Capítulo 2

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CHRIS

- Chan! - Chamou uma voz rouca, algo que finalmente me puxou do meio do surto que nem eu mesmo era capaz de entender.

- Não me chame assim. - Respondi ao voltar meus olhos para o jovem a minha frente, este que parecia tão assustado quanto tentava demonstrar em suas palavras.

- Posso dormir na sua casa hoje? - Disse o menor ao se aproximar, logo contornando os magros braços em meu corpo, como se implorasse para que eu não o deixasse sozinho.

- Não vou para casa. - Disse ao tentar me afastar dele, mas o tremor de suas mãos me fizeram novamente desistir de qualquer ato.

- Estou com medo... Não quero ficar sozinho... - Aquelas palavras tinham um peso ainda maior por ser ele.

- Tudo bem... Só se acalme... - Respondi ao levar uma das mãos ao pulso dele, como se pudesse demonstrar naquele aperto, a força que queria entregar a ele. Por um breve momento continuei encarando ele, ainda abalado pela imagem que viu na televisão, Felix era um dos únicos que precisava ser protegido de todo aquele mal. - Vamos...

Felix chamou um táxi, já que nenhum dos dois estava em condição de dirigir, e como meu carro só tinha dois lugares, nem ao menos seria possível chamar um motorista para levar o carro, assim resolvemos deixar no bar e pegá-lo pela manhã. Passei a envolver meus braços no corpo do rapaz, procurando acalma-lo e conforta-lo, durante todo o percurso.

- Está tudo bem, eu vou resolver isso, prometo pra você... - Disse ao encarar ele e assim afaguei seus cabelos ao sair do carro.

Ele concordou com a cabeça e seguimos ao elevador, este que nos levou para a cobertura do prédio.

Digitei a senha e então a porta se abriu.
A cobertura esbanjava riqueza, algumas paredes são de pedra com partes pretas, o local era bem iluminado, uma janela circular enorme na sala nos permitia admirar a vista da cidade. Procurei por decorar os cômodos com móveis modernos e de tons claros.

Dei uma olhada em Félix, este que estava com a boca aberta, parecia espantado com a beleza da cobertura.

- Chan! Que lugar incrível. - Felix me disse ainda de olhos arregalados, andou até a janela e ficou lá olhando a vista. - Quem dera morar num lugar desses. - Deu um risada e o acompanhei.

- Um dia você consegue. - comentei e segui em direção ao meu banheiro - Vou tomar um banho e volto. - O avisei antes de entrar.

- Tudo bem, vou procurar algo para comer. - Félix disse e o vi sumindo de vista.

Adentrei o banheiro e tranquei a porta, tratei de me despir e me banhar em seguida. Poucos minutos de banho, e me retirei do box.

Procurei por uma toalha nos armários da pia e não encontrei. Encarei o espelho, difícil de acreditar que dei conta de esquecer uma toalha.

- FELIX! - Gritei o garoto, não obtive uma resposta dele, mas as batidas na porta serviram. - pode trazer uma toalha para mim? Não verifiquei se tinha nos armários...

- Vou procurar... Espera um pouco. - Félix me respondeu calmo e ouvi seus passos se afastarem através da porta.

Me apoiei na pia à espera do moreno, mas acabei ficando ali por longos minutos e nada do garoto aparecer.

Me afastei da pia e caminhei até a porta, a destranquei e procurei por Félix.

- Félix onde você se meteu?! - Perguntei frustrado pelo sumiço do mesmo.

- Estou aqui! Não encontrei uma toalha... - o vi colocar sua mão para fora da porta do meu escritório.

- Como foi parar aí? - fui até o cômodo e o olhei confuso.

Flores da RainhaOnde histórias criam vida. Descubra agora