Vincenzo Alves:
Ter queimado o café da manhã foi um grande erro, pelo menos de acordo com as palavras da minha mãe. Mas, honestamente, quem estaria preparado para as travessuras de Stephen? Ou pior, preparado para que ele dissesse à minha mãe que fiz isso de propósito, só para irritá-la. Ah, esse garoto sabe como manipular as situações a seu favor.
Quando minha mãe nos encontrou, eu já sabia o que estava por vir. A crítica em seus olhos era tão clara quanto o sol em um dia de verão. Ela nem precisava dizer uma palavra para eu sentir aquele famoso peso da desaprovação materna. E claro, não ajudava o fato de que Stephen, o pequeno gênio do caos, olhava para mim com aquele sorrisinho travesso, como quem diz: "Eu avisei."
E aí, como se tudo fosse parte de uma cena planejada, minha mãe perguntou para onde iríamos comer. Ela sabia que o café da manhã estava perdido, queimado e destruído como meus planos de ter uma manhã tranquila. Ah, como eu queria responder algo espirituoso, mas sabia que a guerra estava perdida antes mesmo de começar.
Agora, a irmã do Stephen... Ah, essa é uma doçura. Ela sempre fica do meu lado quando a avó começa a discutir comigo. E sim, eu sei que não deveria ter favoritos, mas como não amar aquela garotinha que sempre me defende? Quando ela me olha com aqueles olhos grandes, sinto que pelo menos alguém acredita que eu tenho salvação.
Nos primeiros dias, toda essa dinâmica foi, no mínimo, estranha. Um misto de confusão, caos e pequenas batalhas pelo controle da situação.
Nos primeiros dias, a situação foi, no mínimo, esquisita. Acordar todo dia com Stephen tramando alguma coisa enquanto sua irmã, minha pequena defensora, me observava como se estivesse avaliando o campo de batalha. Quem diria que duas crianças poderiam controlar o ritmo da minha vida assim? Eu mal conseguia prever o que Stephen faria a seguir. Era como viver num filme de suspense, onde o vilão principal tem o rosto de um garoto de oito anos com um talento especial para a travessura.
No entanto, com o tempo, eu comecei a me adaptar. A verdade é que, quando você lida com uma mente tão criativa quanto a do Stephen, você desenvolve... estratégias. Comecei a prever os passos dele. Como aquela vez em que ele colocou ketchup no frasco de shampoo – peguei no ar antes mesmo de abrir o chuveiro. Claro, não fui sempre tão rápido. Teve aquela vez em que eu cai no truque da almofada de pum em plena reunião de família. Ah, como minha mãe riu... não que ela tenha se incomodado menos quando queimamos o jantar naquela mesma noite. A vida com Stephen era um constante jogo de gato e rato, e eu estava sempre dois passos atrás.
Mas a irmã dele, ah... ela era um doce de pessoa. Tinha o coração mais puro que eu já vi. Enquanto Stephen conspirava para me pregar peças, ela vinha com seu jeito meigo, entregando desenhos para mim. Ela me desenhava como um herói, de capa e tudo, enquanto eu tentava me equilibrar entre salvar o café da manhã e sobreviver aos planos maquiavélicos do irmão dela. Eu sei, eu sei, favoritismo não é justo, mas como resistir quando ela me abraça depois de uma bronca da avó? "Eu gosto do seu café, mesmo quando ele está queimado," ela sussurrava, e minha alma se derretia como manteiga na frigideira.
É engraçado como esses pequenos momentos podem mudar o clima do dia. O olhar crítico da minha mãe sempre me fazia sentir como se estivesse prestes a ser reprovado num exame que eu nem sabia que estava prestando. Mas a garotinha, com seu sorriso, me lembrava que eu não estava completamente falhando. Queimar o café da manhã, talvez, mas ser um desastre total? Nem tanto.
Então, cada dia se tornava uma nova aventura. Entre Stephen tentando superar seus próprios recordes de travessura e sua irmã sendo o bálsamo que curava as feridas deixadas por essas "aventuras," comecei a entender que a vida era uma montanha-russa com eles. E sabe de uma coisa? Talvez eu não seja o melhor cozinheiro, nem o adulto mais responsável do mundo, mas estava claro que, de alguma forma, tínhamos nosso próprio equilíbrio maluco.
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Doce Espião (MPreg) | Livro 2 - Família Alves
RomanceDylan desafiou sua própria sanidade ao provocar o orgulho de Vincenzo, levando-o a quebrar a sua própria realidade. Os dois sempre se provocavam quando se encontravam. Depois de flagrar seu namorado traindo-o publicamente, Dylan afogou suas mágoas n...