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Bri

Meu irmão voltou para nossa terra, o Brasil, faz uns dias, e como uma boa irmã eu invadi a casa dele para fazer uma surpresa a ele, mas quando eu entrei naquele apartamento eu fique de cara, a porta de vidro que devia separar a sala da varanda, estava estilhaçada no chão, aquele imbecil quebrou a porta obviamente no dia anterior e deixou os cacos lá tudo jogado... Eu ouvi a porta do quarto se abrir e vi um rapaz loiro de um pijama azul e branco saindo do quarto logo atrás do meu irmão só com uma bermuda, os dois estavam sonolentos.

O que esses dois fizeram ontem!?

– Bri?

– Vidro quebrado... Loirinho, branquelo... De pijaminha deixa eu só eu chutar aqui – Falo levando minha mão até minha testa dramatizando minha adivinhação – Ar... O Argentino ou melhor o Argentina.

– Não zoa o pijama dele se não ele fica triste – Ele riu enquanto se espreguiçava enquanto o Loiro nem parecia ouvir o que Bra falou.

– Eu quero saber como exatamente isso aconteceu?

– Não, você não quer.

– Quem é essa ela? – Perguntou ele coçando os olhos com uma voz muito manhosa.

– Argentina essa é Briana, dançarina de rua, lutadora e... Bem acho que é isso - Ignoro que ele não comentou uma das mais obvies informações, importantes, de apresentar outra pessoa.

– Taaa... – Ele alongou o "a" com o mesmo tom, dei uma risadinha, o Argentina não parecia ser como meu irmão sempre falava, era inacreditavel, ele sempre conseguir mudar o assunto para o Argentina, mesmo dizendo que basicamente o odiava, ele era...

– Fofinho – Brasil me olhou sério, acho que ele nem percebeu o ar de ciúme que ele passou.

– Só quando ele acaba de acordar – Ele falou isso indo para cozinha – Tá legal, cês querem café da manhã!?

– Vai falar a mesma coisa que ontem...?

Sério, aquele argentino era realmente meio fofo, o tom manhoso da voz dele não saia e o rosto "amaçado" dele me lembrava de uma criancinha, ele falou aquilo deitando a cabeça na bancada usando os braços de travesseiro ele mudava sua expressão de serena para seria o tempo todo, enquanto ouvia eu e meu irmão cantarolando.

- Eu juro que eu roubo ele do meu irmão – Eu dou risada dos meus pensamentos e faço uma carinha de gato de botas para meu irmão que via o que tinha na geladeira – Bra... – Imito o tom manhoso do loiro.

– Fala muié – Me olhou de cara feia possivelmente já imaginando.

– Faz panqueca, eu não comi ainda – Fiz um bico.

Ele revirou os olhos, pegou ovo e leite na geladeira e deixou na bancada.

– Vai querer alguma coisa na tua panqueca, gay, além do excesso de sal e manteiga?

– Não – Dei um sorriso de ponta a ponta.

– Ok! Hermano acorda aí, não dorme de novo não.

Cállate boludo!

Eu fiquei para comer, obvio, e para ajudar, meu irmão e o namoradinho dele, a arrumar e jogar fora todos os cacos de vidros, eu estava com Brasil quando o Argentina saiu e eu vi o Bra quase implorar para o homem, do outro lado da linha, não ir naquele dia e sim no outro, me segurei para não rir naquele momento, bem eu fui embora as duas da tarde indo para a praia trabalhar. Eu tinha quatro amigos, próximos, e todos nós trabalhávamos na frente da praia eu e Felipe dançávamos juntos, ele era um jovem com seus 24 anos, ele tinha cabelos escuros como os meus, olhos azuis bem escuros, uma pele "irregular", ele tinha manchas de tons mais escuros em sua pele, eu não lembrava o nome exato do que era, se fosse vitiligo ia ser mais fácil, Henrique, 26 anos nas costas, cabelos castanhos com uma mecha aleatória descolorida, uma pele meio "esverdeada" ou "cinzenta", que fazia você questionar um "pouco" a saúde dele, ele era quem ficava controlando as músicas, às vezes levava equipamento de DJ, profissional, e era surpreendente que ele conseguia uma tomada emprestada depois, Maria ou M , negra, de 28 anos, nossa idosinha, cheia de personalidade, vive mudando, cabelo, roupas, forma de maquiagem etc... ela conseguia se mostrar muito criativa e divertida mesmo parecendo uma pessoa tão séria e fechada, ela as vezes botava medo em algumas crianças, ela ficava vendendo alguns artesanatos que fazia, vendia pulseiras, colares, de pedras e conchas que ela personaliza, também tinha óculos e anéis, parecia feira, e por último Daniel nosso amigo fotógrafo, uns 22 anos, albino que tinha uma aparência, às vezes, ou melhor, raramente, fofa, ele tirava fotos da gente dançando, ganhava para tirar fotos dos outros e dava fotos para M fazer capinas personalizadas, e as vezes a gente trabalhava de meio período ou fazendo bico em algum lugar, por exemplo eu era professora assistente em uma escola de luta, Felipe trabalhava de meio período em um restaurante self-service, Henrique era DJ em baladas, a M as vezes dava uma de Uber e bem é óbvio nem sei o porquê de eu estou repetindo o Daniel é um fotógrafo.

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