Gavetas de uma Alma

O Primeiro Dia de Aula

Querido Diário,

Uau, o primeiro dia de aula na nova escola foi um turbilhão de emoções! Eu mal conseguia dormir na noite passada, meu estômago estava cheio de borboletas e meu coração batendo mais rápido do que nunca. É estranho estar em um lugar completamente novo, longe daqueles com quem cresci e me sentia tão segura.

Desde que meus pais decidiram se separar, tudo mudou. Aquela sensação de estabilidade e conforto que eu tinha antes desmoronou, e agora me vejo enfrentando novos desafios em todos os aspectos da minha vida.

Mas voltando ao primeiro dia de aula... Eu estava esperando encontrar pelo menos um rosto conhecido entre os alunos, alguém que pudesse ser meu porto seguro nessa maré de mudanças. Infelizmente, a realidade foi bem diferente. Era como se eu estivesse em um mar de estranhos, todos ocupados com seus próprios círculos de amigos, enquanto eu me sentia perdida em meio a eles.

Percebi como me apeguei às minhas amizades antigas, às pessoas que me conheciam desde a infância. Ter que deixá-las para trás foi uma das coisas mais difíceis que já enfrentei. Eu sinto falta daquela conexão instantânea, das risadas compartilhadas e das conversas que duravam a noite toda.

Mas eu sei que, apesar dessa dor de perder meus amigos mais próximos, também é uma oportunidade para me redescobrir, para conhecer novas pessoas e talvez criar laços ainda mais fortes. Ainda assim, é difícil superar a sensação de estar fora do lugar, como se eu fosse um quebra-cabeça perdido, procurando encaixar minhas peças em um novo cenário.

Acho que a parte mais assustadora é essa sensação constante de ser julgada. Será que eles vão gostar de mim? Será que vou me encaixar? Será que sou interessante o suficiente? Esses pensamentos continuam martelando minha cabeça, mas estou determinada a não deixar que eles me definam. Eu sou mais do que minhas inseguranças e medos.

Enquanto caminhava pelos corredores, tentando parecer confiante, percebi que todos estão passando por suas próprias lutas e inseguranças. Somos todos adolescentes, tentando descobrir quem somos e onde nos encaixamos neste mundo maluco.

Bom, querido diário, estou terminando este primeiro capítulo com uma mistura de sentimentos. Eu estou animada com as possibilidades que este novo ambiente traz, mas também estou assustada e me sentindo um pouco perdida. Mas eu não vou desistir. Vou enfrentar cada desafio de cabeça erguida e me lembrar de que essa jornada de autodescoberta vale a pena.

Até amanhã, Diário.

Com amor, Audrey.