Os sentimentos captados pelos olfato, tato e a degustação.

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A Língua

Assim aconteceu com Eva, ela estava toda bela e despojada no jardim, mas a língua venenosa da víbora tirou o seu sossego e seu bastão de rainha. O que aconteceu com a língua maligna? No breve gostinho, ela sentiu o sucesso concluído, mas depois do juízo se diluiu e foi procurar outros para vomitar seus ócios e ruínas

A língua é um órgão que de vez em quando ama, queima, difama e mata, mas ao mesmo tempo abençoa e elogia.

Entre as nervuras e bravuras, ela seduz, freia, canta e conta, no entanto este mesmo pedaço de pano também degusta os sabores do outono.

O doce apazigua o veneno, que esse pedaço de tira inflama, uma vez ou outra, tropeça nas pedras da bílis que os sentidos internos proporcionam aos seres vivos.

O amargo provoca ânsia e dissabor.
E a oração se torna arma para curar o coração contaminado de veneno e dor.

Quem nunca passou por isso? Quem não fala? Quem não come? Só se for algum tipo de eunuco dos tempos babilônicos

Hoje eu te amo, amanhã eu te conheço e depois de ontem, de anteontem e depois do depois eu te conheço, e mais adiante eu te odeio, e é a língua que vai te dizer isso, ela é a assinatura final do doente deprimido.

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