O Início de tudo, Capítulo 1

69 7 0
                                    


Em uma montanha alta de grama baixa bem esverdeada, havia sentada uma criatura que procurava tesouros... e outras coisas. Naquela montanha onde a grama era macia e quente era possível enxergar tudo e ouvir pacificamente o som dos pássaros e o vento, até as árvores pareciam falar.

— Olhos verdes e avermelhados que olhavam atenciosamente uma donzela que levava com seu pai uma carroça de vinho. Uma barriga demasiadamente grande e com um terrível bafo de carne, observava do topo da montanha —

— Bardo se continuar a falar assim de mim, voltará demasiadamente sem pescoço para casa — Disse o barrigudo anão de olhos verdes.

— Oh, meu pequeno amigo, estou tentando escrever uma canção sobre você e sobre nossa lendária aventura — Disse o bardo enquanto tocava alguns acordes de seu violão.

— Enfia seu violão no rabo... e que aventura seria essa? — Disse o anão bebendo o último trago de sua caneca de vinho.

— Bem nós dois desejamos somente uma coisa, mulheres e dinheiro. Uma hora isso nos levará a alguma aventura — Disse o bardo com um sorriso idiota.

— Foram duas coisas seu idiota. Vamos, temos que descer essa montanha antes que o sol se ponha — Disse o anão.

O céu que antes estava lindo escureceu e nuvens densas bloquearam a luz do sol.

— O vento sibilava e a grama baixa dançava junto ao machado nas costas do anão que a cada passo... — Tentava cantarolar o bardo.

— Cala a boca seu pedaço de merda de bode — Disse o anão lançando um olhar de ódio para o bardo.

A descida tranquila daquela montanha verde permitia uma visão privilegiada da vila mais próxima.

O anão então se virava em direção oposta ao centro da vila olhando entre os becos que levavam até a região mais remota da pequena vila.

— Diga aos seus filhos, anão, que lhes mandei abraços — Disse o bardo se alongando em direção ao centro da vila.

— E diga a sua mãe, bardo, que lhe mandei beijos — Disse o anão gargalhando enquanto adentrava aquele beco escuro.

A noite perene e gélida com seus ventos de inverno faziam as janelas balançarem e um cântico bizarro soar entre os becos.
Aquela noite incomum arrepiava o anão, que sentia que algo naquela noite poderia mudar o rumo de tudo, e destruir a paz que antes a bebida tinha trago.

Sua casa iluminada e quente, o telhado baixo onde apenas anões poderiam entrar, apesar disso, a casa possuía dois andares e era toda feita de madeira e pedras. Parecia uma caverna com janelas e bastante musgo.

— Papai você chegou — gritaram as sete crianças como um coral.

— Deem espaço para um velho crianças, seu pai está cansado, não veem o suor da barba? — Disse o anão, porém, sem recusar o abraço de todos seus filhos.

— Papai, papai, o que trouxe para comer hoje? — Disse a criança mais baixa entre todos, com seus olhos esbugalhados da cor de esmeralda.

— Trouxe um apetitoso frango, crianças, espero que gostem — Disse o anão forçando um sorriso em seu rosto.

Afinal aquele frango antes era seu almoço, pago pelo bardo, porém decidiu guardar para os seus sete filhos dividirem. O anão mesmo como vigia da vila e um excelente guarda ganhava tão pouco para cuidar de todas as crianças que mal conseguia se manter.

O bardo caminhava em direção a sua pequena e humilde residência, próxima ao castelo. Pensando no dia que conheceu aquele anão, o dia que foi chamado para cantar para o rei e quase foi morto por "ser um péssimo cantor". Afinal seu cântico afirmava que todos os reis possuíam grandes reinos e pequenas espadas. O que não foi bem visto pelo rei, e graças ao anão que interviu a favor do bardo, seu pescoço foi salvo.

O Anão e o BardoOnde histórias criam vida. Descubra agora