Flores da Rainha

Capítulo 3

CHRIS

Adentrando ao carro Yeonjun já havia começado a tagarelar sobre diversas coisas, uma ou outra com sentido.

- Já zerou o GTA? - Perguntou-me enquanto olhava o celular.

- Eu nem comecei. - Falei simplista focado na rua.

- Seu mentiroso! Me disse que ia começar a jogar! - Exclamou indignado. - Só por quê você é policial e no jogo você começa roubando um banco?

- Você roubou um banco? - Perguntei, agora tirando o foco da rua para olha-lo por breves segundos. - Como você ainda trabalha na polícia?

- É estratégia, eu vejo como eles agem no jogo, os bandidos devem se inspirar. - Ele soltou um ar sábio, porém falso.

- Vou fingir que você não pensou nisso agora. - Encerrei a conversa quando estacionei o carro e sai do mesmo.

Ouvi a porta do passageiro batendo. Yeonjun estava de braços cruzados com a sua típica cara emburrada.

- Você parece uma criança. - Comentei rindo levemente.

Quando se aproximou dei leves batidas em seu ombro. Entrando na delegacia, vi o lugar extremamente movimentado, policiais por todo o lado, alguns conversando entre si e outros ocupados.

Fui em direção ao meu escritório, afinal, tinha muitas coisas a fazer e organizar.

Sentei-me na cadeira atrás da escrivaninha, peguei meu caderno de anotações e observei as evidências do caso Rainha de Copas.

O jovem de cabelos cor-de-rosa entrou após bater algumas vezes na porta.

- O que está fazendo? - Perguntou enquanto sentava de forma folgada na poltrona perto da mesa.

- Anotando algumas coisas... - Respondi sem me importar com o diálogo. - Preciso organizar a cabeça.. e o caso, nós descobrimos coisas recentemente, essas que mudam muita coisa...

- Realmente... O que descobrimos mesmo? - Yeonjun olhou para minha mesa, observando as fotos.

- Eu descobri que você é muito tapado! - Amassei um papel em branco e arremessei no mesmo.

O jovem tentava fingir o choro enquanto gargalhava comigo.

- Deixa de drama e me ajuda. - Recuperei o ar. - Pegue a pasta Seis Flores e me traga.

- Só isso? Não vou sair mais hein. - Levantou a sombrancelha em questão.

- Me traz um café. - Pensei um pouco. - Sem açúcar viu, você sempre esquece.

- Me sinto um empregado, não sei quem é mais folgado, a chefe Seulgi ou tu. - O garoto bufou e saiu andando enquanto murmurava alguma coisa.

Quando a porta se fechou por completo, caminhei até o painel já com o lápis em mãos.

O serial killer escolhia casais e matava um deles, o que sobrevivia, parecia que nem ao menos estava vivo. Anotei o que precisava no papel e o grudei no painel.

Observei as evidências, o motivo das mortes ainda não estava esclarecido, as vítimas confirmadas, o que os levou a óbito também. Mas o mistério é quem está fazendo isso de forma tão única.

- Christopher! Acorda homem. - Visualizei Yeonjun parado ao meu lado, seu olhar desaprovador estava focado em mim.

- Há quanto tempo está aí? - Perguntei.

- Pouco tempo... E olha... estou preocupado contigo, você precisa dormir mais caramba, tá cheio de olheiras, e ficar tomando café só vai piorar... - Ele agora possuía um olhar bondoso. - Vou ver uma folga pra você, a chefe caí no meu olhar estilo gato de botas facilmente. - Estendeu o café para mim.