Look at us now (wolfstar)

Prólogo: Remus Lupin.

A primeira coisa que Remus sentiu ao acordar foi aquele aroma adocicado.

Logo depois foi a luz insistente do sol, atravessando as barreiras tão finas daquela cortina e se derramando sobre seus olhos, queimando suas retinas. Ele resmungou baixo, cobrindo o rosto com as mãos. Se sentou devagar, os ossos parecendo ranger com o esforço, seu corpo todo indo contra aquela ação. O garoto suspirou, esfregando os olhos com força, inconscientemente fazendo uma careta.

O cansaço mental pode fazer parecer com que você nunca tenha tido uma noite completa de sono, mesmo quando tudo que você faz parece ser dormir.

Abriu os olhos devagar, tendo a confirmação de que estava sozinho no quarto. Antes mesmo de conseguir se adaptar com a claridade, ouviu um estrondo, o barulho de algo caindo, fora do quarto. Se sobressaltou, aprumando o corpo sentado no colchão e se sentindo mais desperto do que antes, os olhos mais atentos quase como em uma descarga de adrenalina.

A porta se abriu lentamente segundos depois, e ele viu aquela cabeleira ruiva emergir, a testa meio franzida e os olhos receosos. — Droga. — Murmurou baixinho, entrando no quarto carregando uma pilha instável de livros nos braços, parecendo pender para todos os ângulos. — Eu acordei você, não foi?

Negou sutilmente com a cabeça, bocejando. — Eu já 'tava acordado. — Respondeu com a voz rouca.

Lily sorriu fraco. Ela colocou os livros sobre a cama e depois foi até sua cômoda, pegando uma xícara roxa com detalhes brancos, a qual Remus conhecia muito bem. — Aqui. — se sentou no chão em sua frente, a entregando para ele. — É de melissa, acho que você vai gostar.

Existiam muitas coisas que Remus gostava em Lily, tanto nela em si quanto na amizade que tinham. Gostava do quanto ela era compreensiva e cuidadosa. De como ela sempre o deixava dormir em sua casa quando ele não conseguia fechar os olhos em sua própria. De como ela não o enchia de perguntas, ou o olhava com pena, mas sim o ajudava de verdade. De como ela sempre fazia um chá diferente para ele de manhã, e ele a fazia um café mais tarde - aquele era o combinado sagrado deles. Enquanto aquilo continuasse, tudo ficaria bem.

— Mary e Dorcas estão vindo. — Anunciou, abrindo as janelas do quarto, deixando que o sol invadisse o quarto agora que sabia que o outro estava acordado. Isso o fez franzir o cenho, repousando a xícara em seu colo após o terminar. — Pelo que parece, até o fim do dia vamos ter uma resposta.

Remus suspirou, encolhendo os ombros. — Expectativas? — Perguntou.

— Altas, óbvio! — Exclamou, sorrindo. — Remus, a nossa música ficou simplesmente incrível! Você fez um trabalho incrível. — Enfatizou, apoiando uma das mãos sobre as dele. — E se não ganharmos... teremos outras chances. — Acrescentou, simples e otimista, como ela sempre era.

Mas Remus não estava se sentindo otimista naquele dia, então ele apenas baixou o olhar, dando de ombros. — Se você diz.

Foi a vez dela suspirar. Se levantou do colchão, estendendo uma das mãos para ele. — Vem. Sabe o que pode melhorar seu humor?

— Fazer café para vocês? — Respondeu levantando o olhar para ela, segurando um sorriso de canto. Segurou a mão dela e se levantou. Lily sorriu novamente.

— Eu adoro como você pensa!

(...)

Lily não estava errada. Remus era o tipo de pessoa que conseguia relaxar ao exercer uma tarefa que exigia toda sua concentração, por isso ele amava tanto fazer músicas, e por isso tudo que ele fazia tinha um toque característico. Algo que era só dele.