Capítulo 1

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Gente eu não avisei mas estou mudando bastante a história, têm um motivo ok? Eu recomendo a releitura para poder pegar os pontos soltos na história. (31/05/2024)

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O começo de uma infância?


1983


Harry Potter, um nome estranhamente comum para uma criança nada comum, sim Harry estava sentado em seu armário escuro embaixo da escada, todos já tinham tomado o café da manhã, incluindo ele que como todos os outros dias de sua vida recebeu sua refeição por uma fenda na porta, seu tio o tratava como se ele tivesse algum tipo de doença contagiosa, sua tia nunca trocou mais de duas palavras com ele. Harry sabia que não era normal, ele havia acordado de madrugada depois de mais um sonho muito estranho, percebendo que não conseguiria mais dormir resolveu praticar seu nome no caderno de caligrafia antigo e todo rabiscado de Duda que encontrara a uma semana jogado pela casa, ele tinha conseguido pegar uma borracha e um lápis das coisas de seu primo sem ser percebido.


Por mais estranho que pareça, embaixo de um degrau da escada que não era totalmente feita de madeira, tinha alguns canos de metal segurando as tábuas de madeira para formar a escada, tinha uma pequena janelinha, ela não era grande, dava para fechar e abrir quando quisesse, era legal pois o menor ficava o tempo todo preso naquele lugar, era bom pois quando estava muito entediado ele abria a janelinha e ficava observando sua tia e primo seguindo suas vidas, mas já havia um mês mais ou menos que Petúnia colocava para seu filho algumas músicas trouxas com o alfabeto e os números, era como se fosse uma aula ensinando a ler, Harry gostava de ficar assistindo e já sabia ler algumas coisinhas, ele encontrou um livro infantil de seu primo jogado, ele ainda não tinha aprendido nada, então ele escondido usou o livro para aprimorar a sua leitura, ele ainda não era um profissional nisso, mas poderia se dizer que era um menino muito inteligente para a sua idade.


Ele de vez em quando ouvia a conversa de seus tios, foi em uma dessas conversas que ele descobriu se chamar Harry, ele não gostava tanto assim com o nome, ele sabia que não era normal, se os sonhos estranhos que ele tinha quase todas as noites fossem algum sinal, além do mais ele também via coisas que mais ninguém via, era estranho, mas cada pessoa tinha uma luz estranha que era emanada pelo seu corpo, algumas tinham cheiros e texturas outras eram apenas um brilho colorido, ele sabia quem mais ninguém via isso então ele decidiu nunca comentar nada disso com seus tios, se sem saber ele já não era tratado com amor imagina se eles soubessem?


Harry não sabia nada sobre os seus pais, seus tios nunca falavam deles, eles só falaram dele mesmo uma única vez, era como se eles evitassem a todo custo tratar de Harry e sua família.


A porta de seu armário foi aberta e na frente estava tia Petúnia, isso era raro, tanto a porta ser aberta quanto a sua tia ir ao seu encontro, a mais velha pegou a criança pelo braço sem se importar se estava a machucando ou não, ela também não se importou muito com as coisas velhas de Duda no pequeno espaço. O moreno foi arrastado para o quintal onde tinha uma mesa redonda branca com três cadeiras embaixo de uma grande sombrinha também branca, em cima da mesa tinha algumas peças de roupas usadas de Duda, Harry sabia que eram pra ele, mas também tinha algumas rodinhas estranhas coberta de linhas coloridas.


Ao chegar na mesa Petúnia o colocou em uma das cadeiras e sentou-se em sua frente, foi estranho, a mulher pegou uma linha e agulha e entregou para o menor por enquanto pegava um apara si mesma. Depois de muito silêncio e furos nos dedos Harry entendeu o que sua tia queria, ela o estava ensinando a costurar, claro que não era algo de se invejar afinal a mulher apenas estava lá sentada na frente do menor costurando alguns de seus vestidos e esperando que o moreno fizesse o mesmo, bem isso seria complicado para o menor.


Em determinado momento a mulher se levantou o deixou a criança lá sozinha, Harry sabia pelo olhar que ela lhe lançou que ele deveria continuar ali costurando, ele imaginou que isso se devia ao fato de sua tia já ter costurado vários vestidos perfeitamente por enquanto ele ainda estava tentando remendar uma calça antiga de seu primo.


