Capitulo único

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Resolvi aproveitar o fim de semana para concluir essa oneshot que estava parada a um tempo e trazer pra vocês, espero que gostem.
Bjs...🩵
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Atrasado como sempre.

Vegas constatou ao verificar pela décima vez o relógio de pulso, ao qual ganhara de Pete no aniversário dois meses atrás, que esse estava mais uma vez atrasado. Um sorriso, no entanto, se fez presente quando lembrou da mensagem que acompanhava a caixa preta em laço prateado e que dizia: Para o bobalhão que suporta meus atrasos. No fundo, ele sempre odiou toda essa merda de horários, mas havia sido criado sobre muito rigor e atrasos eram inaceitáveis para seu pai e, consequentemente, para ele também.

Mas com Pete era diferente, embora se irritasse não conseguia o fazer por muito tempo e o Saegthan não ligaria de qualquer maneira. Vegas se pegou rindo mais de uma vez ao lembrar da ousadia do mais velho. Pete tinha um olhar angelical no primeiro contato, mas era um diabinho disfarçado, do qual ele gostava bastante, mais até do que deveria. Eles se conheciam a, exatamente, três anos e desde o primeiro encontro, Vegas notara que Pete não media esforços para ter o que desejava e também, não gostava de joguinhos, por isso não se surpreendeu quando, seis meses depois do primeiro contato, o Saegthan deixou claro seu desejo de conhecê-lo de maneira mais íntima, ou como Vegas bem lembrava de suas palavras: Adoraria que você me fodesse, invés de ficar só olhando pra minha bunda.

Nunca admitiria, nem sob tortura, mas Pete era sua perdição. Esse, infelizmente, não era o acordo deles.

Casual. A palavra martelavam em sua cabeça repetidas vezes. Pete não queria nada além de sexo e embora Vegas amasse dividir os lençóis com ele, sentia que faltava algo. Não sabia explicar quando ficou tão possessivo, mas o fato era que ficara. Possessivo ao ponto de descontar sua frustração na coitada da secretaria, só por ver o Saegthan conversando animadamente com seu amigo que havia chegado de viagem a duas semanas. Ken tinha todas as características de que Pete gostava, era simpático, aberto e totalmente no controle de sua vida, diferente de Vegas, que estava mais para um humor azedo e tão fechado quanto um cofre com senha e nem precisava falar sobre sua vida desgraçada, que era praticamente comandada por seu pai.

Bufou, olhando mais uma vez o relógio no pulso. Já haviam se passado meia hora que estava ali, plantado esperando por Pete, que nem ao menos teve a decência de avisar que iria se atrasar além do comum. Ele pensou em ficar irritado, mas a quem ele queria enganar? Ele havia ficado preocupado, Pete nunca atrasara tanto antes. Será que ele havia ido se encontrar com Ken? Vegas tentou afastar o pensamento, mas era quase impossível quando as imagens de Pete no corredor de seu prédio, conversando animadamente com o amigo, voltavam em sua mente. Serrou o punho, ele estava com ciúmes? Com ciúmes de Ken? O quão ridículo ele era? Pete zombaria dele com certeza.

Além de todo o sexo e não apesar dele, os dois haviam se tornado bons amigos, daqueles que contam histórias ridículas e ficam horas rindo sem parar de uma piada boba. Esses eram os únicos momentos que o humor de Vegas não era azedo, quando estava com Pete. Balançou a cabeça levemente, imaginando como seria ruim perder tudo isso, se resolvesse contar ao Saegthan que desejava ir além do casual. Que imaginava os dois morando em uma casa espaçosa com dois lindos filhos — um casal — e algum animal de estimação exótico, desses que o mais velho gostava, com um lindo jardim repleto de margaridas e fins de semana em família. Seria arriscado demais essa confissão, por isso deveria se conter em tê-lo em seus braços algumas vezes na semana. Sua única incerteza, no entanto, era se conseguiria presenciar, em silêncio, Ken e ele se aproximando cada vez mais.

Pegou o celular para verificar se havia alguma mensagem, mas se deparou com um vasto nada. Verificou sua agenda do dia, sabia que teria uma reunião com um novo investidor dali a duas horas, mas de alguma forma queria ocupar a mente antes que pudesse sucumbir a loucura. A alguns meses sua reação seria se levantar daquela mesa e ir embora, depois gritaria o quanto Pete era irresponsável e encerraria qualquer que fosse a ligação que mantinha com ele, mas agora se achava patético por não conseguir fazer isso.

Casual↬VegasPete Onde histórias criam vida. Descubra agora