[10] Um recomeço promissor.

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Ele amou.

Mas quem ele amou para ser dono da sua queda?

Será que está vivo ou que ele a perdeu de alguma maneira?

Ele se arrependeu?

Será que ele ainda a ama?

Não pude saber ou o perguntar, pois sua aura parecia estar se fechando gradualmente diante dos meus olhos, ao passo que o seu olhar ficava nostálgico e sombrio demais, fazendo com que qualquer pergunta ou demonstração de curiosidade da minha parte fosse atos invasivos demais.

Querendo ou não, Younghoon se expôs demais e precisávamos voltar a zona neutra enquanto nos recuperávamos do que foi confidenciado.

Observando-o pelo canto do olho, vejo-o me observar um tanto cauteloso demais e curioso a respeito dos meus próximos passos, como se esperasse que eu aprontasse ou ativasse o meu lado curioso invasivo sobre ele, porém, para a sua decepção ou alivio, apenas fui saboreando tudo o que estava disponível na minha frente e soltando murmúrios animados com tudo o que eu experimentava.

Eu tenho a obrigação de admitir, Younghoon realmente sabia preparar uma cesta de piquenique.

— Você já pode casar. — comento, quando estou quase morrendo com o seu olhar focado sobre mim — Tudo está maravilhoso.

— Está querendo ser a primeira pretendente? — murmura, abrindo um sorriso espertinho, fazendo-me engasgar.

— Resposta na sinceridade ou na brincadeira? — gracejo, ao me recuperar.

— Não sei qual eu temo mais. — brinca, pegando um cacho de uva.

— Tema as duas. — indico, abrindo um sorriso maroto.

— Vou guardar essa resposta. — rebate, antes de começar a se deliciar com as uvas.

Younghoon parecia ser um rei ao deslocar os cachos de uva até a boca, com as pernas esticadas a nossa frente e os atos parecendo estar em câmera lenta, só faltando alguém o abanar enquanto ele se sentasse em um divã.

Querendo ou não, seus atos estavam hipnotizantes.

Hipnotizantes demais.

— Perdeu algo, Arin? — provoca, lançando um olhar arteiro pra mim, que não havia percebido que parei meu ato de levar um biscoito a boca ao observá-lo comer suas uvas — Não está com medo de mim após contá-la tudo o que contei, esta?

— Por que estaria? — rebato, dando de ombros — Você é, provavelmente, o ser mais incrível que vou conhecer na vida.

— Certeza?

— Vai me apresentar seu amigo do cemitério? — tento, pois a esperança em saber mais coisas sobre ele, os outros seres e o que poderia me envolver é a última que morre.

— Não, se eu puder evitar. — responde, abrindo um sorriso sagaz.

— Então é certeza. — afirmo, sentindo-me encher de esperanças com o "se" contido na sua frase.

Nossos olhares se encontram, os meus entusiasmados e o dele, totalmente enigmático; nosso silêncio misturado com a troca de olhares faz o ar ficar sério e íntimo demais.

— Vamos? — propõe, dando uma olhada na cesta.

Desvio o olhar e perceber que terminamos tudo o que ele tinha trago.

— Vamos. — afirmo, limpando os farelos da minha roupa.

Com a sua ajuda, levanto da toalha quadriculada. Em um silêncio tranquilo, recolhemos as coisas e andamos lado a lado até o jipe, com Younghoon com as suas mãos no bolso da calça jeans e semblante pensativo, e eu com as minhas entrelaçadas na frente do corpo lutando para não o olhar demais.

TALKING WITH THE ANGELS ●THE BOYZ X OH MY GIRL●Onde histórias criam vida. Descubra agora