Capítulo 1

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Oii! Obrigado por ler ❤ É uma continuação do que postei antes, muito obrigado mesmo.

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Cale andou pelo resto do local, observando quanto trabalho teria.

Inesperadamente, viu algo brilhante em seu caminho. Ele se aproximou e logo percebeu que não era uma coisa que deveria estar ali. Havia uma rosa, mas parecia esculpida em cristal, seu caule era transparente e o aroma que estranhamente saía dela era de uma doçura inebriante.

O ruivo se sentiu obrigado a chegar mais perto da flor. Quem haveria colocado ela ali? Cale tinha certeza de que ninguém entrou nesse jardim depois da morte de Jour, então... Teria sido sua mãe? Ela colocou aquela rosa ali na sua última vinda?

Cale estava sem palavras, mas se viu tocando as pétalas cintilantes da tal. O que ele não esperava era que o cristal cortasse seu dedo e seu sangue escorresse por toda a extensão da flor. Quando isso aconteceu, a rosa brilhou fortemente, de tal modo que Cale sentiu que ficaria cego se abrisse os olhos. O ruivo ouviu uma voz.

"Ah! Finalmente! Alguém veio nesse jardim! Ei, jovem, quer fazer um teste?"

Cale não teve nem tempo para pensar quando sentiu seu equilíbrio vacilar. Roseiras surgiram do chão e envolveram seu corpo pouco a pouco, causando pequenos cortes por toda parte. Cale estava atordoado, o que estava acontecendo agora?

A voz que parecia pertencer a um homem de pelo menos 30 anos, muito animada, se manifestou novamente.

"Jovem, o que é dor?"

Naquele momento, o ruivo começou a ligar os pontos, ele se lembrou de uma história que sua mãe havia lhe contado.

"Fofinho, às vezes, alguns humanos são sortudos e encontram poderes antigos, que surgiram da vontade de outra pessoa nos tempos antigos."

Cale não sabia se era exatamente sortudo, dada a sua situação.

"É preciso fazer um teste para conseguí-los. São muito raros e poucos os que conseguiram passar pelos testes. Cale, não é preciso ser abençoado pelos deuses para conseguir um, mas amado pela natureza."

Talvez aquela voz fosse um dos poderes antigos de que sua mãe falou. Ele respirou fundo enquanto sentia os espinhos cravarem na sua pele cada vez mais. 

'Isso vai rasgar minha carne se continuar assim.'

Eles não eram tão afiados, mas os ramos rastejavam pelo corpo do ruivo enquanto o pressionavam.

Cale só tinha uma opção, responder à pergunta. O ruivo não sabia o que iria acontecer se falhasse no teste.

Ele já havia sentido dor. Ele sentiu quando ralou os joelhos enquanto brincava, sentiu quando quebrou um braço por ter sido descuidado no treino de espadas, sentiu quando havia se queimado tentando fazer um bolo sem supervisão de um adulto.

Mas nenhuma dessas dores pode se igualar à que Cale sentiu naquele dia.

"É o passado irreversível que leva à agonia, é a sensação sufocante que nos faz lembrar do quão incapazes nós somos."

O dia em que sua mãe chegou ferida na propriedade, depois de viajar para Harris Village.

O dia em que ele descobriu que não tinha força o suficiente para salvá-la.

O dia em que ele segurou a mão fria da pessoa que ele mais amou nessa vida.

Nada que Cale sofreu antes se compara à perda de alguém que é amado. Ele descobriu isso com apenas 8 anos.

De repente, Cale sentiu as roseiras afrouxarem seu aperto. Ele lentamente desceu e colocou os pés no chão, os cortes na extensão de seu corpo derramavam um pouco de sangue, manchando a roupa do ruivo.

O Jardim de RosasOnde histórias criam vida. Descubra agora