Capítulo 1

122 25 67
                                    

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Desliguei o despertador do celular às 5h30 da manhã de segunda-feira ainda com os olhos fechados. Quase fiquei na cama por mais cinco minutos, mas, nunca gostei dessa preguiça de manhã não seria hoje que começaria. Levantei abrindo a cortina para verificar o bom clima hoje. Sem pensar muito, fiz minha higiene, vesti minha roupa de ciclismo, tomei minha vitamina de banana e peguei minha bike já apertando o capacete na cabeça.

Pedalei por mais de quarenta minutos na ciclovia Pinheiros às margens do rio com o mesmo nome, aqui em São Paulo. A vantagem de morar em um bairro como esse é o de estar bem localizado perto da Av Paulista, perto do Parque Ibirapuera, em um local de classe média a classe média alta com toda estrutura a seu dispor. Moro em um prédio bastante charmoso dentre vários outros por aqui, nele são: apenas quatro apartamentos em cada nível, saguão com porteiro, área para lobby e playground. Mais ao fundo ficam as áreas de lazer e academia enquanto que no subsolo ficam os estacionamentos.

Subi até o décimo nono e último andar, entrando no meu apartamento me deparando com minha decoração e o aconchego familiar de casa. Isso me faz pensar por segundos em uma desculpa para não ir trabalhar hoje. O sentimento de ressaca e cansaço emocional com tudo que me aconteceu nesse final de semana abateu toda minha vontade de sair de casa.

Havia deixado a bike no bicicletário do prédio, então, só tirei o tênis pisando no gostoso piso de madeira, assim como são as mesas de jantar, de centro e algumas prateleiras. Subi as escadas que ficam no canto à direita e vou para minha suíte. Tomei banho, passei a navalha na cabeça, aproveitei para aparar os pelos da barba aplicando um creme específico em seguida. Usei meu hidratante para tatuagem espalhando em todo desenho do meu braço e costela. Vesti uma calça linho verde exército, uma camisa social de mesmo tom e cinto, relógio e sapatos em couro marrom para quebrar o monocor. Li uns e-mails enquanto tomava meu café preto acompanhado de torradas. No meu som JBL tocava a minha playlist matinal de MPB anos 80.

Às 6h50 desci pelo elevador. A porta metálica se abriu na portaria me lembrando de algo importante.

— Bom dia, Sr João — cumprimentei saindo do elevador.

— Bom dia, Sr Murilo. Tudo bem com o senhor?

— Na verdade, não tanto.

— Os vizinhos reclamaram de barulho no seu apartamento na sexta passada...

— Sobre isso, peça para que eles mesmo me procurem. Ou você pode me interfonar se precisar — interrompi sem ser grosso, mas também não fui amigável.

— Precisa de minha ajuda? — Ele já parecia um pouco nervoso por meu semblante sério e tom exageradamente educado.

— Sim. Duas coisas: primeiro que a Suzana não tem mais livre acesso ao meu apartamento — Ele fez menção de perguntar algo mas levantei a mão interrompendo-o — E a segunda coisa: ninguém sobe sem me interfonar antes, entendido? Sem exceções.

Eu Não Sou o Mocinho - DEGUSTAÇÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora