• Capítulo Um - Sala de música

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• ARIANA GRANDE •
— Toronto, Canadá.

Já passava da hora estipulada pela professora em que eu poderia usar a sala de musica — para cantar e escrever algumas letras que mais tarde poderiam se tornar algo relevante — quando a porta se abriu.

— Eu já estou de saída, professora Willians. — Eu comento, ainda de costas enquanto recolho as minhas folhas.

— Devo admitir que fiquei admirada quando fiquei sabendo que você ganhou um tempo livre nessa sala. — A voz da Blair preenche o meu ouvido. — Achei que nessa escola todos tivessem direitos iguais.

Blair Crawford costumava ser minha melhor amiga, mas isso acabou quando eu finalmente entendi que tudo sobre a nossa amizade se tratava de uma competição que ela havia criado entre nós.

Ela começou com tudo isso e eu quem tive que terminar.

— Você não está aqui para encher o saco sobre eu estar usando a sala de musica no horário em que a mesma está livre. — Eu reviro os olhos. — Já é você quem dita as regras do coral, o que você quer mais?

— Por que você não faz parte do coral? — Ela pergunta, falsamente. — Nós todos iríamos adorar a sua presença.

— Fazer parte de um grupo o qual você se denomina a líder e portanto só me deixaria de escanteio? — Eu ergo a sobrancelha. — Você nunca me daria uma oportunidade real, só usaria o coral para fazer eu me sentir mal.

Eu a conhecia o suficiente para saber que ela queria a todo custo me manter em sua vida de alguma forma porque seria o único jeito de existir uma competição.

Eu fazia parte do coral e amava isso, mas tive que deixar de lado quando ela se autointitulou líder porque eu jamais voltaria a ter uma oportunidade real, ela não me escalaria mais para cantar nos festivais de música, nas apresentações ou em qualquer coisa, ela me faria ser irrelevante por puro prazer.

— Que calunia. — Ela se faz de ofendida. — Somos amigas.

— Não somos amigas e agora eu vejo que nunca fomos. — Analiso o meu relógio de pulso enquanto coloco a minha mochila nas costas. — Está na minha hora.

— Vai ver o Owen? — Ela se faz de inocente. — Soube que fez cinco meses de namoro, meus parabéns.

— Chega ser ironia vindo de você esses parabéns já que deu em cima do meu namorado. — Digo, séria.

— Que besteira, isso ficou no passado. — Ela dá os ombros e eu sei que ela não liga para o que fez.

Lembro que eu e o Owen ainda nem estávamos oficializados quando ela começou a persegui-lo, mandava inúmeras mensagens, esperava por ele no vestiário após os treinos de futebol e tudo o que ela conseguiu com isso foram inúmeros foras que ele deu nela.

— Se você já terminou, eu preciso mesmo ir. — Caminho em direção a porta.

— Você já está namorando um bom tempo, então finalmente superou o Justin? — Ela indaga e eu sinto o veneno em sua voz.

Esse é o ponto negativo de confiar em uma pessoa que não deveria, Blair acabou sabendo muitas coisas da minha vida, as quais ela ainda tenta usar contra mim.

Justin e eu sempre fomos melhores amigos, mas chegou em um ponto da nossa amizade em que eu passei a confundir as coisas e pensei mesmo que estava apaixonada por ele. Mas acabou que isso não deu em nada e ele nunca soube.

— Justin e eu somos apenas amigos, mas eu duvido muito que você saiba como é, afinal você nem sabe o que a palavra amizade significa. — A olho pela última vez. — Adeus Blair.

Passo pela porta sem olhar para trás.

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