Gavetas de uma Alma

No Silêncio da Madrugada

Era uma noite silenciosa, daquelas em que os pensamentos parecem mais altos do que nunca. Enquanto todos dormiam, eu me encontrava acordada, imersa na solidão da madrugada. É nessas horas solitárias que os sentimentos mais profundos emergem, e é exatamente isso que está acontecendo agora.

Hoje, minha mente voltou à lembrança dolorosa da perda da minha melhor amiga. A pessoa que esteve ao meu lado desde os primeiros passos dessa jornada chamada vida. Aquele vínculo inquebrável que eu acreditava ser eterno, foi de repente rompido, deixando um vazio imenso dentro de mim.

O que aconteceu? A pergunta continua ecoando em minha mente sem uma resposta clara. Ela se afastou, desapareceu sem deixar uma explicação. Eu me pergunto se fiz algo errado, se a decepcionei de alguma forma. Essa incerteza me atormenta, transformando minha mente em um labirinto de pensamentos confusos.

Era ela que eu recorria nos momentos difíceis, que me conhecia melhor do que ninguém. Juntas, compartilhávamos risos, lágrimas e segredos. Eu a considerava como uma irmã, alguém com quem poderia contar para sempre. Mas agora, estou sozinha nesse mar de incertezas.

A dor dessa perda é tão profunda que chega a ser física. Sinto um aperto no peito toda vez que me lembro de como éramos inseparáveis. Lembro-me das aventuras que vivemos juntas, dos sonhos que compartilhamos. E agora, tudo isso parece tão distante, tão irreal.

Tento me convencer de que as pessoas mudam, que os caminhos se separam. Mas a verdade é que dói. Dói muito saber que alguém que conhecia tão bem agora é um estranho distante. A saudade aperta meu coração, deixando cicatrizes que parecem não cicatrizar.

Mas, mesmo nessa escuridão da tristeza, eu encontro forças para seguir em frente. Sei que a vida é uma jornada repleta de altos e baixos, de encontros e despedidas. A amizade pode ser frágil, mesmo aquela que parecia inquebrável. Aprendo a aceitar que nem tudo está sob meu controle.