Prólogo

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Sentado em uma das muitas espreguiçadeiras confortáveis do terraço de sua casa, foi impossível Remus segurar o suspiro alto.

Duas horas atrás o dia devia ter se encerrado como todos os outros sábados encerravam-se. Não que todos fossem iguais, era comprovado ser científicamente impossível quando se tem cinco crianças tão opostas como as pontas de uma estrela.

O vento batia suavemente contra o seu corpo como se sentisse pena dele. O que era irônico, porque fazia anos que Remus não sentia mais autopiedade. Anos que ele não parecia tão miserável.

Ele colocou a xícara de chá na mesinha do lado. Ele não fazia ideia do que deveria ser, mas o saber era horrível. Em algum momento da grande celebração de amizade de alguns anciãos do clã, Aqua se aproximou dele e enfiou vários saquinhos no seu bolso, ''É revigorante, alivia os tormentos, e ajuda na solução de problemas difíceis. A alma chega da um solavanco!", e antes que Remus pudesse perguntar onde ela conseguiu aquele chá que prometia coisas tão milagrosas Aqua já estava saltitando pra longe.

Ele não tinha tanta certeza se devia ter prepado o chá.

A mão, agora livre, foi direto para os olhos em uma tentativa de expulsar a frustração.

A sexta-feira tinha começado calma. Ele permitiu que seus filhotes dormissem até mais tarde do que o normal, pulando o café da manhã e indo direto pra um almoço leve. O resto do tempo foi eles maratonando alguns desenhos na TV com direito á lanches até terem que se arrumar pra festa.

Foi preciso um número considerável de eventos até ele perceber que seus filhotes tinham gostos diferentes. E não, eles não queriam ser adoráveis se vestindo todos iguais. Então ele comprava as melhores vestes, os melhores calçados e os melhores acessórios, tudo para dar alívio ao seu coração de pai que não podia opinar nas roupas de seus filhotes.

Por Merlin! Ele mimou demais os seus filhotes. E agora ele estava com medo. Porque ele quase nunca dizia não, e com certeza ele nunca disse não para todos eles. Mas teria que acontecer. Ele conseguia imaginar os próximos meses. Ele não queria pensar nos próximos meses.

Ele deitou e se permitiu olhar a lua. Permitiu a mente vagar: a festa tinha começado no final da tarde de sexta e durado até então, ainda estava acontecendo para falar a verdade. Ele e seus filhotes foram um dos primeiros a chegar. E em algum momento estava lotado. Bebês, crianças, jovens, adultos, idosos, animais e tudo o mais que se pode pensar. Gritos, risadas, conversas, barulho.

As 9h da noite de sábado começou com Moon arrastando uma cadeira até a mesa onde ele conversava com alguns amigos, ele encaixou a cadeira grudando na sua, sentou e encostou a cabeça em seu ombro. E então 5 minutos depois ao rodar o olhar pelo lugar ele viu Fire e King jogados em um sofá, afastando qualquer possibilidade de outro alguém se sentar, apesar de seus anormais dez lugares. Forçando um pouco sua visão de Lobisomem ele podia ver Rune em cima de uma galho de uma árvore, encostada no tronco, e olhando em sua direção com um olhar bem mal humorado.

E não demorou muito pra Aqua aparecer e pedir para ir para casa dormir. Então eles foram. Foi só o tempo deles chegarem, tomar banho e irem pra cama. O sono os rendeu no mesmo momento em que encostaram no travesseiro.

Ao confirmar que todos estavam dormindo Remus se digiriu ao seu próprio quarto para também poder descansar. Quando eles acordassem voltariam pra festa. Era uma celebração de amizade, ia durar no mínimo cinco dias. De banho tomado, ele desceu até á cozinha para beber água e se desfazer do chá que ele tirou dos bolsos de suas roupas.

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