Depois de mais ou menos uma hora de furos, músculos atrofiados e fiapos de linha o buraco estava fechado, o garoto soltou um suspiro satisfeito e foi direto para a cozinha onde sua tia se encontrava cozinhando alguma coisa que cheirava realmente muito bem, ele se aproximou da mais velha e balançou levemente seu vestido florido recebendo a atenção da mais velha em um instante, o menor deu um sorriso contente e entregou a calça para a mulher que ao ver a costura mal feita e coberta de fiapos tratou de pegar uma faca que estava em sua frente e rasgou todo o trabalho da criança, depois ainda sem falar nada e com uma expressão em branco entregou a calça a criança e olhou sugestivamente para a porta. O menor suspirou frustrado, ele teria que costurar tudo de novo.


Dessa vez ele se esforçou muito, ele olhou a costura que sua tia tinha feito em seus vestidos, era muito bem feita, não dava para ver a linha nem tinha nenhum fiapo, parecia quem nunca esteve rasgada, se ele não tivesse visto sua tia costurando as peças não acreditaria que estavam rasgadas, depois de mais furos em seus dedos pequenos o menor se levantou novamente e seguiu até a cozinha novamente, sua tia estava limpando o chão, não havia nem sinal do almoço e a pia estava impecavelmente limpa. Ele tinha perdido o almoço. Entregou então a calça para a mulher na esperança de receber um pouco de comida e algum curativo para seus dedos doloridos, a mulher olhou novamente sem demonstrar nada, sem falar nada, seguiu até a pia e pegou no escorredor de pratos uma faca e novamente abriu o corte, entregou a calça para a criança que já estava com lágrimas nos olhos e novamente olhou para a porta, o menino abaixou a cabeça e seguiu relutantemente até o jardim por enquanto pequenas lágrimas caiam de seus belos olhos verdes.


E assim o dia foi morrendo, o moreno sempre ia até a sua tia com sua esperança e uma calça remendada, apenas para a mais velha rasgar novamente a peça e o mandar novamente para fora, o lua brilhava no céu o frio arrepiava os pelos do pequeno corpinho, os dedos já dormentes e inchados cuidadosamente trabalhando na calça, as luzes se apagaram, eles tinham ido dormir, o menor pegou a calça novamente costurada e entrou novamente a casa, sua tia estava sentada no sofá lendo uma revista, ele entregou novamente a calça para a mais velha, ela avaliou o trabalho da criança, então entregou a calça de volta para o garoto, o menino já prestes a chorar de alívio observou por enquanto sua tia saia para o jardim, pegava as roupas antigas de Duda, alguns vestidos que ela não tinha costurado e algumas peças de seu tio e entregava a ele juntamente com as linhas coloridas e a agulha, ela o olhou com sua expressão vazia.


-Quero isso pronto até amanhã.


Todo o alívio da criança se esvaiu ele pegou o que sua tia lhe entregou e observou com certo alívio quando a mulher sinalizou para um prato em cima da mesa, não era grande nem tinha muitas coisas gostosa, pelo contrário, era o que tinha sobrado do almoço e jantar que ela reunira em uma estranha gororoba e deixou para o menor comer assim como um copo de suco que parecia ser de dois sabores diferentes ao mesmo tempo.


O menor colocou as roupas no armário e seguiu até a mesa onde ele pegou a vela acesa que sempre estava lá a noite, o prato e o copo e voltou para o pequeno cômodo, sua tia fechou a porta com as inúmeras fechaduras que se encontravam ao lado de fora e subiu a escada, ele sabia que ela iria dormir, por enquanto ele deveria ficar ali costurando as roupas, ele não pode deixar de se sentir injustiçado, tinha se passado apenas 9 dias desde de seu aniversário de 3 anos, e como sempre ele não recebeu nenhum parabéns, nenhum presente nem nada.


O menor não pode evitar as lágrimas que mais uma vez molharam seu rostinho por enquanto ele costurava as peças de roupa de seus tios á luz de uma vela, com frio e em um colchão que as vezes parecia pior que o chão.

another time (Revisando)Onde histórias criam vida. Descubra agora