentido James ser a maior delas.

— Sirius, você me escutou? — Marlene perguntou, tomando sua atenção. Ele, deitado no chão, virou o rosto para a olhar. A garota estava sentada, com o violão em mãos, mas o olhar agora estava voltado para ele.

— Foi mal... — Sorriu fraco, e a loira revirou os olhos.

— Eu perguntei se você acha que temos chance de ganhar o concurso. Nós não enviamos nenhuma música nossa, só um cover... — Ela voltou o olhar para o violão, continuando a afiná-lo. — Talvez eles levem isso em consideração.

Sirius encolheu os ombros. Ele havia pensado nisso, talvez até com mais frequência do que ela. — Eu não sei. — Respondeu por fim. — Mas eu acho que não. Falaram que não precisava ser necessariamente uma música da nossa autoria.

— Eu sei... — A garota suspirou, dando de ombros. — É que eu conversei com algumas pessoas e senti que fomos os únicos que não fizeram uma música nós mesmos.

— Mas mesmo assim, nós fizemos um ótimo trabalho! — Sorriu, tentando lhe passar alguma segurança. — Lene, nós somos ótimos. Com certeza vamos ganhar.

Ela sorriu, tornando a atenção para o que fazia anteriormente.

Desde o começo, quando conheceu James, Marlene estava lá também. Ela e James eram amigos de infância devido a proximidade de suas famílias. Sirius gostou dela desde o início, por mais que não fosse exatamente recíproco. Talvez por uma identificação, uma personalidade distinta até encontrarem o outro e se depararem com alguém semelhante a si em seus temperamentos, James teve vários momentos em que precisou de todo o equilíbrio que aprendeu a ter para apartar os dois. Mas, no fim, eles sempre continuariam lá. Foi com eles que Sirius aprendeu que por mais cansativo que ele achava conseguir ser, pelas diversas vezes que escutara isso de quem lhe devia dar segurança, não medo, eles não iriam se afastar dele, e sim iriam teimar a ficar do seu lado. E era por isso que Marlene era sua melhor amiga, e James era seu irmão.

— Alguma coisa? — Ouviu Marlene perguntar, e levantou o olhar para ver James entrando na garagem. O notebook em uma das mãos e uma garrafa de água na outra. Ele negou com a cabeça e se sentou ao lado de Sirius.

— Ainda não. — Respondeu, arrumando os óculos. Sirius se espreguiçou após se sentar no chão, estreitando o olhar para o notebook e franzindo o cenho, segurando o riso.

— Bom, acho que você não vai receber nada em Os 30 melhores filmes de Jessica Chastain.

— Sirius! — Ele se virou para o amigo, corando. Marlene riu alto, cobrindo a boca com a mão.

— Fala sério!

— O que?! Eu acho ela uma ótima atriz! Só isso! — Se defendeu, fechando a página que estava, deixando só em seu email.

— Eu sabia que não devia ter te apresentado Interstellar! — Sirius negou com a cabeça, como se estivesse desapontado. — Você 'tá obcecado!

— Legal que quando era a Marlene colando foto da Willow Smith no armário ela não era obcecada! — Atacou a loira, que corou e se esticou para empurrar o ombro dele.

— Ei! Eu só sou fã das músicas dela!

— E eu com certeza chamei ela de obcecada! — Sirius acrescentou, sem conseguir parar de rir.

— Eu odeio vocês. — Marlene murmurou, deixando o violão de lado. — Preciso de amigos novos.

— Você ama a gente! — James mandou um beijo para ela, se levantando depois, ainda meio corado. — A internet 'tá péssima aqui. Vou pegar meu celular. — Avisou. Os dois assentiram e James saiu dali logo depois.

— Peter ainda não chegou... — Sirius comentou, franzindo o cenho enquanto prendia parte de seu cabelo, cruzando as pernas.

— Não acredito que ele está perdendo a chance de ser a primeira pessoa do dia a puxar o saco de vocês! — Ela respondeu, fazendo uma falsa expressão de choque. O garoto riu, negando com a cabeça.

— Para com isso! Eu achei que vocês fossem amigos!

Eu e Peter? — Marlene riu, revirando os olhos como se aquele fosse o maior absurdo que ja escutou. — Six, ele nem olha na minha cara. Fica ocupado demais lambendo os pés de vocês 'pra isso.

— Não é assim também... — Defendeu, mais por si do que pelo outro.

— Eu não estou falando como se fosse culpa de vocês. — Se defendeu. — Mas vocês precisam prestar atenção nisso. Foi legal da parte dele nos ajudar para o concurso, mas isso não muda o fato de que uma pessoa não parece muito confiável quando ela só trata bem as pessoas do interesse dela.

Sirius assentiu, ficando em silêncio e baixando o olhar. Marlene suspirou.

O clima desconfortável que foi instalado de repente foi cortado pelo rompante dos passos de James, correndo em direção a garagem. Sirius e Marlene se levantaram no mesmo momento, trocando um olhar. Seus nomes foram chamados em um grito ofegante, segundos antes do garoto irromper na garagem com o celular em mãos.

— Eu tenho duas notícias! — Anunciou, apoiando as mãos nos joelhos. Marlene o olhou como se fosse capaz de avançar nele para tomar seu celular. Sirius não estava muito diferente.

— Fala logo! — Apressou, ansioso.

— O concurso... — ofegou, em busca de ar. — Foi aberta uma exceção, pelo que eu entendi...

A garota trocou um olhar com o amigo, confusa, enquanto James se endireitava, passando a mão pelo cabelo e estendendo o celular para eles

— Não fomos os únicos que ganharam.

***

espero que tenham gostado! erros e repetições serão corrigidos. obrigada por lerem ate aqui, se cuidem <3

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⏰ Última atualização: Jun 24 ⏰

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