035 ━━━ GAROTINHA DA FOTO

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" será que vou correr para longe
daqui algum dia?

runaway,
aurora

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4 ANOS ATRÁS...
Narração 1° pessoa

Eu nunca fui um garoto estudioso, não gostava da escola de jeito algum, mas minha vontade era me tornar alguém na vida. Por mais que as chances disso acontecer fossem nulas, por isso naquele maldito dia eu resolvi cabular aula. Era uma terça-feira, lembro como as nuvens tinham uma aparência tão feia, bastante escuras, e como os ventos assoprava na janela fazendo um barulho perturbador para cacete soar pelo ambiente. Iria vir uma tempestade.

Mas não foi aquele clima que ficou preso na minha mente durante esses anos, foi ela... Aquela vozinha fina e chorosa que não parava de pedir por ajuda.

Lembro de estar caminhando em direção a saída dos fundos do colégio, planejando uma fuga bem arquitetada. Hoje é o aniversário da minha irmã. Vai completar seus sete anos, e prometi a ela que levaria para passear depois da escola. Mas não há problemas se eu chegar antes, né? A pequena morena estará me esperando da mesma forma. Eu só não consigo pensar no presente que darei para ela. Talvez uma boneca? Acho que já está ultrapassado. Uma roupa? Ela odeia ganhar roupas.

Eu realmente não sei o que dar para ela... Por que tem que ser tão difícil assim escolher um presente de aniversário da própria irmã? Só de pensar que terei que escolher tantos presentes ao longo da sua vida, me causa até náuseas e uma cosseira na palma da mão. Merda, isso está ficando tedioso. Pensar em presentes é tedioso.

Continuo caminhando pelos corredores, ainda tentando pensar no presente para dar a ela, quando algo me tira de meus devaneios. Parece uma súplica... Uma voz baixinha. É uma menina! Uma menina está pedindo ajuda. Aí meu deus! Sem pensar duas vezes, entro pela porta, esmurrando-a, até ver a cena mais angustiante da minha vida. Madeleine Routledge está encurralada embaixo de um homem que eu reconheço como o professor de inglês. Ele estava machucando-a, deslizando suas mãos para um lugar tão íntimo, fazendo-a chorar e suplicar por ajuda. Mesmo com minha aparição repentina, nenhum dos dois notam minha presença, talvez pelo fato da chuva ter começado forte, fazendo um barulho em contato com a janela fechada.

— Por favor... — a vozinha fina implora, mas são palavras sujas que vem como resposta.

—Vamos, Putinha — com a voz grotesca o homem fala. E eu consigo notar o corpo trêmulo de Madeleine. — Veja como essas tranças estão pedindo para serem puxadas...

A pequena estava em silêncio, a única certeza de vida que tinha de Madeleine era o seu chorinho baixo, e suas súplicas de socorro.

END ENEMIESOnde histórias criam vida. Descubra agora