Capítulo Trinta e Oito

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Dylan Watson:

Olhei rapidamente na direção de onde vieram os passos, meus músculos já tensos, prontos para qualquer ameaça. Foi quando o som de uma sirene ecoou pelos corredores, cortando o silêncio pesado do lugar. O ruído estridente trouxe uma mistura de pânico e esperança, e meu coração disparou, sem saber se aquilo era bom ou ruim.

Helena soltou uma risada curta, aliviada.

— Eles chegaram em ótima hora — disse, seu tom mais leve do que o esperado, embora seus olhos ainda mostrassem o cansaço e a tensão que estávamos carregando desde o início da fuga.

— Espero que sim — respondi, minha voz um pouco rouca de tanto segurar a respiração durante aqueles momentos de puro nervosismo.

Agora, o som de botas correndo pelos corredores era claro, mas havia algo diferente. Não era o peso bruto dos brutamontes de Lilly, mas passos rápidos, coordenados — passos de soldados bem treinados. Alice e a equipe da agência finalmente tinham chegado.

A porta da sala de armazenamento foi aberta com um estrondo, e por um breve segundo, o medo de sermos descobertos por Lilly voltou com tudo. Mas, em vez disso, vi rostos familiares, armados e prontos para nos resgatar.

— Alice! — Helena exclamou, aliviada, enquanto uma mulher de aparência decidida entrou à nossa frente.

— Achei que vocês fossem fazer a gente esperar mais um pouco — disse Alice, com um sorriso discreto enquanto seus agentes se espalhavam pela sala, garantindo a segurança.

O alívio foi imediato. Helena e eu trocamos um olhar cansado, mas também cheio de vitória. Contra todas as probabilidades, conseguimos nos esconder e resistir tempo o suficiente para sermos resgatados. O pesadelo ainda não havia terminado, mas pelo menos agora tínhamos uma chance real de escapar da loucura de Lilly.

Alice se aproximou, estendendo a mão para nos ajudar a levantar.

— Vamos tirar vocês daqui — disse ela com firmeza, e eu não poderia ter ficado mais grato por essas palavras.

— Onde está o Vincenzo? — perguntei, meu coração acelerado ao pensar no que ele poderia estar enfrentando.

Alice me lançou um olhar rápido, sem parar de caminhar em direção ao som cada vez mais alto da sirene.

— Ele foi com os meus outros irmãos e nossos pais atrás da Lilly — respondeu ela, a voz tensa. O som da sirene aumentou, ficando ainda mais alto e mudando para um tom agudo e intermitente de azul misturado com roxo. Ouvi um estrondo que fez o chão tremer, e não consegui evitar o xingamento que escapou dos meus lábios.

De repente, a voz familiar de Caio, outro dos meus cunhados, ecoou no comunicador preso ao cinto de Alice.

— Alice, você se lembra do que dissemos antes de vir para cá? O que aconteceria se a Lilly ligasse a máquina sem ela estar totalmente carregada?

O silêncio que se seguiu foi como um soco no estômago. Alice parou abruptamente, seus olhos se arregalando.

— Caio, não me diga que ela ativou — respondeu Alice, a urgência na voz dela agora impossível de esconder. O silêncio do outro lado do comunicador era a pior confirmação que poderíamos ter. — Mas que merda!

Eu troquei um olhar preocupado com Helena enquanto Alice acelerava o passo, correndo na direção de onde o alarme soava mais forte.

— O que vai acontecer? — perguntei, a ansiedade crescendo dentro de mim. Se a máquina estivesse funcionando mal, as consequências poderiam ser catastróficas, e nós estávamos no meio de tudo isso.

Doce Espião (MPreg) | Livro 2 - Família AlvesOnde histórias criam vida. Descubra agora