Eu estou tentando

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Chris POV.

Demorei um pouco para sair da Union Station. Eu não queria que aquela noite acabasse. Não queria ter deixado Ally ir embora porque eu sabia que ela voltaria para o namorado. E sabe Deus o que poderia acontecer. Me xinguei mentalmente enquanto me levantava, recolhia o lixo do chão e corria para a saída. Mas ela não estava mais por ali.

— Eu sou um idiota. — murmurei sozinho. Joguei o lixo na lixeira ali perto e comecei a caminhar.

Olhei para todos os lados na esperança de que Ally ainda estivesse por perto, mas ela não estava. Ainda caminhei por mais dez minutos, mas nada. Resolvi pegar um táxi para ir para casa.

Já passava de seis horas da manhã. O dia já estava clareando.

Passei pela porta e a luz da sala estava acesa. Jenny estava sentada no sofá com o celular nas mãos.

— Graças a Deus! — exclamou se levantando. — Onde você estava?

— No aniversário do Sebastian. Eu falei. — digo.

— Eu liguei para o Sebastian há mais de uma hora. — ela diz.

Respirei fundo.

— É uma longa história, Jenny. Estou cansado. — digo caminhando para o quarto.

Ela me segue.

— Eu fiquei preocupada com você. — diz.

— Eu estou bem. — digo indo até ela. Eu a abraço. — Estou bem.

— Você estava com alguém? — ela pergunta.

Eu não quero mentir. Na verdade, eu não mentiria nem mesmo se eu quisesse. Eu não sei mentir.

— Conheci uma pessoa. Ela estava com problemas e acho que posso ter ajudado pelo menos um pouco essa noite. — digo.

— Uma mulher?

— Sim.

Ela me encara, evidentemente querendo perguntar mais coisas. Mas ela não faz nenhuma outra pergunta. Ela me beija.

— Melhor você tomar um banho. — ela diz, me ajudando a tirar a camiseta. Eu assinto.

Caminho para o banheiro. Ao ligar o chuveiro eu penso em todas as coisas que conversei com Ally naquela noite. E fico me perguntando se ela ficaria bem.

Mas é claro que ela não vai ficar bem. Não enquanto estiver com aquele cara. E por Deus, ela merecia alguém melhor. Alguém que cuidasse dela, alguém que pudesse ver o quão incrível ela era. Eu percebi isso em algumas horas, como aquele cara não percebia isso? Como ele tinha coragem de machucá-la ao invés de apenas amá-la?

Me senti o maior idiota do planeta por não ter feito mais. Ou por tê-la deixado ir. Eu deveria ao menos ter pegado o contato dela, só para ter certeza de que ela ficaria bem. Ficar sem notícias dela, agora, parecia uma tortura.

Quando saí do banheiro, Jenny já estava deitada na cama. Ainda estava acordada. Eu me vesti e me deitei ao seu lado, a abraçando.

— Eu te amo. — ela sussurrou. — Eu sei que você quer filhos, mas eu acho que ainda é cedo. Nós cedemos um pro outro, é assim que nosso relacionamento funciona. Mas filhos... é uma coisa tão importante. Não estou pronta.

— Eu sei. — murmuro. — Tudo bem. Dorme, mais tarde nós conversamos.

Beijo o seu rosto. Jenny se deita em meu peito e pouco depois ela parece dormir. Eu demoro um pouco demais, porque estou com tantas coisas na cabeça. E agora, mais confuso do que nunca em relação a Jenny.

Love you to the moon and to saturnOnde histórias criam vida. Descubra agora