[6] As palavras deixadas por Amanda Hass.

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Ir para casa após o desastre com o convencido Lee Juyeon — sim, fiz questão de descobrir o nome dele para saber bem quem eu estava jogando pragas e xingamentos há boas horas —, não foi uma opção, mas uma bela dor de cabeça.

O plano inicial de ir para a casa da Avó do Kevin com ele, após as aulas, era um ótimo plano que me daria menos tempo em refletir sobre a carta e o seu conteúdo, mas tudo foi por água a baixo com a minha precoce ida para casa, agora estava com muito tempo para refletir não só sobre a carta mais tudo desde o sumiço da minha mãe.

O sumiço da minha mãe foi muito inexplicado, ela não deixou nenhum rastro, nenhuma possibilidade do seu paradeiro ou esperança de que estaria por aí, viva e bem, apenas sumiu como fumaça e com a roupa do corpo, de maneira silenciosa e enigmática, deixando um grande fardo para que sua filha mais nova fosse a última pessoa a ter uma breve conversa e vê-la com vida.

Contudo, algo que nunca poderia esquecer era a certeza que a minha mãe sabia que algo aconteceria com ela, que eu seria aquela que ela se despediria por último e deixaria um vestígio de que algo estava errado e tudo estaria preste a mudar.

Agora como Amanda Hass sabia que algo poderia acontecer com ela? O que ela fez para merecer sumir do nada? E por que agora, dez anos depois, uma carta de sua autoria apareceu? Seria alguma pegadinha? Um aviso? Um pedido de socorro? Alguma prova de que estava viva e estava por aí?

Engulo em seco.

Eu não me sinto pronta para abri-la.

Eu estou com... Medo de abri-la, essa é a verdade mais profunda.

Eu estou apavorada com o que me espera ao abri e ler essa carta.

O que me espera após lê-la... Tinha a sensação que os acontecimentos recentes não era nada comparados ao que poderia me esperar ao ler a carta, pois tinha a sensação de que ao abri-la abriria um tipo de portal que não poderia voltar, desbloquearia um caminho que não teria volta.

Porém, nada pode acontecer... Mas só saberia quando lesse a bendita carta.

Após dez anos do sumiço da minha mãe, duas pessoas aparecem do nada na paisagem acinzentada do cemitério falando de várias coisas bem comprometedores e confusas, agora parecem estar me rondando, onde um havia deixado uma carta da minha mãe na porta da minha casa e o outro estava aparentemente estudando na mesma escola que eu, mas o que o cara da jaqueta de couro e o rapaz de sobretudo teriam a ver com a minha mãe? O que parece... Bem, tudo.

Será que eles estariam também no conteúdo da carta? Provavelmente não, talvez sim...

Solto um suspiro e balanço a cabeça para dispersar os meus pensamentos.

Os meus pensamentos não estavam indo para lugar nenhum, mas o que parecia fazer nenhum sentido mesmo era o Juyeon.

Algo me dizia que ele também estava envolvido nisso, aquela sensação estranha e aquele choque intenso devem significar algo, mas não conseguia encaixá-lo nos ocorridos recentes. Contudo, se eu pensar mais cirurgicamente a respeito dessa sensação de choque ao primeiro contato, Sunwoo também se encaixaria, mesmo que de forma mais sutil.

Ao chegar nesse pensamento, vejo-me sem saída, pois quase não sabia nada dos rapazes e tudo poderia ser uma questão de estática e eu estaria pensando demais em algo que deveria nem ter importância, mas... Dentro de mim, uma sensação implorava para que eu me atentasse a esses detalhes, que estava indo pelo caminho certo, que desse importância e o pior: Temesse com a possível conclusão de tudo.

Saiu dos meus pensamentos ao sentir o vibrar do meu celular com chegada de mensagens, sorriu ao ver de quem são as mensagens se destacando nas notificações da tela inicial do meu celular, fazendo-me assustar ao constatar as horas.

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