Hermione é uma mulher solteira que viaja sozinha. Seu estilo de vida incomoda algumas pessoas do vilarejo que está visitando, causando alguns dissabores entre ela e os habitantes. Alumas mentiras são disseminadas, alguns pecados são cometidos em nom...
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Antes de iniciar a missa, o padre observou a mulher que havia chegado recentemente ao vilarejo e já havia causado alguns comentários dos moradores. As pessoas do povoado não tinham gostado nada da presença da mulher solteira e que, pior, viajava sozinha. Mas o padre Snape não era tão radical em suas opiniões, ela era uma filha de Deus, afinal. Contanto que não trouxesse problemas ao vilarejo, seria muito bem-vinda em sua igreja. A única coisa que o padre registrou, foi que a achara uma mulher muito bela, mas não se demorou nesses pensamentos. Todos eram a imagem e semelhança de Deus, portanto, todos eram belos.
Hermione se sentou em um dos bancos localizados ao fundo da igreja. Das poucas pessoas que quiseram lhe ajudar, apenas uma mulher, de profundos olhos azuis e cabelos louros, lhe dera a informação que precisava. Hermione precisava de um lugar para ficar, havia viajado por longos dias até finalmente encontrar este pequeno vilarejo, e precisava de uma estadia. A mulher, que se apresentou como Narcissa, indicou que viesse ao culto e conversasse com um dos padres da igreja porque seria provável que disponibilizassem um quarto para que ficasse. A igreja amparava a todos.
Nunca fora uma pessoa religiosa, a igreja ditava algumas regras que não cabiam em sua compreensão sobre o mundo. Dificilmente Hermione seria encontrada em um culto, mas o destino a levara até ali. Levantou seus olhos ao sentir um peso arrebatador percorrer o seu corpo, seus olhos encontraram os do padre que a encarava com curiosidade e seriedade, o peso do olhar tornando-se ainda mais forte, ao ponto de um arrepio percorrer o corpo dela. Não fora um arrepio ruim.
O homem iniciou a missa, deixando-a impressionada com o tom grave da voz dele, as pessoas que ali estavam repetiam em coro as falas religiosas. Hermione se viu entretida ao perceber que o coro de vozes dos fiéis era como respostas àquilo que estava sendo proferido pelo padre. A cantoria se fez presente, aparentando ser uma força invisível que tocou cada uma daquelas pessoas, pois as vozes se uniram e se fortaleceram. O homem, o padre, também parecia tocado, pois seus tão penetrantes olhos, agora, estavam fechados, e a expressão curiosa e grave se abrandara.
Ao longe, pôde ouvir latidos de cachorros, trotes de cavalos e gritos infantis. A luz do sol do entardecer encheu a igreja, passando pelos vitrais e colorindo as paredes. O calor também invadiu o espaço, esquentando o corpo de Hermione, que esperava a missa acabar.
— Em nome do Pai — o padre proclamou, tocando a testa com a mão aberta, seguido pelos fiéis. —, e do Filho — tocou o peito. —, e do Espírito — tocou o ombro esquerdo. — Santo. — tocou o ombro direito. — Amém. — beijou a própria mão, finalizando a eucaristia.
Hermione esperou a igreja esvaziar, algo que demorou a ocorrer, pois os católicos foram até as Imagens expostas em cada lado da igreja para fazerem suas rezas aos Santos. Observou o padre fechar a bíblia grossa e caminhar até uma madre (poderia julgar o cargo pelo porte seguro que demonstrava), que aparentava ter mais que o dobro da idade dele, principalmente pelo olhar sábio que esbanjava. Eles conversaram algo, mas Hermione não conseguiu entender o quê.
