Capítulo 3

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Acordei no meio da madrugada na varanda tremendo de frio

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Acordei no meio da madrugada na varanda tremendo de frio. O som do meu JBL estava desligado devido o celular ter descarregado. Entrei guardando meu material espalhado, bebi um copo de água e coloquei meu celular na tomada ao lado da minha cama quando deitava, mas sem conseguir de fato dormir, só cochilos. Fiquei pensando nos meus próximos passos dentro da empresa, no estagiário que viria amanhã - ou hoje, não sei - e que poderia ser um problema para mim, pensando em como devem ter resolvido a questão do meu irmão e a filha da empregada e, como não poderia deixar de ser, pensando em como estava a Suzana, mesmo eu tendo dito para mim mesmo que não iria mais correr atrás dela e bloqueando seu contato, ainda pensava muito nela e a saudade batia forte.

Atravessando os setores da Preston virei no corredor e do outro lado vinha o Edgar Santana, vulgo Gerente Geral. Era fato que nós não nos suportávamos, mas tanto eu quanto ele mantíamos um certo decoro pelo ambiente profissional. O vi sorrir ao me ver e eu sorri de volta com toda a minha falsidade.

- Espero que tenha terminado o material da Heinz - ele fala quando nos aproximamos.

- Bom dia pra você também - Ele sorri com lábios fechados - Está pronto, vou encaminhar para o Tráfego agora.

- Bom garoto - Eu ia passando por ele quando me parou segurando sutilmente meu ombro - Isso não é pra você, Murilo - ele falou baixo.

- Do que você está falando?

- Da nova filial. Você é muito bom no que faz, tenho que dar o braço a torcer - Ele balança a cabeça com um olho fechado -, dá uns moles de vez em quando no trabalho, mas é muito bom no que faz.

- Se está querendo dizer algo, seja mais claro.

- Você não tem perfil para administrar uma filial - Fechei mais ainda a cara.

- Porque você está dizendo isso?

- Além de ser o gestor daqui e braço direito do Sr Preston, eu sou teu amigo. Mesmo que você não acredite, eu quero o seu bem.

- Ótima forma de expressar sua bondade. - debochei.

- Sabia que você iria reconhecer. - debochou de volta dando um tapinha no meu ombro - Lembre que o estagiário chega hoje, cuide dele.

- Sim, Senhor. - falei entre dentes seguindo meu caminho antes que acertasse um soco no Sr Bonzinho.

Segui em passos rápidos para minha mesa ligando meu computador e me servindo de um café. Apoiei as mãos no balcão, estava tentando me recompor da provocação do Edgar. Rogério ainda não tinha chegado, o que era ótimo já que o enxerido iria querer saber o que tinha me deixado nesse estado e eu não estava a fim de conversar.

Estava de cabeça baixa ainda apoiado no armário baixo onde fica o café quando ouvi batidas na porta de vidro.

- Rogério, para de criancisse a essa hora. Você sabe que essa porra dessa porta fica aberta.

Eu Não Sou o Mocinho - DEGUSTAÇÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora